Jammes disse que sairia para caçar, segundo ele a temporada de caça acabou mas ele precisa caçar para comer. Pelo que parece toda a proteína que esse homem come é fruto do seu trabalho, ou caça. É sexy com certeza!
Acordei no meio da madrugada e fui com ele caçar. Já estive em algumas aulas de tiro, mas nunca tinha colocado minhas mãos em um rifle, por isso não dispensei a tarefa de atirar.
Esse era meu terceiro dia e o senhor seriedade se quer falou comigo direito. Percebi seu olhar cheio de deboche quando fui até uma parte do terreno onde havia algumas madeiras para virarem lenha. Foi uma tarefa difícil e a senhora Ross se divertiu com meu mau jeito.
Mesmo assim me diverti em cortar a lenha. Quero fazer isso, quero aprender e viver como eles vivem. Foram apenas dois troncos, suficientes para me deixarem cansada e as minhas mãos que não estão acostumadas a pegar num machado ficaram feridas.
Estamos indo para qualquer lugar na imensidão branca levados por um trenó. Ele carrega um rifle preso as costas e uma pistola na cintura, fora a faca que está presa perto da canela direita. Eu tenho uma pistola também, presa no coudre que está amarrado a minha perna. Segundo Jammes tenho que ter algo para me defender, caso um urso resolva nos atacar, eu particularmente adoraria brincar um pouco com a faca que ele carrega.
Jammes não confia em mim. Não parece satisfeito em me levar para suas caçadas e essas coisas legais que ele deve fazer. Ele me olha como se eu fosse uma criança e estou disposta a mostrar que não é bem assim. Me decidi que quero ele, a menos que tenha compromisso
Ele grita fazendo um barulho estranho e os cachorros param. O lugar é cercado de árvores altas, pinheiros eu acho. Um lago está logo a frente, congelado provavelmente. É tudo tão bonito e branco.
Enquanto olho em volta admirando o lugar e paisagem o homem prende o trenó, pega uma mochila e caminha a minha frente. Ele não me chamou ou foi gentil comigo, ele nunca é.
Enquanto a senhora é super simpática e me trata bem, ele parece não me querer por perto. - Dane-se. - Só quero poder viver as experiências que tanto desejo. Um braço está esticado a minha frente, paro e olho para o homem grande e forte ao meu lado.
_Não faça barulho! - ele sussurra. - Delícia de voz! Já disse que quero esse homem?
Não respondo, obedeço apenas.
Vejo ele mirar em alguma coisa e depois de um tempo resmungar um xingamento. Não posso mentir ele é bonito e me atrai. Principalmente quando se quer está me olhando, não é o que geralmente acontece...
Caminhamos mais para dentro das árvores, vamos devagar. O lugar está cheio de neve e meus pés afundam, a neve cobre até meus joelhos e está ficando difícil caminhar.
É cansativo.
Estou bufando de tão cansada, quero pedir para que ele pare e espere um pouco até que eu tome fôlego. Se o fizer talvez ele não aceite me trazer novamente, então eu fico calada e me esforço ainda mais.
Depois de duas horas de caminhada e algumas poucas paradas ele para mira em algo abaixo de nós. Um cervo. Ele está abaixado, assim como eu. Reparo em sua concentração e em sua respiração controlada.
Ouço o som alto ao meu lado e me assusto. A bala corta o ar e atinge o animal alguns metros de nós. O homem sorri de lado e se ergue, ele caminha a minha frente em silêncio, vejo ele pegar o animal e colocá-lo sobre os ombros e depois voltar até onde estávamos.
Caminhamos de volta até o trenó. Ele coloca o animal morto em um outro trenó que é ligado ao nosso. Depois de cobrir o bichinho ele me faz subir no trenó e voltar para casa.
Não trocamos muitas palavras e as vezes eu gosto disso.
A noite aqui é bonita. A Aurora boreal brilha no céu. É a coisa mais linda que já tive a oportunidade de ver. Estou apaixonada com esse lugar.

Seus tons de verde são exuberantes.
Na casa há um corredor feito de vidro que leva até uma piscina aquecida. A senhora Ross disse que ligaria o gerador e deixaria a piscina pronta para uso no dia seguinte, não estava muito afim de esperar. Por isso, fui até o lugar. A água não estava quente e também não chegava a estar fria. Uma temperatura razoável eu diria.
Vestida com um maiô preto eu pulei na água. Estava passando meu tempo ali quando percebi que alguém também estava parado lá. Jammes.
_Oi... - digo me sentindo um animal acuado. - a senhora Ross disse que eu poderia nadar...
_Não costumo ligar o aquecedor da piscina nessa época. - ele fala enquanto caminha em volta da piscina. - talvez seja uma boa experiência.
