Estava tremendo de frio, nada parecia conseguir me aquecer. Mesmo com muitas roupas e cobertores. Não tive outra escolha a não ser bater na porta ao lado.
_O que foi? - ele diz meio sonolento.
_Meu quarto está muito gelado, estou morrendo de frio. Você pode me ajudar por favor. Sei que está tarde e... Me desculpa.
_Tudo bem... - ele responde meio confuso.
Fecha a porta do seu próprio quarto e vai até o meu. Ele se senta ao lado do aquecedor e verifica algumas coisas. Se levanta e sai sem me dizer nada. Algum tempo depois está de volta, tem neve no cabelo e acredito que isso seja um sinal que ele saiu da casa.
Ele abre o aparelho e troca alguma coisa.
_Vai esquentar o quarto agora. Está fazendo trinta graus negativos lá fora, seu aquecedor queimou. Eu já troquei fusível. Vai esquentar logo, logo. Precisa de mais alguma coisa?
_Não... - Respondo analisando seu rosto.
Que merda de homem bonito!
_Então boa noite senhorita.
_Boa noite...
O homem passa por mim e se vai fechando a porta ao sair.
Maluco! Lindo!
Pela manhã acordo com sintomas de um pequeno resfriado. Coriza, dor de cabeça e uma pequena sensação de cansaço. Assim que a senhora Ross me vê corre para perto.
_O que você tem criança? - ela pergunta preocupada.
_Acho que só pequei um resfriado. - Respondo. - o aquecedor do meu quarto queimou então...
_Vou falar com Jammes agora mesmo. - sua fala preocupada é engraçada.
_Não precisa, eu acordei ele ontem e ele já trocou. Obrigada.
_Que tal um café quente com chantily e panquecas? - pergunta animada.
_Tudo bem por mim... - respondo desanimada, não estou com vontade alguma de comer.
_Eu fiz ovos mexidos e muito bacon para o Jammes você pode comer um pouco, não vai ficar sem comer.
_Ok. Vamos comer. - tento demostrar animação. Me sento na mesa e começo a conversar com a simpática senhora.
Assim que o homem loiro chega eu me calo, não sei o que acontece, ele me faz perder o raciocínio. Sei que é patético, mas é bem verdade. Passo o restante do café em silêncio. Me ofereço para ajudar na limpeza e depois estou perdida sem o que fazer, ninguém para conversar e nada na porcaria da TV por satélite.
Tento ler um pouco na sala, que parece ser um espaço comum, quando há hóspedes de verdade, coloco mais lenha na fogueira. Preciso me aquecer. Mas existem somente duas toras.
Coloco meu casaco e luvas, visto as botas de neve e vou até as pilhas de madeira. Acho que estou bastante frustada com essa viagem, eu esperava mais aventuras, conhecer gente nova, quem sabe dar uns amassos no loiro com pinta de mau...
Desconto minha frustração na madeira, sei que os cortes saem errados, no em tanto continuo tentando..
_Você não deveria estar aqui fora, menos ainda partindo lenha. - Ouço a sua voz e faço de conta que não ouvi - Esse não é um trabalho para mulheres... - sua voz está cheia de diversão, me irrito ainda mais - Sabe que está ficando desigual, certo?
_Olha aqui senhor Cooper eu não sei qual é o seu problema, não entendo muito você, talvez você seja meio tantã mesmo, não sei. Mas se puder me deixar em paz, eu ficaria grata.
O safado ri. Não só ri, ele está se matando de rir, gargalhadas divertidas cruzam o ar em direção aos meus ouvidos e eu penso que talvez uma machada na cabeça loira dele não fosse de todo ruim. De repente, ele fica sério e me olha diferente. Sinto um calor subindo e juro que se ele continuar a me olhar assim eu vou agarrar ele, só que não.
_Posso te ensinar se quiser. - Jammes levanta uma sobrancelha de forma inquisidora. Se aproxima de vagar, Cooper parece um tipo de predador. Uma cobra sorrateira pronta para dar o bote.
Ele para a minha frente e essa é a primeira vez que tenho uma dimensão de nossas diferenças, ele é bem mais alto e forte. Os traços do seu rosto desenham um homem maduro, eu não consigo não me sentir uma menina birrenta.
Nossos olhos travam uma batalha, não estou disposta a recuar, espero que ele diga ou fale algo, ele não recua permanece firme como dissesse que não vai desistir, para provar seu ponto ele se aproximou mais.
Tive um pouco de medo do que esse homem poderia fazer. Ele era uma ameaça a minha sanidade e para provar o quanto era capaz de me enlouquece ele me beija. Pelo susto, tento lutar contra seu aperto em minha nuca, tento me afastar, ao mesmo tempo que quero ficar.
