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Capítulo 6 - Oliver

Dia do Acidente

O dia foi terrivelmente exaustivo, os processos estavam se multiplicando e quanto mais resolvia, outros apareciam, como se fossem uma hidra. Aproximadamente às 18hrs, a Srta. Sullivan telefonou, avisando da presença da Emilly.

Porra, que inferno.

Nem tive tempo de inventar qualquer desculpa e Emilly irrompeu pela porta, parecendo que estava a caminho de uma guerra. Muito provavelmente, não teve acesso ao Archie — meu melhor amigo — e veio atormentar a minha vida no escritório novamente.

Se arrependimento matasse.

Eu e Archie aviamos falado com ela há exatas duas semanas, depois de um relacionamento de 02 meses. O que começou consensualmente e com ambos interessados, terminou conosco não suportando ouvir o nome de Emilly. Ela já estava barrada na portaria do prédio, não sei como passou pelos seguranças.

Emilly nos enganou direitinho, no início da nossa relação, fomos claros que não queríamos nada sério e que ela estava liberada a encontrar quem quisesse. Enquanto nosso desejo fosse mútuo, estava tudo certo. Porém, com o passar dos dias, percebemos a enrascada. Ela ficou possessiva. Aparecia no escritório quando queria e causava escândalos com meus clientes. Tal como, aparecia na delegacia e arrumava confusão com as colegas de equipe de Archie.

A gota d'agua foi quando ela conheceu Olivia, que chegou recentemente dos Estados Unidos e estava no bar com a gente comemorando seu retorno. A maluca apareceu sem ser convidada, puxou Olivia da mesa enchendo-a de impropérios e não satisfeita, ameaçou fisicamente e tentou agredi-la. Pensei que Archie enlouqueceria de tão puto que ficou. Nesse dia, chegamos à conclusão que nosso tempo com Emilly findou e tivemos uma conversa franca, que aparentemente não surtiu nenhum efeito.

Lá vamos nós de novo.

— O que faz aqui Emilly? — Questionei bravo

— Vim te ver, estou com saudade. Você e Archie não podem me abandonar dessa forma. Eu amo vocês — Ela soluçou, já começando novamente seu pranto questionável. Era sempre assim, ela aparecia sem ser convidada, chorava de soluçar tentando nos comover, implorava para reatar e quando percebia que nada disso adiantava, começava a berrar aos quatro ventos o quanto éramos horríveis e injustos por abandoná-la. — Vocês precisam entender que eu sou o amor da vida de vocês, aquela que vai conhecer finalmente o quarto no terceiro andar. É tudo para mim, como não percebem?

— Pela última vez, você não pode ficar aparecendo no meu trabalho dessa forma. Já te expliquei tudo várias vezes e parece que não consegue entender. Nosso relacionamento deu o que tinha que dar, não está saudável. Não me force entrar com uma medida preventiva contra você.

— Mas eu amo vocês. — Ela gritou

— Eu não amo você. — Bradei, furioso por precisar frisar isso novamente. — Nosso relacionamento nunca foi a base de amor Emilly, foi só prazer. Nós te avisamos previamente e você aceitou. Eu não me envolvo por amor, não quero amar. Exatamente para evitar esse momento desagradável, que procuramos alguém no clube, que entenda que tudo não passa de prazer, momentos, com o fim previsto. Não fui feito para relacionamentos duradouros.

— Você está errado Oliver. É perfeito para relacionamentos, perfeito para mim. — Ela continua chorando. — Não preciso do Archie como preciso de você.

— Essa discussão não nos levara a nada. Você já sabe o que eu acho, vai embora Emilly.

— Isso não vai acabar assim, não pode acabar assim. Perceba de uma vez que eu sou a mulher da sua vida.

— Emilly, meu dia já foi cheio o suficiente para continuar aqui ouvindo você se lamuriar. Vai embora.

— Oliver, presta atenção, se você não ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém.

— Isso é uma ameaça?

— Não, é um juramento.

Nesse momento percebo que não vou render mais nada no escritório, junto minhas coisas e faço uma anotação mental de enviar um e-mail para a Srta. Sullivan, informando que Emilly está proibida de entrar nos escritórios, porém se aparecer, ela tem permissão de chamar os seguranças para retirarem-na do prédio. Como previsto, Emilly acha que ganhou e me segue até o estacionamento privado que é de uso exclusivo dos advogados sêniores.

Me viro para despachá-la, quando me pede baixinho.

— Pode, pelo menos, me levar até em casa? Vim até aqui de táxi.

Mesmo sabendo que vou me arrepender amargamente, concordo em levá-la, já que o prédio onde ela mora atualmente fica a caminho da minha casa, que está localizada um pouco mais distante da cidade, por que prezo muito pela minha paz de espírito quando estou de folga. Tanto eu, quanto Archie, levamos tempo procurando um lugar bom para fixar residência. Quando descobrimos essa casa, foi um verdadeiro marco. Era perfeita, com 03 andares, bastante espaço, muitos quartos para receber amigos e família, fora que a área de lazer era impressionante. Foi um bom investimento.

Durante o caminho, procurei bloquear Emilly o máximo possível, já que ela continuava o caminho todo se lamuriando do quanto a vida estava triste desde que nosso relacionamento terminou, que não tinha ânimo para sair como antes — o que era mentira, pois já havia visto Emilly em diversos pubs, acompanhada de amigos e homens desconhecidos.

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