Sem nenhuma razão e não entendia o porquê, meu corpo todo relaxou depois da declaração dele, como se tudo estivesse certo no mundo. Como se ali tivesse a resposta para tudo o que eu precisava para viver. Isso era uma completa insanidade. Mas me vi retribuindo seu sorriso cativante.
Não precisava confiar minha vida a ele, até porque, não nos conhecíamos. Mas como ele mesmo falou, podia me auxiliar nesse início de vida em Londres, não ia recusar ajuda. Mesmo desconhecido, foi o primeiro a ser gentil comigo, mesmo em cima da atual circunstância.
Mas preciso me proteger de Oliver Parker.
Preciso aceitar a ajuda no tempo que estiver internada e depois se ele tiver alguma sugestão de lugar onde possa arrumar um emprego que pague minimamente bem. Depois, preciso seguir meu rumo sem olhar para trás, sem me apegar a ninguém.
Não sei quanto tempo o médico ia me prender aqui, mas, já estava fazendo planos de juntar um dinheiro bom e retornar ao meu país. Essa experiência de quase morte, passado o pânico, me deu o gás que faltava para recuperar a minha vida. Matheus nunca mais seria um problema, pois entraria com um pedido de restrição contra ele assim que possível. Vou pegar minha vida de volta, mas não fugindo, encarando de frente.
Estava distraída, fazendo mil planejamentos na minha mente, quando ouvi uma batida suave na porta. Provavelmente era algum dos enfermeiros ou médicos do local, mas me surpreendi quando Oliver se levantou e foi abrir a porta.
Quando retornou ao quarto, atrás dele vinha outro homem, tão deslumbrante quanto. Seus olhos eram de um tom brilhante, não tão comum assim, lembrava mel. Era tão alto e forte quanto Oliver, mas algo em sua postura deixava uma aura de poder que afastava qualquer um que se dignasse a olhar por mais tempo. Seu semblante era carrancudo, como se não entendesse o que fazia ali. Estava vestido informalmente, com camisa preta de botão, calça escura e sapatos, o que me surpreendeu foi o coldre na cintura.
Era policial.
Não imaginei que seria necessário falar com a polícia, mas eu estava internada, entrei na frente de um carro. Podiam pensar que eu era suicida ou pior, que era ladra e estava de olho na fortuna que com toda certeza Oliver possuía, só de olhar para ele dava para sentir de longe o cheiro do dinheiro. Seu terno sob medida. O vislumbre do carro que vi antes de apagar no acidente. O hospital que me trouxe. Tudo denuncia que sua situação financeira é excelente.
Honestamente, não sei o pode ser pior, ser considerada uma maluca que queria se matar e não obteve sucesso. Ou uma caça fortunas.
Com esse pensamento, não consegui controlar o sorriso involuntário que se abriu no meu rosto. Seria cômico se não fosse tão trágico né? O que me imobilizou, foi quando o segundo desconhecido retribuiu meu sorriso.
Não estava preparada para o baque que senti quando vi seu rosto mudar, ficar mais suave com um sorriso que me tirou o fôlego. Meu Deus, o que é esse homem? Com esse sorriso deslumbrante, esses olhos brilhantes, essa aurea de poder
Onde colocaram os homens comuns de Londres? Aqueles que possuiam algum defeito que fosse, que não se portassem dessa forma que nos deixa impactadas, que não exalassem esse cheiro delicioso que invade meus sentidos me deixando desnorteada. Se não fosse o suficiente precisar lidar com Oliver que já era uma espécime masculina que me deixava nervosa, precisava aparecer o policial tão lindo quanto, com esse sorriso derretedor de calcinhas?
Não morri no acidente, mas posso facilmente bater as botas agora com meu coração disparado da forma que está agora.
Esses dois vão ser a causa da minha morte.
Só continuarem do jeito que são, só me olharem com esses olhos impactantes, só continuarem com esse perfume que parece afrodísiaco sentido por mim, só sorrirem mais um pouquinho e é praticamente impossivel que eu consiga existir nesse mundo sem perder a capacidade cognitiva.
Isso reforça o que já havia planejado inicialemnte, preciso me proteger de Oliver, do seu amigo e de todos homens semelhantes que eu possa conhecer por Londres.
