A terra ainda fresca marcava o túmulo anônimo de Minerva, em um vilarejo vizinho de humanos. Não houve lamentações ou sussurros de despedida, apenas o silêncio de uma vida que havia sido extinta sem um traço de amor no mundo. Enquanto observavam, o rei anunciou sua intenção de retornar ao palácio.—Precisamos voltar ao palácio, estou fora há muito tempo. Brad e Yara, quero que vocês venham comigo.—Vovô, Jericó e eu queremos fazer nosso ritual de união —revelou Estrella, com um olhar firme para o governante idoso.—Não será aqui —disse ele com firmeza. —Vamos comemorar no palácio —declarou o rei solenemente. —É meu desejo ver minha neta sair de lá, com seu companheiro ao lado.—E por que não perguntou o mesmo a Brad, que também é seu neto e herdeiro? Ele se casou longe daqui. Existem duas medidas, uma diferente para mim porque sou uma mulher? Não me diga que tenho um avô machista? —perguntou ela com evidente irritação.—Não sou machista, mas a situação de Brad e a sua é completamente
Meses depois da emocionante cerimônia de união, a vida na alcateia Nova Névoa Prateada continuava. Jericho e Estrella haviam se tornado os novos líderes da alcateia.Estrella, por sua vez, dedicava-se a treinar as mulheres da alcateia, preparando-as para quaisquer desafios que pudessem surgir. Ela era uma líder forte e determinada, e sua gravidez não havia diminuído seu espírito de luta.—Mais alto, meninas, seus inimigos não terão piedade! —gritou Estrella com fervor enquanto observava as mulheres do grupo da Nova Névoa Prateada praticarem seus movimentos defensivos.Apesar de sua barriga saliente, ela se movia com a graça e a precisão de uma guerreira experiente.—Star, o que está fazendo? —A voz de repreensão do rei cortou o ar frio da manhã, acompanhada pela presença furtiva de Yara e Brad.Estrella, suada e com um sorriso no rosto, parou para conversar com eles.—Treinando —respondeu Estrella, voltando-se para eles com um sorriso desafiador e, em seguida, cumprimentando-os com um
Os dias se transformaram em semanas e as semanas em meses. Estrella estava em seu local de trabalho, uma sala que havia montado para continuar estudando a situação de Jericho, quando sua cunhada entrou.—Tem certeza de que está tudo bem, Star? Você não quer nos ver em sua matilha, quer? —perguntou Yara, seu olhar penetrando na concentração de Star.A garota olhou para seus pergaminhos e frascos, onde os líquidos borbulhavam com cores místicas.—O que você está dizendo? Está louca? —Vocês são minha família, é claro que gosto quando vêm nos visitar, e minha filhinha gosta de brincar com a prima.—Entendi. Então por que esse olhar preocupado em seu rosto? —perguntou ela com um misto de curiosidade e ansiedade.—É o Jericho —admitiu Star, com a voz rachando como vidro sob pressão. —Osíris não quebrou a maldição, mas ele... ele está bem. Ele não apresenta sintomas. Eu o tenho monitorado e ele parece saudável, não há mais inchaço no coração e ele não teve nenhum desmaio.—E se a maldição fo
Quinze anos depois.Anne estava limpando o chão do grande salão, o último espaço que lhe restava para terminar. Ela havia se levantado cedo, enquanto ainda estava escuro, para terminar logo e ver se poderia ter um momento de descanso.Ela torceu o último pano, com os dedos vermelhos de tanto esfregar. A sala brilhava sob o sol que espreitava timidamente pelas janelas altas. Com um sorriso cansado, ela examinou seu trabalho quase concluído.Mas, antes que pudesse saborear a satisfação do dever cumprido, a filha do Alfa, Rania, com um gesto de desdém, chutou o balde. A água ensaboada se derramou como um rio que transbordava sobre o piso recém-limpo.—Por que você fez isso? —Anne não conseguiu conter sua raiva. Gotas de água pontilhavam suas bochechas, refletindo sua surpresa e indignação. —Você não vê que demorei muito tempo? —Sua voz era um fio tenso, vibrando de frustração.A garota se levantou com altivez, olhando para ela com total desprezo.—Por que você me odeia tanto? —As palavra