Vejo o homem tirar seu casaco e então a calça, e a camisa, o homem é ainda mais bonito sem toda aquela roupa, ele entra na água e me olha um longo tempo. Estou me sentindo um pouco estranha, intimidada.
_Quantos anos você tem? - essa é a primeira vez que ele começa um diálogo, por isso, e só por isso respondo a pergunta.
_Vinte. E você?
_Trinta e cinco. Porque escolher o Alaska? Poderia estar em algum lugar quente, com sol, areia, água de côco talvez...
_Gosto de aventura. Sempre tive curiosidade para conhecer esse pedaço do mundo, então... - dou de ombros. - Por que não?
_Pensei que fosse desistir ou ficar com medo hoje durante a caçada. - olhos azuis curiosos estão presos em mim quando ele se aproxima. - Tenho que admitir você tem coragem. - dá de ombros.
_Obrigada!? - minha voz sai mais como pergunta zombeteira.
_Não é para agradecer... A coragem as vezes é sinônimo de burrice. - ele cospe as palavras.
_Wow!!! - acho que o problema dele de mal humor é mais sério do pensei. - estava tentando um diálogo aqui! - tem humor na minha voz - pensei que fossemos ser amigos, estavamos indo bem. - pisco pra ele.
Ele sorri e que sorriso!
_Você é muito bonita, seu namorado não acha ruim que viaje sozinha? - Opa! Temos alguém interessado aqui!?
_Não tenho namorado, se tivesse ele não me impediria de viajar. Gosto da liberdade. - esclareço.
_Claro. A liberdade. - outra vez sua voz sai amarga.
O homem passa mim, sobe as escadas, pega suas roupas e vai embora sem dizer nada.
Que diabos foi isso?
Eu estou louca ou ele é bipolar?
Estava tremendo de frio, nada parecia conseguir me aquecer. Mesmo com muitas roupas e cobertores. Não tive outra escolha a não ser bater na porta ao lado._O que foi? - ele diz meio sonolento._Meu quarto está muito gelado, estou morrendo de frio. Você pode me ajudar por favor. Sei que está tarde e... Me desculpa._Tudo bem... - ele responde meio confuso.Fecha a porta do seu próprio quarto e vai até o meu. Ele se senta ao lado do aquecedor e verifica algumas coisas. Se levanta e sai sem me dizer nada. Algum tempo depois está de volta, tem neve no cabelo e acredito que isso seja um sinal que ele saiu da casa.Ele abre o aparelho e troca alguma coisa._Vai esquentar o quarto agora. Está fazendo trinta graus negativos lá fora, seu aquecedor queimou. Eu já troquei fusível. Vai esquentar logo, logo. Precisa de mais alguma coisa?_Não... - Respondo analisando seu rost
Acordo com Jammes deitado ao meu lado, ele dorme tranquilo, admiro sua beleza um pouco, me levanto, me visto ainda com olhos presos nele. É uma sensação diferente sair em silêncio deixando um homem nu na cama. Saio de vagar, abro só um pedaço da porta que dê para passar. O frio me recebe e quase me arrependo de estar saindo quando poderia ficar com o calor do corpo forte desse homem lindo.Eu deveria voltar me deitar naquela cama e usar o corpo daquele homem novamente, o problema é que me faltou coragem. Eu gostava de provoca-lo e intimida-lo, depois de todo calor até o momento de estar juntos na cama, então a coragem faltou.Estava tímida, com vergonha.Meu caminho de volta ao hotel, ou casa principal é feita com muitos pensamentos, um deles é que talvez tenha cometido um erro. Abro a porta querendo voltar, um cheiro delicioso de bolo me recebe e sorrio feliz._Onde esteve mocinha? - a senhora pergunta parece
_ Não vamos montar acampamento! Vou fazer as armadilhas cobrir com neve e vamos voltar. Amanhã eu voltou e pego o que encontrar nas armadilhas. Nana está ficando com uns parafusos a menos para ter a ideia de você vir! - reclama emburrado como uma criança de três anos._Tudo bem, eu só estou dizendo o que ela me disse... me desculpa! - cara chato! Eu gostaria de acampar parece legal apesar do frio._São vinte quilômetros... Não tem porque acampar. - ele volta a reclamar.Nem parece que transou a noite, amargo desse jeito!_Vamos em outro lugar. - ele diz virando a moto.Permaneço em silêncio e só deixo que me leve para onde ele quer, não tenho muita escolha também. Ele para a moto e caminha por entre as árvores. A imagem é linda e surpreendente._O gelo pode estar fino então espere. - ele diz se aproximando do rio congelado.Fico parada olhando hipnotizad
