Joana saiu sorrindo sarcasticamente.
- Que mulher debochada. – disse Otto.
- Ela me dá medo. – confessou Eliete.
- Sinceramente, não tenho medo dela... Mas do que Nicolas pode ter escondido de mim e que ela sabe.
- Você não deveria ter vindo. – disse Eduardo.
- Bem, não é sempre que podemos desfrutar de uma “festa estranha com gente esquisita”. – ironizei e eles começaram a rir.
- Parece um circo de horrores. – completou Eliete.
- Tenho medo de me virar e ver os garçons seminus servindo os drinques. – brincou Eduardo.
- É... Gente de dinheiro e gostos exóticos e duvidosos. – falei vendo tudo ao redor.
- Vamos procurar uma mesa? – disse Otto. – Se é que vamos conseguir.
- Vamos... – concordei enquanto tentava equilibrar meus saltos na grama. – Se eu soubesse que s
Otto deu um beijo na minha testa e entrou no carro. Nicolas saiu atordoado e veio até mim:- Não é seguro ficar ao lado dele, Juliet.- Ela é minha filha, Welling. – Simon disse entredentes.- Vai me dizer que é assunto de família, Simon Dawson? – ele falou amargamente, me olhando, lembrando de um assunto que só nós dois sabíamos.Foi como se estivéssemos há exatos seis anos atrás e eu tendo que fazer uma escolha. No entanto era diferente agora. Talvez Nick fosse mais próximo do meu pai do que eu jamais fui na vida.- Nicolas... Espere com Otto. Eu já vou...Ele me olhou demoradamente antes de voltar para o carro.- O que você quer? – perguntei me cobrindo com meus braços, sentindo tremores de frio.- Você... Tentou se matar afogada? – ele perguntou.- Por que eu faria isso? –
- Mãe, você não é obrigada a gostar dela. Mas nunca aceitarei que a maltrate na minha presença ou a faça se sentir mal por qualquer motivo.- Fala isso para sua mãe, Nicolas? Parece que esta menina é mais importante que eu na sua vida.- Ela não é uma “menina”. E ela é tão importante quanto você. – falei saindo.Minha mãe e sua eterna mania de querer atenção. Nunca conversei muito com ela sobre meus relacionamentos. No entanto, quando partimos da nossa casa, anos atrás, eu contei sobre mim e Juliet. E ela decidiu que a culparia por tudo... Inclusive por tirá-la da nossa casa, porque no fundo, minha mãe nunca quis ter saído. Queria ter continuado a ser agredida e viver aquela vida miserável que ela julgou que tinha que levar até o fim dos seus dias.Se ela gostava do meu pai, com toda sua
Acordei com meu corpo dolorido na manhã seguinte. Meus olhos doíam e estavam inchados de tanto chorar. Coloquei o relógio para despertar às seis horas para fazer as malas.Eram nove horas quando Otto entrou no meu quarto e eu ainda não havia organizado tudo nas malas.- Achei que já estaria pronta. – ele disse.- Estou tentando ser rápida.- Quer ajuda?- Sim...Ele começou a retirar as peças dos cabides e ia me entregando par eu pôr nas malas. A cara dele estava péssima também. Estávamos ambos em silêncio enquanto arrumávamos tudo.- Ainda quer trocar seu sobrenome? – ele me perguntou.- Se você deixar, eu quero sim. Não foi uma coisa de momento...- Obrigado... – ele disse. – Achei que pudesse ter ficado com raiva e por isso me pediu aquilo.- Não... Eu ia falar com v
- Não vou ficar aqui... Foi bem difícil. Vocês não tem noção da dor que eu senti. E ele sabia que isso aconteceria quando planejou.- Ele não planejou da forma com aconteceu. – disse Dani.- Meninas, parem de defender Nick... “Eu” sou a amiga de vocês, não lembram? Vocês não tem noção das coisas que Simon me disse. Foi horrível.Elas me abraçaram:- Vamos esquecer o que houve com seu pai... Combinado? Pelo menos enquanto estivermos aqui. – pediu Lorraine.- Quanto tempo vocês ficam? – perguntei.- Até o senhor perfeito nos mandar embora.“Então vocês ficarão aqui para sempre”! Pensei comigo.- Por que não traz as meninas, Ju? – falou Dani.- Como assim?- Alissa e Val.- Mas... Isso seria viável? – me questi
