- Vou pegar uma água para você. – ele disse levantando e me deixando ali.
Ele nem chegou ao bar e Val, Nicolas e Alissa estavam ao meu lado:
- Você está fodida. – disse Alissa.
- Culpa sua. – quase gritei com Nicolas.
- Culpa minha? – ele arregalou os olhos, colocando a mão no peito. – Você só pode estar louca.
- Você me disse que Cadu não viria.
- E eu não menti. Foi isso que ele me falou.
- Sim... E agora ele está ali, inclusive olhando na minha direção. – falei encontrando os olhos dele. – Corto meus pulsos agora ou depois?
- Depois. – disse Alissa. – Primeiro dá uns beijos no bonitão do Tom que ainda não ganhou nada.
- Juliet, você beijou o Giovane. Eu não acredito. – disse Valquíria.
- Eu não sei o que deu em mim...
No domingo à tarde, sem nada para fazer, peguei um caderno e uma caneta e comecei meu plano: escreveria uma carta dizendo a Cadu tudo que eu sentia por ele. E mandaria Nicolas entregar. Tinha a opção de pedir a Nadiny. Mas se Cadu se recusasse a ler ou devolvesse eu ficaria mais envergonhada se acontecesse na presença dela do que na dele. Afinal, ela tinha contato com quase todas as pessoas que eu convivia.Eu não precisava de muita inspiração. Ele era a inspiração:“CaduTalvez você esteja me achando completamente louca por estar escrevendo esta carta a você. Mas se eu não fizesse isso,eu me culparia pelo resto da minha vida.Não sei explicar direito o que aconteceu comigo depois que te conheci no Manhattan. Mas tenho certeza de que não consigo tirá-lo do meu pensamento desde que nos encontramos pela primeira vez.Paixão... É
Naquela noite mal dormi de tanta ansiedade. Sabia que em breve Cadu receberia a carta. E havia tantos riscos: de ele mostrar para todos os amigos, de não mostrar para ninguém, de sequer abrir, de ler e não dar importância... Enquanto eu não falasse com Nicolas eu ficaria nervosa.Naquela noite comecei a insistir com minha mãe para ela me dar um celular. Era caro, mas eu queria muito. Dentre nós só Alissa tinha. Mas ficava geralmente na casa dela, pois a mãe dela tinha medo que roubassem. Mas eu acreditava num dia onde todos poderiam ter um celular... E mandar mensagens de texto a qualquer hora, por um preço justo.Dona Olga disse que havia possibilidade de eu ter meu próprio telefone sim... Desde que eu pegasse mais leve com Otto. Dei de ombros: por que eu queria mesmo um celular?No dia seguinte, contei à Alissa e Val sobre a carta. Elas? Chamaram-me de louca, burra e tantas outr
- Não tenho intimidade com ele a ponto de ele me contar o que achou da carta. – ele disse.- Então o que houve?- Ontem eu vi ele com uma garota no intervalo.Senti meu coração quase parando de bater naquele momento. Era como se o chão estivesse saindo debaixo de mim:- Como assim?- Calma, Juliet. Eles não estavam se beijando...- Então por que você está me contando isso, Nick?- Porque acho que ele gosta dela... Ou que eles têm algo, embora eu não tenha visto algo que confirmasse isso.- Por que você faz tanta questão de acabar comigo? – perguntei seriamente.- Não... Você não vai começar a me culpar novamente, não é mesmo? Eu me recuso a ficar aqui ouvindo você me ofender.Peguei a mão dele assim que ele levantou e disse:- Fica...Ele me olhou e
