—Desculpe-me, —o ouço dizer. Mas, não digo nada, continuo em minha posição, apenas balançando a cabeça para aceitar suas palavras.Não sei quanto tempo se passou. Mas a realidade me acorda quando a porta do meu lado é aberta e um par de mãos me pega.—Perdoe-me Sam, a raiva me cegou, por favor! Vamos tomar café da manhã e conversar?Desço com ele e entramos num café, depois de arrumarem um lugar para nós, eu pego suas mãos gentilmente.—Deixe-me ver suas mãos —Vários nós dos seus dedos sangram e eu balanço a cabeça.Ankarali está olhando para o infinito com um rosto desarticulado. Já nos serviram o café da manhã, mas ele não comeu nada.—Depois que terminarmos aqui, vamos comprar roupas para esta noite —ele disse sem olhar para mim, como se nada tivesse acontecido.Um nó se forma em minha garganta quando vejo que ele não está prestando atenção no que eu digo, ele se foi mesmo estando ali sentado. Saio de minha cadeira e me sento bem do lado dele.—Faremos como você diz —eu digo, segur
Quero sair do local, pois tenho certeza de que, se vejo o rosto daquela mulher louca novamente, vou fazer alguma besteira.Um puxão mais forte do necessário me faz voltar atrás.—Sam, o que aconteceu? Por que está indo embora assim? —A expressão do Adriel é incrédula, fazendo minha raiva aumentar.—Você está naquele team, Adriel...? Ou devo chamá-lo de irmãozinho? — Eu cuspo essas palavras nele sem pensar, enquanto a raiva transborda em cada gesto meu.—O quê? Não sei do que você está falando! Como acha que eu me prestaria a uma coisa dessas? —ele responde com raiva.—Não confio em ninguém neste momento...— Eu me solto de seu aperto, mas ele rapidamente me agarra. Seu aperto é ainda mais forte do que antes, e meu rosto se encolhe em uma careta de dor.—Tire suas mãos de cima dela! —Um empurrão faz Adriel tropeçar para trás e, no momento, ele consegue coordenar o movimento. O rosto do Ângelo parece irritado e agitado.Estou cansada pra caramba de tudo isso e não parei para saber o que
Não....Isso não pode estar acontecendo.Isabella está literalmente em cima do Ângelo, beijando-o, apalpando seu corpo... e ele, é claro, está beijando-a de volta.Eu me viro lentamente para sair do local o mais rápido possível, indo ao banheiro para fazer o que vim fazer e consertar minha maquiagem destruída.Não sei quanto tempo se passou desde o momento em que entrei no banheiro, não sei, eu precisava controlar o tremor involuntário que meu corpo produzia. Precisava urgentemente parar de derramar lágrimas incontidas, precisava mudar a cor do meu rosto avermelhado.O rosto chocado do Adriel não para de me olhar nem por um segundo e, assim que ele tenta falar para me perguntar algo, o piano começa a tocar.Os convidados se levantam batendo palmas e as damas de honra entram, jogando flores coloridas por todo o carpete.—Sam... O que tem de errado com você? —Adriel finalmente se pronuncia no meio de tudo isso, em um tom baixo às minhas costas.Eu apenas balanço minha cabeça. Não há mai
O Joshua para o carro em frente de uma lanchonete. Saímos do carro e entramos no local. Sei que ele quer conversar, mas está demorando.Logo depois de pedirmos uma pizza e refrigerante, sentamos em uma mesa para esperar a comida.A ansiedade começa a me afetar.—Então você o conhece? —ele pergunta olhando para mim—Mais ou menos... —Respondo monotonamente—. E o que foi com ele?—Sam, ouvi dizer que está convidando você para trabalhar com eles.O quê?Meu rosto chocado alerta o Joshua, que rapidamente acena com as mãos para mim como um sinal para esperar e ouvir o que ele tem pra falar.—Sami, às vezes você briga comigo porque eu desapareço, estamos nessa merd@ há anos, tentando nos esconder do nosso passado, mas não dá mais...Acabou!—O que você quer dizer com isso? — pergunto.—Já pagamos o suficiente, além disso, estou indo muito bem, estou investindo, conquistei cargos importantes, portanto, vou manter o que resta da nossa família e vamos limpar o nome dela, em homenagem à nossa