O loiro não permite que eu me afaste e continua a me apertar, sua língua pede passagem e eu acabo por ceder novamente. Um beijo duro cheio de posse, ele parece desesperado.
Sou mesmo uma menina idiota porque estou dissolvendo em seus braços, caminho de costas sendo guiada por ele. Estamos em algum tipo de oficina/garagem e o beijo de antes se torna algo bem mais quente.
_ Vem... - ele diz me pegando pela mão.
Eu sigo por quase dez minutos de caminhada sem que ninguém diga nada. Paramos em uma pequena cabana, ele empurra a porta e entra.

Há uma espécie de fogão de metal, uma cama e um banheiro.
_Alguns caçadores preferem a descrição. - Ele diz e fecha a porta. Acende a lareira em silêncio e se senta ao meu lado na cama e volta a beijar.
Sexo
Ele faz seu trabalho tirando minha roupa, Jammes é ágil, suas mãos são firmes e fortes, ele é bom em todo o trabalho que faz. Meu corpo recebe bem o seu. Antes que me dê conta estou seguindo rápido para um orgasmo que promete me levar as alturas.
Ele geme alto e diz coisas que não consigo entender, meu corpo inteiro treme novamente e eu me derreto inteira. Jammes continua seu trabalho em meu corpo em busca do seu próprio alívio. Ele com certeza merece encontrar a felicidade porque me deu ela de um jeito que nunca experimentei.
_Gostosa do caralho. - ele diz depois de sair de cima de mim.
Tenho dificuldade de respirar, meu corpo está muito sensível e me mexer é difícil. Vejo quando ele tira a camisinha e dá um nó, se levanta para ir ao banheiro e eu me viro na cama.
Só preciso de meia hora para descansar...
Acordo com Jammes deitado ao meu lado, ele dorme tranquilo, admiro sua beleza um pouco, me levanto, me visto ainda com olhos presos nele. É uma sensação diferente sair em silêncio deixando um homem nu na cama. Saio de vagar, abro só um pedaço da porta que dê para passar. O frio me recebe e quase me arrependo de estar saindo quando poderia ficar com o calor do corpo forte desse homem lindo.Eu deveria voltar me deitar naquela cama e usar o corpo daquele homem novamente, o problema é que me faltou coragem. Eu gostava de provoca-lo e intimida-lo, depois de todo calor até o momento de estar juntos na cama, então a coragem faltou.Estava tímida, com vergonha.Meu caminho de volta ao hotel, ou casa principal é feita com muitos pensamentos, um deles é que talvez tenha cometido um erro. Abro a porta querendo voltar, um cheiro delicioso de bolo me recebe e sorrio feliz._Onde esteve mocinha? - a senhora pergunta parece
_ Não vamos montar acampamento! Vou fazer as armadilhas cobrir com neve e vamos voltar. Amanhã eu voltou e pego o que encontrar nas armadilhas. Nana está ficando com uns parafusos a menos para ter a ideia de você vir! - reclama emburrado como uma criança de três anos._Tudo bem, eu só estou dizendo o que ela me disse... me desculpa! - cara chato! Eu gostaria de acampar parece legal apesar do frio._São vinte quilômetros... Não tem porque acampar. - ele volta a reclamar.Nem parece que transou a noite, amargo desse jeito!_Vamos em outro lugar. - ele diz virando a moto.Permaneço em silêncio e só deixo que me leve para onde ele quer, não tenho muita escolha também. Ele para a moto e caminha por entre as árvores. A imagem é linda e surpreendente._O gelo pode estar fino então espere. - ele diz se aproximando do rio congelado.Fico parada olhando hipnotizad
Jammes CooperAcho que só percebi o quanto Melany ferrou com a minha mente quando me deparei com a linda jovens de cabelos castanhos claros. Quando Nana me disse que uma jovem estava vindo conhecer o Alasca, eu ri. Pensei que fosse um desses nerds de grandes óculos de armação redonda metidos a ambientalista, quem sabe alguma ativista do greenpace.Fiquei chocado com a menina a minha frente, ele tinha os traços delicados e olhos curiosos. Não parecia uma nerd e menos ainda uma ativista. O que ela estava fazendo ali perdida?Eu não lembro a última vez que estive com uma mulher. Depois da morte do meu pai eu pedi para ser dispensado das forças especiais e vim tocar a propriedade que ele me deixou. O lugar sempre fora bem cuidado, mesmo depois de todos esses anos.Foi ideia minha construir algumas cabanas de caça espalhas pelas terras. Na temporada de caça
