Os olhos de Yara examinaram o rosto de Brad, com um vinco de preocupação se formando entre suas sobrancelhas.—O que foi, Brad? —perguntou ela, com uma voz de urgência que fez suas mãos tremerem.Brad desviou o olhar para Estrella e depois voltou a olhar para Yara, com um nó na garganta.—Estão muito calados. O que estão escondendo de mim? Vão me contar a verdade? —insistiu Yara, com seus instintos inflamados pela suspeita.Ela tentou, através do vínculo, conectar-se com Leo, o lobo de Brad, mas encontrou apenas uma parede onde antes havia uma porta aberta, bloqueada para que ela não soubesse do que se tratava o mistério.Seu coração se afundou; a traição, aguda e repentina, fez com que sua pele ficasse irritada.—É porque você não me ama mais como sua Luna? Se for assim, eu aceito —disse ela, com uma aceitação amarga em suas palavras —, deve ser por isso que você hesitou em marcar uma data para o ritual de união.Com essas palavras, ela girou sobre os calcanhares, pronta para fugir,
Brad ficou parado, com o olhar fixo nos olhos suplicantes de Yara. Ele podia sentir o peso quente do pedido dela pendurado entre eles como uma corda esticada.Ele queria gritar que sim, que a queria como sua companheira para toda a vida, mas o medo em sua garganta o impediu.—Yara, eu não posso — gaguejou ele, finalmente, com a voz embargada. — O perigo que você está correndo, minha morte pode acabar com a sua também, e nosso filho? Temos que pensar nele também, é difícil crescer sem uma mãe... Digo isso por experiência própria.Ela deu um passo à frente, suas mãos encontraram as dele, e Brad sentiu a firmeza de seu aperto.—Não vou morrer, não me importo com a dor que possa estar sentindo —ela insistiu com veemência. —Quero estar ao seu lado. Ter sua marca... será meu orgulho. Viverei por nosso filho!Brad fechou os olhos por um momento, lutando contra a corrente de emoções.O perfume de Yara o envolveu, lembrando-o de que ela era mais forte do que qualquer um poderia imaginar.—E se
A luz do amanhecer entrava pelas frestas das cortinas, pintando o quarto com os tons suaves de um novo dia. Brad se remexeu na cama e abriu os olhos, encontrando o rosto sereno de Yara ao seu lado. Com um gesto delicado, ele passou os lábios pela testa dela, uma carícia fugaz carregada de promessas e despedidas, sentindo o calor da pele dela sob seus lábios.Yara se remexeu levemente no sono, mas não acordou. Brad sorriu calorosamente e foi tomar banho e se vestir cuidadosamente, preparando-se para o dia seguinte.Quando ele estava pronto, Yara abriu os olhos e olhou para ele com um sorriso sonolento.—Por que você não me acordou? Eu vou com você —ela sussurrou, suas palavras sendo apenas um fio no silêncio da manhã. Seus olhos, reflexos de tempestades, continham um mar de emoções indecifráveis.—Tudo bem, eu espero —disse ele, com a voz fingindo firmeza, mas revelando sua vulnerabilidade.Depois que ela se arrumou, eles caminharam de mãos dadas, entrelaçados em um destino compartilha
As paredes de pedra exalavam umidade e o ar frio da masmorra envolvia Izan como uma promessa de morte. Trancado na sombra, tendo apenas o monótono gotejamento da água como companhia, ele sentia o tempo escorrer por entre seus dedos enquanto ansiava desesperadamente pelo calor de uma família, aquela que ele perdeu por ser ambicioso, insensível, por se deixar seduzir por uma mulher perversa.—Isto foi trazido a você —rosnou o guardião, deslizando um prato de comida sem gosto pelas grades enferrujadas. —O Alfa vai se casar hoje na matilha Silver Mist, é uma grande celebração.Izan olhou para cima, seu estômago se revirando não de fome, mas de ansiedade.—Meu filho vai se casar, e como está Harvey? —perguntou ele, roucamente, sem conseguir esconder o tremor de preocupação que enchia sua voz.—É isso mesmo, dizem que ele vai ser operado amanhã por causa de uma maldição —o zelador deu de ombros, indiferente ao peso de suas palavras.A notícia caiu sobre Izan como um fardo pesado: o que afli
