_Eu te machuquei? - ele pergunta algum depois de se jogar ao meu lado.
_Não. - me limito a responder.
_Você... - ele começa e eu o corto.
_Cara, foi bom, de verdade, não me machucou. Agora vamos dormir, preciso dormir um pouco para conseguir acordar e voltar com você ao rio.
_Pode ficar, não precisa ir. - ele diz me olhando. - É perigoso.
_Eu quero ir. - digo com humor na minha voz.
_Ok... Eu posso precisar de ajuda ou de um corpo quente para me aquecer. - ele parece querer se confortar com a brincadeira.
_Vamos dormir. - me viro no meio dos cobertores e sou surpreendida por um abraço.
_Está muito frio hoje. - ele diz como para se justificar pelo fato de ficar.
Sorrio achando engraçado do que ele diz.
O dia não tinha amanhecido direito quando saímos. Jammes disse que devíamos ir e voltar logo, fomos em uma úni
Jammes_Tire a roupa. - eu digo a ela, estamos dentro de um iglu, é pequeno e desconfortável, mas é melhor do que me arriscar a voltar a andando e sermos atacados por algum animal. A iluminação é precária, mesmo assim consigo ter um vislumbre da expressão de espanto e indignação._Eu não vou tirar a minha roupa Jammes e não vou transar com você! - ela diz, eu caio na gargalhada sem conseguir me conter._Eu também não quero transar com você princesa - lhe dou um sorriso maldoso - até quero algo de você... - deixo no ar a informação só para ver sua reação - eu quero o calor do seu corpo porque preciso me aquecer._Eu não vou ficar nua. - ela fala cheia de si e eu solto uma risada anasalada._ Se não quer ficar nua tudo bem, não tem nada que eu não tenha visto e posto a boca aí. - digo só para provoca-la._Você... - tampo sua boca com a minha para não ser
Pela manhã estávamos cansados, dormimos mal e revezamos entre dormir e vigiar. Quando abri meus olhos Jammes me deu o mais lindo dos sorrisos saímos da casa de gelo com cuidado olhando ao redor a procura dos nossos amiguinhos famintos. Por sorte eles não conseguiram entrar e nem estavam ao nosso redor naquela manhã.O homem deu a volta pela estrutura de gelo cobriu os lugares onde os bichos fizeram buraco. Caminhamos até o rio e conseguimos por sorte dois peixes grandes. O sol brilhava no céu azul, infelizmente ele não era capaz de aquecer o frio tenebroso._Vamos fazer uma fogueira e derreter esse gelo para termos água e cozinhar._Fazer uma fogueira como!? Isso é gasolina congelada? - zombo fazendo careta e apontando para o branco sob nossos pés._Você é muito gostosa... Pena que falta inteligência. - o babaca Cooper diz como se me desse bom dia._ Rá, rá... - imito uma risada. - Quero dizer
Tudo acontece muito rápido o gelo ao redor de Jammes começa a trincar, ele e eu eu nos afastamos um do outro, me deito como ele pede para fazer, assim o peso se espalha e o risco de rachar completamente é menor. Me arrasto o mais rápido que posso ainda olhando vez ou outra ao redor.Ainda estou com medo...Chegamos a margem em segurança, nos colocamos de pé e outro Jacob bonitinho sai de não sei onde pulando em cima do homem. No susto e quase que por impulso eu atiro três vezes no animal e Jammes também o acerta logo depois.O lobo consegue atingir Jammes que pisa em falso e torce o pé, caindo e rasgando o braço em algo que não consigo ver._Caralho! - grito ao ver o sangue verter por seu braço. - Você está bem? - Olho em volta a procura de mais uma pelúcia do mal. - Isso parece ter sido fundo..._Eu estou bem... - ele diz enquanto seus olhos me examinam. - Você está bem? Parece tensa.