_Eu te machuquei? - ele pergunta algum depois de se jogar ao meu lado._Não. - me limito a responder._Você... - ele começa e eu o corto._Cara, foi bom, de verdade, não me machucou. Agora vamos dormir, preciso dormir um pouco para conseguir acordar e voltar com você ao rio._Pode ficar, não precisa ir. - ele diz me olhando. - É perigoso._Eu quero ir. - digo com humor na minha voz._Ok... Eu posso precisar de ajuda ou de um corpo quente para me aquecer. - ele parece querer se confortar com a brincadeira._Vamos dormir. - me viro no meio dos cobertores e sou surpreendida por um abraço._Está muito frio hoje. - ele diz como para se justificar pelo fato de ficar.Sorrio achando engraçado do que ele diz.O dia não tinha amanhecido direito quando saímos. Jammes disse que devíamos ir e voltar logo, fomos em uma úni
Jammes_Tire a roupa. - eu digo a ela, estamos dentro de um iglu, é pequeno e desconfortável, mas é melhor do que me arriscar a voltar a andando e sermos atacados por algum animal. A iluminação é precária, mesmo assim consigo ter um vislumbre da expressão de espanto e indignação._Eu não vou tirar a minha roupa Jammes e não vou transar com você! - ela diz, eu caio na gargalhada sem conseguir me conter._Eu também não quero transar com você princesa - lhe dou um sorriso maldoso - até quero algo de você... - deixo no ar a informação só para ver sua reação - eu quero o calor do seu corpo porque preciso me aquecer._Eu não vou ficar nua. - ela fala cheia de si e eu solto uma risada anasalada._ Se não quer ficar nua tudo bem, não tem nada que eu não tenha visto e posto a boca aí. - digo só para provoca-la._Você... - tampo sua boca com a minha para não ser
Pela manhã estávamos cansados, dormimos mal e revezamos entre dormir e vigiar. Quando abri meus olhos Jammes me deu o mais lindo dos sorrisos saímos da casa de gelo com cuidado olhando ao redor a procura dos nossos amiguinhos famintos. Por sorte eles não conseguiram entrar e nem estavam ao nosso redor naquela manhã.O homem deu a volta pela estrutura de gelo cobriu os lugares onde os bichos fizeram buraco. Caminhamos até o rio e conseguimos por sorte dois peixes grandes. O sol brilhava no céu azul, infelizmente ele não era capaz de aquecer o frio tenebroso._Vamos fazer uma fogueira e derreter esse gelo para termos água e cozinhar._Fazer uma fogueira como!? Isso é gasolina congelada? - zombo fazendo careta e apontando para o branco sob nossos pés._Você é muito gostosa... Pena que falta inteligência. - o babaca Cooper diz como se me desse bom dia._ Rá, rá... - imito uma risada. - Quero dizer
Tudo acontece muito rápido o gelo ao redor de Jammes começa a trincar, ele e eu eu nos afastamos um do outro, me deito como ele pede para fazer, assim o peso se espalha e o risco de rachar completamente é menor. Me arrasto o mais rápido que posso ainda olhando vez ou outra ao redor.Ainda estou com medo...Chegamos a margem em segurança, nos colocamos de pé e outro Jacob bonitinho sai de não sei onde pulando em cima do homem. No susto e quase que por impulso eu atiro três vezes no animal e Jammes também o acerta logo depois.O lobo consegue atingir Jammes que pisa em falso e torce o pé, caindo e rasgando o braço em algo que não consigo ver._Caralho! - grito ao ver o sangue verter por seu braço. - Você está bem? - Olho em volta a procura de mais uma pelúcia do mal. - Isso parece ter sido fundo..._Eu estou bem... - ele diz enquanto seus olhos me examinam. - Você está bem? Parece tensa.
_Jammes? - alguém chama do lado de fora nós nos olhamos confusos. - sou eu, Clivelent... Vocês estão feridos?_Não. - Jammes responde ao mesmo tempo que eu digo sim._Eu vou entrar e ver como estão. - o homem diz._Não!!! - gritamos juntos. - espera um pouco. - o homem ao meu lado completa. - Nosso resgate chegou princesa.Toda vez que Jammes me chamava de princesa havia uma ironia palpável na sua voz, não dessa vez. E isso me deixou ainda mais estranha. O que tinha acontecido? O que mudou?Jammes se veste rápido e logo está se arrastando para sair. Ouço ele falando com mais alguém. Ao que parece tem pelo menos mais três homens do lado de fora. Me visto, junto nossas coisas nas mochilas e as empurro para fora antes de sair.Um homem me ajuda a sair e levantar, ele sorri simpático. É um homem de mais ou menos cinquenta anos, parece um índio, por isso acredito que provavelmente tem mais. Ele me oferece uma garrafa térmica com