- Ei, Nicolas, por que você decidiu que não se pode fumar nesta porra? – gritou Lorraine enquanto saía da piscina com a filha no colo.Eu ri. Ela não conseguia se conter. Lorraine sendo Lorraine: sincera e sem papas na língua.- Não fui eu que decidi... É lei.- Mude a lei... Você o dono da porra toda.- Querida... Não grite deste jeito. – pediu Felipe. – Ainda mais palavrões. Estão todos olhando para cá.- Não tem problema, Felipe. – disse Nicolas. – Graças a vocês eu entrei na piscina do Paradise pela primeira vez. – ele enxugou os cabelos e balançou-os, ficando arrepiados.Aquele homem era obra do diabo, porque de Deus não era. Nicolas era pura perdição. Não existia maior perfeição em Paraíso... E nem nos arredores. Ele era tão alto... O cor
Tentei ficar tranquila e fingir que estava tudo bem durante o jantar. Expliquei que a mãe de Nicolas havia recém chegado de viagem e estava cansada e ele não quis deixá-la sozinha. Tudo mentira. Mas fingir para Dani e Lorraine era a pior coisa que existia... Simplesmente porque elas me conheciam.- O que aconteceu de verdade? – perguntou Lorraine baixinho, para não envolver Otto e Felipe na conversa.Olhei o sorriso bobo de Otto para Vitória e a forma como ele tratava a menina e disse, sem pensar muito:- Eu nunca fui muito ligada a crianças... Mas a forma como Otto olha e age com Vitória me deixa com vontade de ter um filho.As duas olharam na direção deles:- Acho que Otto está preparado para ser vovô. – disse Dani sorrindo.- Eu que não estou preparada para ser mãe. – confessei.- Nunca estará. – disse Lor
Entrei na sala de Tom, sem bater na porta. O vi envolvido com vários papéis sobre a mesa. Um olho roxo cheio de maquiagem para tentar disfarçar e um nariz muito inchado com um curativo branco colocado cuidadosamente, por certo em um hospital.- Que prazer encontrá-la aqui, ex-esposa. – ele disse mal olhando para mim.- Alguém fez um estrago em você. – ironizei. – E como eu queria estar lá para ver.Ele parou tudo e me encarou:- Imagino. Mas aposto que Joana também fez em estrago em você naquela noite. E por culpa de Nicolas.- Acha mesmo que colocá-la no meu lugar à frente dos seus negócios iria me ferir?- Não foi para ferir você. Vou acabar com Nicolas Welling e sua tranquilidade nesta porra de lugar. Só saio daqui quando destruir o mundinho dele.- Por quê?- Porque ele me ligou... Ele foi atrá
- Posso apostar que sim, Nicolas. – disse Alissa. – Obrigada por nos convidar.- Foi Juliet que me pediu para trazer vocês. – ele me olhou, finalmente.- Serão dias incríveis. – disse Lorraine. – Se todos se comportarem como devem.- Isso serve para você também, Lorraine? – ele ironizou.- Principalmente para mim. Sou mãe de dois filhos, Nicolas. E uma mulher casada. Por isso me comporto agora.Ele riu:- Claro... A propósito, a melhor boate do estado está dentro do Paradise. O que acham de nos encontrarmos lá à noite? E relembrar os velhos tempos? – ele olhou para Val.Respirei repetidas vezes, como se fosse me faltar o ar a qualquer momento.- Acho ótimo relembrar os velhos tempos. – falei levantando. – Então vamos fazer tudo exatamente como era. – abri a porta.- Ei, onde voc&ec