_Jammes? - alguém chama do lado de fora nós nos olhamos confusos. - sou eu, Clivelent... Vocês estão feridos?_Não. - Jammes responde ao mesmo tempo que eu digo sim._Eu vou entrar e ver como estão. - o homem diz._Não!!! - gritamos juntos. - espera um pouco. - o homem ao meu lado completa. - Nosso resgate chegou princesa.Toda vez que Jammes me chamava de princesa havia uma ironia palpável na sua voz, não dessa vez. E isso me deixou ainda mais estranha. O que tinha acontecido? O que mudou?Jammes se veste rápido e logo está se arrastando para sair. Ouço ele falando com mais alguém. Ao que parece tem pelo menos mais três homens do lado de fora. Me visto, junto nossas coisas nas mochilas e as empurro para fora antes de sair.Um homem me ajuda a sair e levantar, ele sorri simpático. É um homem de mais ou menos cinquenta anos, parece um índio, por isso acredito que provavelmente tem mais. Ele me oferece uma garrafa térmica com
Chegamos no hotel e os homens se espalharam, Jammes deu algumas ordens e saiu assim que eu entrei. A doce senhora Ross estava aflita esperando no Hall de entrada._Graças a Deus! - ela diz ao me ver - Você está bem? Está com fome? - ela dispara enquanto seus olhos procuram algo de errado comigo._Quero um banho, depois comer. Me sinto tão suja e... Fedida! - Nana sorri._Não está fedendo coizissíma nenhuma! - Venha, vou preparar um banho para você.No meu quarto ela prepara a banheira e toalhas limpas e cheirosas, me aquece por dentro todo esse carinho e cuidado. Ela me ajuda a tirar a roupa e as leva dizendo que irá lava-las. Sozinha no banheiro entro na banheira feliz por ter tanta água quentinha.A porta do banheiro se abre, estou ocupada de mais com meus olhos fechados para me preocupar com o que Nana está fazendo. Ela espalha sais de banho ou qualquer coisa do tipo na água, posso ouvir o b
Jammes Cooper_Se case com uma mulher que queira cuidar de você meu filho, mesmo que ela saiba que pode o fazer sozinho. - meu pai diz quando conto a ele que pretendo pedir Melany em casamento. Meu velho nunca gostou da mulher, nunca se importou em demostrar o contrário. Esse foi um dos poucos conselhos amorosos que recebi do meu pai. Enquanto olho para Luanna é impossível não fazer as comparações."Tinha levado um tiro de raspão no ombro, uma parte da pele se soltou, estava bem feio. Eu estava sentado tentando tirar a camisa suada depois de tirar o colete. Melany entrou no meu quarto e riu de mim._Você está bem fodido cara! Acho que deveria ir ao ambulatório, talvez uns pontos ajudem a parecer menos feio._Você deveria estar me cobrindo soldado. - digo com um tom de brincadeira, no fundo nós dois sabemos que eu poderia ter
Eu não consegui me sentar porque Jammes me puxou para seu colo, foi quase impossível não corar, mesmo tentando agir normalmente._Então senhorita... - o senhor com traços indigenas pergunta._Mansur - o caçador responde._Luanna - digo olhando para Jammes de soslaio e lançando um sorriso desafiando ele a dizer o contrário. - gosto de ser chamada pelo meu primeiro nome._Você é onde? - o velho índio pergunta._Brasil. - respondo simplesmente. - O senhor é?_Longe... - o velho responde antes de lançar um olhar analisador ao homem atrás de mim. - Desculpe, meu nome é Harik eu sou nativo dessas terras, nasci aqui e nunca saí dessas terras._Você parece um índio, tipo Pocahontas. - acho graça das minhas próprias divagações._Um nativo. - Jammes concorda e explica ao mesmo tempo._Quantos anos tem? - o tio Cooper pergunta._Charles... - o homem de gelo pede e eu acho graça._Vinte. Pode não parecer m
Tem quatro longos dias que eu não recebo uma visita de Jammes ou um olhar que não seja o duro. Não consigo entender esse homem, ele é bem bi-polar. Primeiro age como um cara apaixonado e agora simplesmente some. Sem contar que ontem ele apareceu com o côco virado, até com Nana ele reclamou!Vai entender...Eu o vi chorando no colo de Nana como uma criança na madrugada. Eu me escondi como uma espiã e fui atrás dos sons de lamúria que cortavam o silêncio do hotel, agi como uma criminosa. Confesso que me senti mal vendo-o daquela forma, é bem estressante ver alguém sofrer e não poder fazer nada.Mesmo longe eu percebi que o tecido da calça da senhora Ross estava molhado pelas lágrimas do homem. O que quer que tenha acontecido foi bem marcante na vida dele, a ferida ainda está aberta e sangrando.Não é da minha conta o que aconteceu com Jammes, então porque me sinto estranha? Olhando para ele ago