Meu lábio superior começa a tremer sem qualquer contemplação. O calor e o suor se depositam em meu corpo. O terror tomou conta de mim completamente, as vozes do passado começam a sussurrar em minha mente.—Ladrões, vocês são uma miséria, paguem pelo que fizeram conosco! —grita um grupo de homens atrás de nós.O Joshua segura minha mão com força enquanto saímos da escola, caminhando quase em um pulo. Meus pés parecem desajeitados pelo medo, tropeçando a cada passo.Atravessamos a esquina, mas de alguma forma entramos em uma rua bastante estreita. Viro-me para trás e vejo que, de todos os que estavam nos vaiando, três deles ainda estão nos seguindo.—Não olhe —diz meu irmão em um sussurro. No entanto, isso não adianta, os caras rapidamente nos alcançam e nos empurram com tanta força que perco o equilíbrio junto com o Josh, na queda raspo meus joelhos e parte das minhas mãos.Levanto o rosto para procurar Joshua e os homens estão batendo nele com tanta selvageria que começo a temer por s
—Anne, Sami...O silêncio é doloroso, quase uma tortura. Joshua entra inconsciente de que todos os olhares estão voltados para ele. A tensão em meus ombros é como se eu tivesse vários quilos em cima de mim. Não sei o que fazer, não sei o que dizer. Este é um pesadelo que se apoderou de mim.O rosto do Ângelo está duro como uma rocha, impenetrável. Joshua, por outro lado, franze a testa em confusão.—Quem ele é? —pergunta meu irmão, fechando a porta.—A pergunta correta seria... Quem é você? —diz o Ângelo, com sua voz mais áspera do que nunca. Ele se vira na minha direção e continua—. E por que esse homem tem uma chave do seu apartamento?—Josh... Sam se sentiu mal e seu chefe a trouxe até aqui —interrompe Anne da forma mais medrosa possível.Meus olhos tiram o olhar do Ângelo e se conectam com o olhar do Josh, implorando para que ele consiga entender minha mensagem.Um gesto de raiva eu encontro neles... Mas, para ser mais exato, tem gestos de raiva no apartamento todo.—Para responde
Chegamos a um restaurante italiano bastante agradável. Meu irmão sabe que estou morrendo de vontade de comer macarrão, mas apesar do fato de eu não ter comido quase nada estes dias, meu apetite é quase nulo.A empolgação que vejo no rosto da Anne não é suficiente para animar o meu, meu objetivo principal, o meu diploma, me deixa satisfeita, mas é só isso. Ter meu irmão ao meu lado me faz sentir segura, mas ainda não estou satisfeita.Dou vários tapas mentais em mim mesma, principalmente por pensar em tudo isso, por ser tão ingrata nesse momento, tendo o que sempre sonhei, meu irmão ao meu lado, cumprindo minha meta da formatura e me embarcando em um novo futuro.O buraco que está ficando cada vez mais fundo no meu peito é doloroso, ainda tenho a ansiedade de que eu estava prestes a falar com o Ângelo, para esclarecer tudo, para ficar em paz com ele e em paz comigo mesma. Não consigo explicar o quanto sinto falta dele, e não consigo parar de pensar que, se isso não estivesse acontecend
Uma vibração permanente com um tom específico traz minha consciência de volta à realidade. Eu me remexo lentamente em minha cama, sem querer acordar.Meu celular continua tocando, pensei em ignorá-lo e assim o barulho pararia, mas acho que a pessoa que está ligando não vai desistir. Abro os olhos lentamente e uma dor na parte frontal da cabeça me atinge. Enrugo a testa e coloco a mão sobre ela. Exagerei nos drinques e agora minha cabeça vai pagar pelo erro.Procuro meu telefone para silenciar o toque que piora a dor na minha cabeça.Levanto-me rapidamente, pego minha bolsa e jogo fora tudo o que está nela, fazendo com que meu celular caia no chão também.O nome do Ângelo Ankarali aparece na tela e eu dou um gole forte que aguça meu peito, até minhas mãos começam a tremer.—Oi?—Não pense nem por um segundo que eu me esqueci de você! Também não pense que vou deixar a comemoração de sua formatura passar em branco. Espero que esteja pronta em vinte minutos, porque estou a caminho da sua