Benjamin ScottOuvir a pergunta de Carolina me deixa ansioso por aceitar, mas ao olhar para Camilla e seu rosto tão machucado pelos socos que ele deu nela penso se vale a pena deixar minha esposa sozinha no hotel, enquanto vou a procura de vingança.Toco em seu rosto com leveza com medo que ela sinta ainda mais dor. Enquanto nossos olhos estavam presos um no outro, sinto uma mão apertando em meu ombro, olho de soslaio e vejo que Borya estava sedento pelo sangue do homem que tocou em nossas esposas.— Quero matá-lo, mas sei que ela não deixará… — Ele aponta para Carolina que sorri como se fosse o próprio demônio que anseia por mais uma alma. — Vamos, tenho certeza que deseja retribuir naquele velho o mesmo carinho que ele fez em minha cunhada.Volto a olhar para Camilla e a vejo confirmar com a cabeça.— Tem certeza? — Pergunto preocupado com a sua reação.Claro que com a minha também, nunca vi realmente um homem ser torturado, pelo menos não pelas mãos de mafiosos.Olho para a Tríade
Madame SuíçaEstava encostada na parede desse porão fétido observando Benjamin dando uma surra em Denaro que ainda se mantém impávido, algo que não me surpreendia e tão pouco me assustava.Já conheci muitos homens e mulheres que foram firmes até o momento de sua morte, uma delas foi Dakota, ex noiva de me genro. Aquela garota foi firme e se manteve calada, não traiu o amor que sentia por Henrique, depois dela nunca mais encontrei nenhuma outra mulher que suportasse a metade do que fiz com ela.— Trouxe algumas adagas! — Hassan diz e abre o estojo das facas que sempre está por perto de nossas mãos.Meu olhar encontra com o de Bruno e o vejo dando de ombros, ele estava mastigando o seu terceiro chiclete, tentava controlar a ansiedade que estava, para poder se divertir novamente.— Como tínhamos uma pequena ideia de que você “ia” acabar esbarrando nesse cadáver, preparamos as adagas! — Sorrio quando o vejo fazer aspas no ar ao dizer “ia”.— Sabia que ele estava hospedado no hotel ao lado
Benjamin ScottMeus anos no box pela primeira vez me serviu, consegui canalizar toda a raiva que estava sentindo pelo que esse homem fez com minha diabinha. O desejava morto e não sei se conseguiria fazer isso, aqui e muito menos hoje.Posso ser grato a Carolina que em uma conversa rápida havia me perguntado se conseguiria então matar uma pessoa hoje?Neguei e fui sincero ao dizer a ela que ainda havia uma luta interna minha entre o meu lado que está no sacerdócio e o meu dever com a máfia. Também deixei claro que serei tão bom quanto o meu tio é e quando houver a necessidade de matar alguém farei isso para mostrar a minha lealdade.Após o meu último golpe me aproximo de Denaro e digo:— Poderia te dar a extrema unção, mas acredito que nos encontraremos no inferno em algum momento! — Sussurro próximo ao seu ouvido. — Fiquei com a Tríade, vou subir para o quarto de Camilla e a fazer minha amada esposa.Olho para a entrada e vejo Camilla agarrada a irmã que tentava consolar a minha espo
Benjamin ScottDei sorte quando Victor foi até o hotel e pegou as nossas malas. Camilla até tentou encontrar algo para usar, mas nada coube em meu corpo.Já arrumado fiquei olhando Camilla pegando as suas roupas do seu closet e as arrumando nas várias malas que estavam colocadas no chão.Mexia no celular observando cada vez que ela levantava e pegava algo mais colocando na mala.— Querida, não há necessidade de levar tudo isso! — Digo pela milésima vez.— Você já disse isso, mas quero acreditar que pelo menos em casa o clima seja mais ameno.— Tenho certeza que não é tão quente como Roma e nem como em Nova York, mas garanto que os vestidos de alça será complicado de usar! — Digo e ouço passos se aproximando.— Deixa de ciúmes, leve seus vestidos, talvez consiga usar com algum sobretudo! — Carolina entra no comodo seguida por Bruno que me chama com a cabeça.— Quero conversar com você um instante, podemos descer até o escritório? — Ele me chama.Deixo minha esposa na companhia da Madam