O abraço entre Yara e sua cunhada Estrella foi um caloroso refúgio de boas—vindas. Elas se afastaram, os olhos brilhando com a alegria do reencontro e, sem mais delongas, depois de cumprimentar o irmão, a sobrinha e Harvey, sentaram—se no confortável sofá da sala de estar, decorado com peles e motivos tribais que evocavam a alegria do reencontro. Eles se sentaram no confortável sofá da sala de estar, decorado com peles e motivos tribais que evocavam a majestade do rebanho.—Você tem notícias de Roxana? perguntou Yara, com o olhar fixo no da cunhada. —Você foi vê—la?—Está tudo bem", assegurou Estrella calmamente. Estamos visitando—a a cada seis meses.—A cada seis meses? —Yara mastigou as palavras, como se estivesse provando um alimento estranho, "E você foi sem avisar? Estrella, as pessoas escondem coisas, e eu não sei, mas ultimamente tenho me sentido desconfortável com ela.—Eu sei que você está certo", admitiu Star, com a voz em um sussurro. Mas, embora eu seja prima do rei, minha
A garota não parava de chorar, e isso não apenas angustiava Harvey, mas King também estava ansioso e preocupado.—Por favor, não chore mais —murmurou Harvey com uma voz suave, que a envolveu como um cobertor quente, enquanto seus braços fortes e seguros envolviam sua figura trêmula.As lágrimas pararam de escorrer e, no silêncio que se seguiu, ele deu um passo para trás, apenas o suficiente para olhá-la nos olhos.—Você está bem?Ela assentiu com a cabeça, ainda presa ao abrigo da presença dele.—Obrigada —sussurrou.O sorriso dele foi um refúgio para ela.—Qual é o seu nome?Por um momento, ela ficou em silêncio, relutante em revelar sua verdadeira identidade, temia que, quando ele soubesse quem ela era, a tratasse como os outros haviam feito. Preferiu ficar quieta, pois havia encontrado nele um oásis de calma e proteção, sentindo-se muito segura, algo que nunca havia sentido antes.—Ann —mentiu ela.—Como vai, Ann? Eu sou o Harvey —ele lhe ofereceu a mão, que ela pegou brevemente, s
—Ann! —A voz de Harvey penetrou no ar frio do rio, trazendo consigo um alívio que suavizou sua determinação.Ela olhou para cima e o viu ali, firme como um carvalho, com aquele sorriso que desarmava todas as suas defesas.—Harvey... —ela chamou, seu nome saindo em um sussurro enquanto ele diminuía a distância entre eles.Os braços dele se estenderam, removendo o fardo pesado de seus ombros e, antes que ela pudesse protestar, ele a levantou no ar. Anna se agarrou a ele, rindo com o coração leve, sem peso, literal e metaforicamente.—Senti muito sua falta.Suas palavras eram uma carícia quente em seu ouvido.—E eu você —ela se agarrou ao pescoço dele, sentindo o mundo desaparecer naquele abraço.Mas então, Harvey ficou tenso, vendo o leve rubor em sua bochecha, sua expressão mudou de alegria para preocupação.—O que aconteceu com você aqui? —Os dedos dele traçaram gentilmente o contorno da marca na bochecha dela.—Não é nada, não se preocupe. —Ela desviou o olhar, incapaz de segurar o d
—Harvey —sussurrou, seus lábios encontrando os de Ann com uma urgência que obliterou o mundo ao seu redor.Foi a sensação mais extraordinária que ele já havia experimentado em sua vida.Ela se rendeu àquele beijo, e todos os pensamentos racionais se dissolveram na paixão que ele despertava nela.—Harvey... Faça com que eu seja sua —murmurou Anna entre beijos, seu corpo pulsando com uma necessidade insaciável, algo que nunca havia sentido antes e que a fazia sentir como se estivesse no próprio céu.—Tem certeza? —A voz de Harvey era rouca, tingida de um desejo igualmente poderoso.—Sim —murmurou ela sem hesitação, como se fosse sua confirmação, a chave para sua contenção.Ele a levantou em seus braços como se fosse leve como o ar e caminhou com ela, depositando-a cuidadosamente na margem macia do rio, onde o murmúrio da água se misturava com os batimentos cardíacos acelerados e os gemidos que saíam da boca de Anna.Harvey começou uma lenta peregrinação com os lábios, desde as delicadas