No sábado pela manhã tínhamos uma almoço em família: aniversário da minha avó. Todos reunidos para comemorar. Eu gostava destes momentos em família, embora não muito da forma negativa como a família de minha mãe mencionava meu pai. Nos últimos tempos eu estava com vontade de procurar meu pai e saber sobre ele. Entedia que minha mãe havia sofrido com o vício dele, mas ele estava curado. E por que eu não poderia lhe dar uma chance, já que não o conhecia tão bem como ela? Eu tinha dois irmãos pequenos, que eram minha família, ela querendo ou não. Mas minha mãe tentava evitar esta aproximação de todas as formas e eu não entendia se era por ciúme ou excesso de proteção. Eu já tinha 18 anos. Não tinha certeza se ela poderia me impedir.Lorraine chegou com minha tia e sentou a
Cheguei na sala e não havia ninguém. Olhei confusa para minha mãe:- Onde está minha visita surpresa?- Pedi que esperasse no seu quarto.- No meu quarto? – perguntei desconfiada.Fui até meu quarto e abri a porta. Nicolas estava sentado na minha cama, olhando a capa de um dos meus CDs do TNT.- O que você está fazendo aqui? – perguntei.- Precisava falar com você.- E... Como encontrou minha casa?- Lorraine.- Lorraine? Você ligou para minha prima? Como conseguiu o número dela?- Pedi para Cadu o número de Rodrigo e Rodrigo me deu o de Lorraine.- Você fez isso? – perguntei perplexa.- Querida, posso trazer algo para vocês comerem? Você deve estar com fome e Nicolas também. Já faz um tempinho que ele está aqui. – ela sorriu para ele.- Não, estou bem
Depois que Nicolas foi embora, minha mãe disse:- Acho que você deve namorar com ele.- Mãe, ele é meu amigo. Não temos nada um com o outro. Ele gosta de Val e eu gosto de outro.- E ele ajuda você em troca, isso?- Basicamente. – confessei.- Querida, ele é o namorado ideal.Eu revirei meus olhos:- Você disse isso de todos os meus namorados.- Não... Ele é realmente o ideal.Eu ri:- Não crie expectativas, mãe. Eu não gosto dele.- Já criei. – ela disse saindo emplogada.Fui tomar um banho. Realmente estava cansada e Nicolas ficou ali mais tempo do que eu previa. A água quente fez com que eu relaxasse um pouco. Nicolas havia contatado tantas pessoas para chegar até a minha casa. Definitivamente ele gostava muito de Valquíria. Por que Cadu não fazia aquilo por mim? P
Na sexta-feira, enquanto eu fazia algumas anotações no meu caderno, Nadiny se aproximou de mim e disse no meu ouvido:- Nicolas quer falar com você no Shopping depois da aula.Levantei a cabeça e olhei para ela:- Por que você está cochichando?- Para Val não ouvir.- O que tem ela ouvir?Olhei Val duas classes à frente, conversando com outra colega nossa.- Bem, ela e Nicolas...- Ela e Nicolas não tem nada... Assim como eu e Nicolas também não temos nada. Eu gosto de Cadu ainda, embora não devesse. Nicolas só me ajuda.- Sei... – ela disse e eu não consegui entender se ela estava sendo sincera ou irônica.- Como e onde você o viu para trazer o recado?- Almocei no Shopping e ele também estava almoçando lá. Então ele veio até mim e mandou o recado.- &E
- Se eu não falei sobre a festa, como você sabe que é o aniversário dela? Claro que eu falei.- Não, não falou. Eu sei do aniversário porque ela me contou.- Devo ter esquecido, Nick. Achei realmente que tinha contado.- Sim... Se fosse eu que tivesse esquecido e se fosse importante para você eu já teria ganhado uma coleção de palavras agressivas.- Palavras agressivas? Quando eu fiz isso com você?Ele me olhou sarcasticamente. Eu levantei:- Ok, vou embora.Fui saindo e ele perguntou:- Vai mesmo deixar o celular? Se fizer isso, eu não vou lhe dar novamente.Virei para frente e segui meu caminho. Antes que desse dois passos ele estava na minha frente, impedindo minha passagem:- Você sempre tem que ser assim tão explosiva?- Me deixe passar. – falei furiosa.- Sua mochila fica também? Ou