Preciso voltar para o brasil, preciso voltar para casa urgentemente.
Dia do AcidenteO dia foi terrivelmente exaustivo, os processos estavam se multiplicando e quanto mais resolvia, outros apareciam, como se fossem uma hidra. Aproximadamente às 18hrs, a Srta. Sullivan telefonou, avisando da presença da Emilly.Porra, que inferno.Nem tive tempo de inventar qualquer desculpa e Emilly irrompeu pela porta, parecendo que estava a caminho de uma guerra. Muito provavelmente, não teve acesso ao Archie — meu melhor amigo — e veio atormentar a minha vida no escritório novamente.Se arrependimento matasse.Eu e Archie aviamos falado com ela há exatas duas semanas, depois de um relacionamento de 02 meses. O que começou consensualmente e com ambos interessados, terminou conosco não suportando ouvir o nome de Emilly. Ela já estava barrada na portaria do prédio, não sei como passou pelos seguranças.Emilly nos enganou direitinho, no início da nossa relação, fomos claros que não queríamos nada sério e que ela estava liberada a encontrar quem quisesse. Enquanto nosso
Em determinado momento, senti sua mão na minha coxa, subindo em direção ao meu pau, que não estava nem um pouco interessado naquela carícia. Antes que ela pudesse tocá-lo, segurei seu punho.— O que pensa que está fazendo? — Praticamente rosnei.— Só te lembrando o quanto pode ser bom. — Ela ronronou— Emilly, se dê o respeito— Pode ser bom, garanto. Me deixe te provar.— Chega! — Gritei. — Será que não percebe o quanto está sendo inconveniente? Essa é a última vez que tenta me tocar sem ser solicitada.— Meu benzinho, me deixa te relaxar, é nítido o quanto está estressado com o trabalho.Não tive tempo de respondê-la.Como uma assombração, percebi pelo canto do olho uma mulher loira atravessar a rua sem olhar para onde ia. Notei tarde demais que tinha me distraído com a maluca do meu lado e não tinha como parar o veículo a tempo. Meu coração parou quando colidimos com a mulher desconhecida, que voou alguns metros longes, caindo no chão em um estrondo.Deus, permita que ela não tenha
Percebi que de pouco em pouco tempo, a recepcionista vinha até a saleta e tentava me oferecer algo, mas eu sempre negava. Minha mãe demorou mais tempo do que eu esperava ser saudável para minha sanidade mental.Quando ela retornou, eu estava desesperado.— Então mãe, como ela está? — praticamente implorei por notícias.— A situação é bem delicada meu filho, seu pai disse que a garota fraturou o punho esquerdo e quebrou uma perna, que foi imobilizada pelo ortopedista, porém isso não foi o mais grave. Além de um traumatismo craniano severo, que ele precisou drenar parte do sangue que conseguiu, ela está com uma hemorragia interna, que até o momento, eles não localizaram seu foco. Devido isso, ela já teve duas paradas cardíacas.Enquanto ela ia falando, meu mundo foi desabando aos poucos.A cada nova informação, o meu desespero aumentava mais.Tudo culpa da Emilly, que me distraiu com sua loucura, eu nunca iria perdoá-la se essa moça morresse. Eu nunca iria me perdoar.— Mas você conhece
Parecia uma princesa, seus traços eram quase angelicais, uma pele muito clara envolta de uma massa de cabelos loiros cheios, que destacavam sua beleza. Uma beleza fantasmagórica agora, já que sua pele estava sem viso, meio acinzentada nesse quarto de hospital.— Você precisa ficar boa princesa. Não pode pagar por erros de julgamento que eu cometi no passado, preciso que fique boa — sussurrei. Fiquei mais alguns minutos observando sua face, depois me retirei.Novamente na saleta com meus pais, solicitei que assim que ela saísse do CTI fosse encaminhada a um dos quartos familiares. Como o hospital era dos meus pais, tinha o andar da família, com leitos preparados em caso de qualquer urgência com um de nós, sem afetar o público do hospital. Se eles estranharam minha solicitação, nada disseram.Foram longas 24 horas, até que meu pai comprovasse que houve melhoras significativas e decidir retirar a sedação aos poucos. Seu cérebro, contrariando tudo o que acreditávamos, desinchou rapidament