Jammes CooperAcho que só percebi o quanto Melany ferrou com a minha mente quando me deparei com a linda jovens de cabelos castanhos claros. Quando Nana me disse que uma jovem estava vindo conhecer o Alasca, eu ri. Pensei que fosse um desses nerds de grandes óculos de armação redonda metidos a ambientalista, quem sabe alguma ativista do greenpace.Fiquei chocado com a menina a minha frente, ele tinha os traços delicados e olhos curiosos. Não parecia uma nerd e menos ainda uma ativista. O que ela estava fazendo ali perdida?Eu não lembro a última vez que estive com uma mulher. Depois da morte do meu pai eu pedi para ser dispensado das forças especiais e vim tocar a propriedade que ele me deixou. O lugar sempre fora bem cuidado, mesmo depois de todos esses anos.Foi ideia minha construir algumas cabanas de caça espalhas pelas terras. Na temporada de caça
_Eu te machuquei? - ele pergunta algum depois de se jogar ao meu lado._Não. - me limito a responder._Você... - ele começa e eu o corto._Cara, foi bom, de verdade, não me machucou. Agora vamos dormir, preciso dormir um pouco para conseguir acordar e voltar com você ao rio._Pode ficar, não precisa ir. - ele diz me olhando. - É perigoso._Eu quero ir. - digo com humor na minha voz._Ok... Eu posso precisar de ajuda ou de um corpo quente para me aquecer. - ele parece querer se confortar com a brincadeira._Vamos dormir. - me viro no meio dos cobertores e sou surpreendida por um abraço._Está muito frio hoje. - ele diz como para se justificar pelo fato de ficar.Sorrio achando engraçado do que ele diz.O dia não tinha amanhecido direito quando saímos. Jammes disse que devíamos ir e voltar logo, fomos em uma úni
Jammes_Tire a roupa. - eu digo a ela, estamos dentro de um iglu, é pequeno e desconfortável, mas é melhor do que me arriscar a voltar a andando e sermos atacados por algum animal. A iluminação é precária, mesmo assim consigo ter um vislumbre da expressão de espanto e indignação._Eu não vou tirar a minha roupa Jammes e não vou transar com você! - ela diz, eu caio na gargalhada sem conseguir me conter._Eu também não quero transar com você princesa - lhe dou um sorriso maldoso - até quero algo de você... - deixo no ar a informação só para ver sua reação - eu quero o calor do seu corpo porque preciso me aquecer._Eu não vou ficar nua. - ela fala cheia de si e eu solto uma risada anasalada._ Se não quer ficar nua tudo bem, não tem nada que eu não tenha visto e posto a boca aí. - digo só para provoca-la._Você... - tampo sua boca com a minha para não ser
Pela manhã estávamos cansados, dormimos mal e revezamos entre dormir e vigiar. Quando abri meus olhos Jammes me deu o mais lindo dos sorrisos saímos da casa de gelo com cuidado olhando ao redor a procura dos nossos amiguinhos famintos. Por sorte eles não conseguiram entrar e nem estavam ao nosso redor naquela manhã.O homem deu a volta pela estrutura de gelo cobriu os lugares onde os bichos fizeram buraco. Caminhamos até o rio e conseguimos por sorte dois peixes grandes. O sol brilhava no céu azul, infelizmente ele não era capaz de aquecer o frio tenebroso._Vamos fazer uma fogueira e derreter esse gelo para termos água e cozinhar._Fazer uma fogueira como!? Isso é gasolina congelada? - zombo fazendo careta e apontando para o branco sob nossos pés._Você é muito gostosa... Pena que falta inteligência. - o babaca Cooper diz como se me desse bom dia._ Rá, rá... - imito uma risada. - Quero dizer
Tudo acontece muito rápido o gelo ao redor de Jammes começa a trincar, ele e eu eu nos afastamos um do outro, me deito como ele pede para fazer, assim o peso se espalha e o risco de rachar completamente é menor. Me arrasto o mais rápido que posso ainda olhando vez ou outra ao redor.Ainda estou com medo...Chegamos a margem em segurança, nos colocamos de pé e outro Jacob bonitinho sai de não sei onde pulando em cima do homem. No susto e quase que por impulso eu atiro três vezes no animal e Jammes também o acerta logo depois.O lobo consegue atingir Jammes que pisa em falso e torce o pé, caindo e rasgando o braço em algo que não consigo ver._Caralho! - grito ao ver o sangue verter por seu braço. - Você está bem? - Olho em volta a procura de mais uma pelúcia do mal. - Isso parece ter sido fundo..._Eu estou bem... - ele diz enquanto seus olhos me examinam. - Você está bem? Parece tensa.