Por que não dar aos meus personagens uma família no dia de natal? Não sei se vou colocar outro capítulo para mais tarde. Mas se não conseguir, deseja a todos vocês Feliz Natal e que tenham uma mesa farta e que papai do céu os abençoe abundantemente. Com amor, autora Anne Vaz e sua família.
Camilla ScottAdormeci com a promessa de Benjamin ainda pairando em minha mente, como um cobertor quente em uma noite fria. A exaustão tomou conta de mim e, por algumas horas, perdi a noção do tempo, mergulhando em um sono profundo e sem sonhos. Quando abri os olhos novamente, a luz suave do amanhecer entrava pelas cortinas do quarto do hospital, e meu coração se apertou ao perceber que ainda estava sozinha.Olhei ao redor, mas Benjamin não estava lá. Ele tinha provavelmente saído para checar os bebês ou conversar com os médicos. Antes que o pânico se instalasse novamente, a porta se abriu devagar, e uma enfermeira entrou com um sorriso gentil no rosto.— Bom dia, senhora Scott. Como está se sentindo hoje? — perguntou ela, enquanto ajustava os equipamentos ao meu redor.— Melhor, eu acho… — murmurei, minha voz ainda rouca. — Eu posso vê-los agora?A enfermeira sorriu mais amplamente.— O senhor Scott pediu para trazermos uma surpresa para você. Vou buscar agora mesmo.Meu coração dispa
Benjamin ScottDeixei um último beijo na testa de Camilla, que dormia tranquilamente. Ela era mais forte do que jamais imaginei, mas eu sabia que ainda havia muito a ser feito para garantir que ela, e agora os pequenos, estivessem realmente seguros.Miley e Andreia estavam ao lado dela, a primeira com seu olhar sempre protetor, como se pudesse enfrentar o mundo inteiro para manter Camilla segura. Andreia, mais silencioso, segurava a mão da filha com a mesma intensidade de quem não queria deixá-la nem por um segundo.— Cuide dela, Andreia. Eu não vou demorar. — Minha voz era firme, mas baixa. Não queria acordá-la.— Vai fazer o que tem que ser feito, Benjamin. — Ele não desviou o olhar, como se entendesse o peso do que eu carregava.Assenti e saí do quarto, deixando para trás o conforto da presença de Camilla e dos meus pequenos filhos. Cada passo que dava me levava para um lugar mais escuro, não apenas no porão, mas dentro de mim mesmo. Eu sabia o que estava prestes a fazer, e não havi
Benjamim ScottAssim que o carro se aproximou do hospital, senti a tensão em meus ombros diminuir levemente. A imagem de Camilla, mesmo abatida, mas com nossa pequena nos braços, e dos outros três no berçário, era um lembrete poderoso do que eu estava protegendo. Cada decisão, cada aliança e cada sacrifício que fazia era por eles.Victor estacionou e olhou para mim através do retrovisor.— Planeja voltar para casa hoje?Dei um sorriso de canto e balancei a cabeça, negando.— Não voltarei para casa enquanto a minha esposa e meus filhos estiverem aqui, vou pedir para providenciarem roupas para mim e Camilla. — O informo.O vejo confirmar com a cabeça e Victor estaciona na frente do hospital. A frente do prédio estava mais calmo naquele horário, mas a presença dos meus homens de confiança ao redor era evidente. A partir desse momento, não havia mais espaço para erros ou distrações de qualquer um deles.Caminho pela entrada do hospital e vou direto para o andar da maternidade. Percebi Mile
Benjamim ScottEra para ser rápido. Um recado simples. Estava há algum tempo naquele espaço que fedia a sangue enquanto o observava se contorcer, preso à cadeira, respirando com dificuldade. Oleg sempre com boca cheia de palavras me xingando assim que cheguei, mas agora estava fechada. O silêncio, que impusera, cortava o ar de maneira cruel.A sala estava fria, sem os gritos abafados, o único som que se ouvia ali era o rangido das correntes que prendiam Oleg, seus olhos buscando algo, talvez alguma chance de escapar. Mas hoje não havia salvação para ele.Todo o terror que ele fez a minha diabinha passar acabaria hoje, não há mais nada que ele tenha para dizer que impedirá que corte suas mãos antes de matá-lo, agora chegou o momento de fazê-lo pagar.Estava calmo, controlado, mas dentro de mim, uma tempestade rugia. Ele havia tocado onde não deveria tocar. Oleg não era apenas um homem que se infiltrou entre meus gerentes, ele havia se metido em assuntos que dizem respeito apenas à minha