Bloqueei todas as vozes quando a garota finalmente abriu os olhos. Os olhos dela eram simplesmente deslumbrantes, sua íris tinha um toque amendoado envolto por pontos acinzentados, tornando-a única. Ela olhava ao redor do quarto com um enorme vinco na testa, deixando-a ainda mais fofa — fofa Oliver? — aos poucos, seus batimentos cardíacos começaram a disparar pela máquina.— O que? — Questionei— Acho que ela está tendo uma crise de ansiedade. — Uma das enfermeiras informou, se aproximando mais da cama.Sem pensar direito no que fazia, segurei sua mão. Imediatamente seus olhos se concentraram em mim, roubando meu fôlego.— Vamos lá mocinha, me siga ok? Respira comigo — praticamente sussurrei.Enquanto ela me encarava, forcei minha respiração até que meu peito subia e descia na mesma velocidade nauseante que o dela. Aos poucos, comecei a diminuir, respirando devagar. Foi com muita satisfação que percebi que ela se esforçava para me seguir e depois de algumas tentativas, começou a norma
Já estava a caminho do hospital quando liguei para Oliver, fiquei muito preocupado quando ele contou do acidente, sua voz estava diferente, ele estava abatido. Oliver sempre foi o mais certinho entre nós, sempre se policiando, sempre se preocupando com suas ações, eu era mais aventureiro nessa questão.E falar com ele hoje, só reafirmou o que eu já tinha sabia, ele está extremamente assustado com tudo o que aconteceu. A preocupação dele é palpável, mesmo pelo telefone. Se algo acontecer com essa garota, temo que meu amigo nunca mais será o mesmo.Ele vai se culpar eternamente.Mesmo que agora, eu saiba exatamente como se deu o acidente e que ele esteja isento de culpa, nada vai adiantar se essa garota nunca acordar.Se for necessário culpar alguém, tem que ser eu.É ilógico pensar assim? Claro, mas quem trouxe a maldita da Emilly para nossas vidas foi eu. Sempre que nós conhecemos alguém, somos muito sinceros, em alguns casos, até taxados como grosseiros. Mas ninguém pode nos julgar.
Já tinha lido sobre BDSM e os clubes de fetiches, e admito que era um universo que me atraía, mas nunca pesquisei a fundo e quis me envolver mais. Tinha em mente uma ideia muito antiquada do que se tratava, na minha ignorância era somente sobre dominação e submissão, sendo o público jovens que queriam brincar de cinquenta tons de cinza. Isso não me atraía, não gostava de ideia de ensinar uma mulher fazer o que eu queria ou ter que ficar dando ordens, gostava de mulher ativa que fosse desafiadora tanto na cama quanto fora dela.Por isso, estava dirigindo até o clube Tentacion já com um pré-conceito geral sobre o lugar.Só ia até lá, porque o bendito do Ramon decidiu passar mais tempo lá do que em qualquer outro lugar e eu precisava observá-lo melhor, pegar alguma falha na sua postura sempre tão impecável. Era quase certo que matou aquela jovem, agora sabendo o local que ele frequenta, minhas suspeitas ficam ainda maiores, já que ela foi localizada amarrada a cama. Fetiches, eles disser
Ouvi o bufo descontente de Oliver ao meu lado e fui obrigado a segurar o riso. Era chocante de observar, mas não deixava de ser excitante também, a mulher estava totalmente a sua disposição, parecia até que desejava tudo o que estava acontecendo. Desejava ser punida. Enquanto observava, o homem fez a mulher se dobrar em seus joelhos e sem cerimônia nenhuma, começou estapear a bunda nua sem dó.O semblante de contentamento da mulher foi algo inacreditável. Como podia gostar de apanhar daquela forma? Será que era masoquista? Como um estalo, percebi que aquele mundo era muito mais interessante do que eu pensava a princípio. A submissa tinha poder sim. Ela provavelmente sentiu falta da atenção do seu dominador e do seu jeito, conseguiu ela de volta.Ela o desobedeceu de propósito.Depois de aproximadamente 5 minutos de batidas, em que ela contava baixinho cada tapa que levou e gemia descontroladamente, ele enfiou a mão no meio de suas pernas, rosnou e pegou-a no colo rapidamente. Sem fala