Camilla ScottDeixei todo o meu medo sair enquanto ouvia Benjamin espancando Denaro, por tudo o que ele fez comigo durante todos os dias que me manteve presa dentre de maldito lugar. O choro que engolia para que ele não visse a minha fraqueza, saiu livremente enquanto estava agarrada aos braços de minha irmã que como sempre me consolou.Sair daquele lugar foi um alívio enorme para mim, queria começar a viver uma vida longe de tudo aquilo, longe do terror que passei entre essas paredes.Estávamos ainda no voo que nos levava para Lisboa, ao que Benjamin me contou no meio do nosso caminho havia uma tempestade feia e acharam melhor esperar dois dias para poder dissipar para seguirmos viagem.— Quando chegarmos no hotel preciso conversar com Jackson e Oliver! — Ouço-o dizer enquanto mexe em meu celular.— Prepararei tudo senhor! — Victor se pronuncia e levanto o olhar para prestar atenção na conversa que estavam tendo.Sabia que seus primos foram treinados para comandarem a máfia canadense
Camilla ScottDois dias passeando pelas ruas de Lisboa, conhecendo alguns museus e outros pontos turísticos. Benjamin andando sempre ao meu lado sempre de mãos dadas e demonstrando todo o seu carinho a cada toque que me dava.Claro que surgiu muitos olhares de preconceito ao me verem ao lado dele, não me importo de que meu marido já possua alguns fios de cabelos bancos na lateral da sua cabeça, na verdade, acho um charme e adoro saber que de certo modo tenho um homem maduro e que não está disposto a brincar com os meus sentimentos.Todos os dias que ficamos aqui em Lisboa, me mantive no quarto enquanto Benjamin teve reuniões com seus primos e seu tio, assim como a senhora Carolina havia ligado para saber como estava e o porquê ainda não estávamos em Vancouver.Tive que explicar que uma tempestade tropical se tornou um empecilho e não conseguimos seguir viagem, não consegui sorrir ao ouvi-la explicar que poderíamos ter dado a volta na tempestade e já estaríamos em casa. Gostei de ouvir
Benjamin ScottAo pôr os meus pés em terras onde pertence a minha família me sinto relaxado, sei que há olhos de meu tio em todos os lugares aqui e se precisa de algum tipo de ajuda terei onde recorrer.E com o desaparecimento da moça, acho que terei que pedir ajuda de algumas pessoas!Algo que sei muito bem o quanto pode ser perigoso, não apenas para mim. Meu olhar recair sobre Camilla que nos últimos dias tem sido o centro de minha atenção e meu cuidado, até mesmo quando tinha que ser colocado a par de situações que estava acontecendo no território que comandarei.Parava tudo e ia até onde ela estava e fazia questão de fazer alguma refeição com ela ou simplesmente a chamava para dar uma volta por Lisboa e a levava para algum lugar apenas para retirar daquele quarto.O mesmo quarto que mais ficávamos sem roupas do que vestido, não me surpreenderei se já houve um pequenino sendo gerado em seu ventre. Posso ter sido um homem de fé até um mês atrás, mas sei muito bem como crianças são f
Benjamin ScottNo fim do dia todos já haviam ido embora, Camilla havia combinado com Amélia e Sophia de irem no dia seguinte as compras, já que maior parte das roupas que trouxe não serviria. Pelo menos não até que seu corpo esteja adaptado um pouco mais ao frio, que nosso novo país oferece.Havia conversado o dia todo com o meu tio sobre o fato de ter quer encontrar a moça desaparecida, pela localização que recebi da família Carter, a moça atravessou as fronteiras com alguma ajuda já que sozinha seria impossível.Algo que concordo plenamente com eles, com as divisões entre algumas famílias que comandam o submundo na América, é impossível entrar em algum lugar sem ser vista por alguém. — Ela conhece alguém! — Falo ao retirar a camisa próximo à janela do meu quarto.Antes que meu tio fosse embora ele apresentou a casa e mostrou onde era o quarto principal assim como todos os cômodos mais importantes, como os lugares seguros caso aconteça uma invasão, algo que não acredito que acontece