Camilla ScottAcordei e vi que estava sozinha em meu quarto, sabia que Miley e meu pai estavam em algum lugar. Desde que acordei, eles não têm se afastado muito de mim. Estava tentando me ajeitar na cama quando a porta se abre e vejo uma das enfermeiras entrando com um sorriso no rosto.— Que tal tomar um banho para ir dar um pequeno passeio? — Ela disse e ouvia em sua voz o tom de travessura que possuía.— Adoraria sair dessa cama e desse quarto um pouco! — Digo, recebendo ajuda para levantar.Já me imaginava andando um pouco pelo corredor em frente ao meu quarto e quem sabe ir até a frente da UTI Neonatal onde minhas crianças estavam. Mas quando ultrapassamos as portas decoradas com flores e carrinhos infantis, sentia o meu coração acelerado, a mente em um turbilhão de dúvidas e incertezas por ainda não fazer ideia de como cuidar de uma criança.O ambiente ao meu redor era tão intimidador: incubadoras, monitores bipando, enfermeiras se movendo coordenadamente. E, no centro de tudo, o
Camilla ScottCaminho devagar em direção ao meu quarto e vejo que a porta do quarto estava entreaberta, olho pela fresta e o vejo sentado na poltrona ao lado da cama, com o rosto iluminado pela luz do abajur. Havia uma tranquilidade em Benjamin que sempre me desarmava, como se ele fosse um porto seguro em meio ao caos do mundo. Ele estava lendo um livro, mas eu sabia que seus pensamentos estavam longe, talvez comigo, talvez com nossos filhos.Entrei devagar, sem fazer barulho, mas ele me percebeu. Fechou o livro e levantou o olhar para mim, seus olhos brilhando com aquela intensidade que me fazia sentir como se ele pudesse ver diretamente minha alma.— Finalmente chegou… — ele disse, com um sorriso terno.Sua voz era um abrigo, um lugar onde eu poderia descansar.Caminhei até ele lentamente, com a mão em cima da minha cirurgia e noto quando a enfermeira que estava comigo me deixa sozinha com o meu marido. O meu coração estava acelerado como sempre ficava quando estava perto dele. Mesmo
Benjamin ScottPassou um pouco mais de um mês que estávamos aqui no hospital. Além de meus quatro filhos terem nascido, os filhos dos meus primos e o da minha cunhada nasceram enquanto esperávamos que Julian, Vincenzo, Will e Giorgia estivessem prontos para irem para casa.Não posso negar que estava tenso enquanto observava Camilla preparando tudo para a nossa partida. O nosso quarto no hospital estava todo organizado para nos dar um pouco de conforto e privacidade.Ergo o olhar e estava tudo pronto. As malas estavam empilhadas perto da porta, e as cadeirinhas dos bebês já estavam aguardando por eles no carro. A sensação era surreal. Após semanas de idas e vindas ao hospital, por mais que quisesse ficar aqui vinte quatro horas, tinha assuntos para resolver e sempre tinha que sair por alguns instantes.Mas hoje finalmente estaríamos indo para casa. Nós e nossos quatro pequenos milagres.Olhei para o espelho tentando ajustar mais uma vez a camisa que estava usando. Olhando para a camisa
Benjamim ScottOs dias têm se passado lentamente e mesmo assim estamos felizes e completos com a nossa família em casa. Sempre imaginei como seria a minha vida após tomar uma decisão tão drástica quanto largar a batina, mas nunca pensei que seria assim.Deitado no sofá no quarto de brinquedo dos nossos filhos, com Camilla ao meu lado, observando os nossos bebês que estavam de bruços, olhando para o espelho à frente deles, sentia que o meu coração estava leve. Leve de um jeito que nem o peso de fazer parte da máfia poderia tirar.Camilla estava a todo vapor, tentando organizar uma rotina para os nossos pequenos como uma profissional. Com ela ainda deitada sobre o meu peito, deslizava a mão por suas costas enquanto observávamos nossos bebês com admiração. Camilla sempre teve algo nela que mostrava o quanto era forte, determinada e que gostava de exercer controle e agora estava ainda mais evidente. Entre risadas e olhares cúmplices, nossos filhos estavam nos ensinando sobre o caos e o amo