Brad observou enquanto a escuridão da floresta se fechava sobre ele como uma prisão de sombras e galhos entrelaçados.Na forma de lobo, ele corria livremente, mas com evidente agitação. Suas patas, fortes e ágeis, mal roçavam o chão enquanto ele corria, seu pelo escuro se misturando à noite que o envolvia.Ele não sabia há quanto tempo estava correndo; o instinto o guiava, um chamado mudo que ecoava loucamente em seu peito e o arrastava para aquele lugar.Por fim, ele chegou, emergindo em uma clareira iluminada apenas pelo brilho leitoso da lua. Ali, perto de uma antiga fonte de pedra coberta de musgo, ele encontrou outro lobo.Por um momento, ele não o reconheceu, pois estava coberto por uma sombra de tristeza, tanta que lhe causou um pesar infinito. Ao olhar mais de perto, ele percebeu que era Elio, o nobre lobo companheiro de seu pai, cujos olhos refletiam profunda tristeza. Com um soluço, Elio se transformou, revelando a figura abatida de seu pai.— Brad — seu pai começou a dizer,
Depois de saber que seu pai havia morrido, ele se levantou e foi para o quarto onde ele estava deitado imóvel na cama, aproximando-se em silêncio. Ele não sabia como se sentir, pois seus sentimentos eram contraditórios. Ele se sentiu sobrecarregado, caminhou pelos corredores do hospital com passos pesados, com o coração cheio de incertezas. Finalmente, chegou ao quarto onde seu pai estava deitado na cama, imóvel e sem vida.Brad ficou parado na porta, olhando para o pai com uma mistura de sentimentos contraditórios. Por tanto tempo, ele odiou esse homem por sua indiferença, pelo tratamento dado à sua mãe, por sua ausência em sua vida, pelas escolhas que havia feito.Mas agora, diante do sacrifício supremo que havia feito por seu filho, Brad não pôde deixar de sentir um choque profundo.Ele levantou o lençol que cobria o corpo sem vida de seu pai e olhou para ele com olhos cheios de tristeza e admiração. Apesar do tempo que havia se passado desde a última vez que se viram, ele sentia
A floresta estava envolta em mistério quando Minerva cambaleou para frente.Sua respiração estava irregular, e ela disse que o mundo estava girando ao seu redor. Estava se inclinando como se estivesse prestes a desaparecer. Logo isso aconteceu. Ela levou a mão à testa antes de começar a desmaiar, sem conseguir resistir.— Brad...O nome soou como uma súplica, arrancada de sua garganta seca enquanto ela avançava. Ela esperava, em seu estado aparentemente debilitado, que ele a pegasse, que seus braços fossem seu santuário nesse momento de vulnerabilidade.Mas ele não se moveu.Ela caiu no chão com um baque, e seu corpo estremeceu. Com os olhos embaçados, ela viu o olhar indiferente de Brad, que apenas gesticulou para um de seus acompanhantes. O homem corpulento ao lado dela se moveu rapidamente, com as mãos firmes sob seus braços, enquanto a apoiava contra o tronco de uma árvore.— Acho que deveríamos voltar — a voz de um dos homens de Brad atravessou sua névoa, carregada de preocupação
Minerva estava dividida entre a ambição de sua humana e a lealdade de sua loba. Arinda, sua loba interior, opunha-se firmemente às intenções de Minerva. Ela não estava disposta a acompanhá-la em um caminho que prejudicaria ainda mais sua filha, Yara, que já havia sido prejudicada o suficiente no passado.A voz de Arinda ecoou com autoridade e firmeza em sua mente.— Eu a proíbo de fazer isso! — rosnou Arinda. Sua presença era uma parede intransponível dentro de Minerva. — Não serei cúmplice de suas ações destrutivas. Já causamos muito sofrimento à nossa filha no passado, não permitirei que o façamos novamente.Minerva, em seu desespero por poder e controle, enfrentou uma forte resistência interna. Arinda era uma poderosa loba, e seu desejo de proteger sua prole era mais forte do que qualquer ambição humana.— Não me interessa o que você quer, Arinda — respondeu Minerva com teimosia. — Não vou para a cadeia, nem vou me arriscar a ter meu lobo tirado de mim. Preciso de poder, e vou cons