O Joshua para o carro em frente de uma lanchonete. Saímos do carro e entramos no local. Sei que ele quer conversar, mas está demorando.Logo depois de pedirmos uma pizza e refrigerante, sentamos em uma mesa para esperar a comida.A ansiedade começa a me afetar.—Então você o conhece? —ele pergunta olhando para mim—Mais ou menos... —Respondo monotonamente—. E o que foi com ele?—Sam, ouvi dizer que está convidando você para trabalhar com eles.O quê?Meu rosto chocado alerta o Joshua, que rapidamente acena com as mãos para mim como um sinal para esperar e ouvir o que ele tem pra falar.—Sami, às vezes você briga comigo porque eu desapareço, estamos nessa merd@ há anos, tentando nos esconder do nosso passado, mas não dá mais...Acabou!—O que você quer dizer com isso? — pergunto.—Já pagamos o suficiente, além disso, estou indo muito bem, estou investindo, conquistei cargos importantes, portanto, vou manter o que resta da nossa família e vamos limpar o nome dela, em homenagem à nossa
Meu lábio superior começa a tremer sem qualquer contemplação. O calor e o suor se depositam em meu corpo. O terror tomou conta de mim completamente, as vozes do passado começam a sussurrar em minha mente.—Ladrões, vocês são uma miséria, paguem pelo que fizeram conosco! —grita um grupo de homens atrás de nós.O Joshua segura minha mão com força enquanto saímos da escola, caminhando quase em um pulo. Meus pés parecem desajeitados pelo medo, tropeçando a cada passo.Atravessamos a esquina, mas de alguma forma entramos em uma rua bastante estreita. Viro-me para trás e vejo que, de todos os que estavam nos vaiando, três deles ainda estão nos seguindo.—Não olhe —diz meu irmão em um sussurro. No entanto, isso não adianta, os caras rapidamente nos alcançam e nos empurram com tanta força que perco o equilíbrio junto com o Josh, na queda raspo meus joelhos e parte das minhas mãos.Levanto o rosto para procurar Joshua e os homens estão batendo nele com tanta selvageria que começo a temer por s
—Anne, Sami...O silêncio é doloroso, quase uma tortura. Joshua entra inconsciente de que todos os olhares estão voltados para ele. A tensão em meus ombros é como se eu tivesse vários quilos em cima de mim. Não sei o que fazer, não sei o que dizer. Este é um pesadelo que se apoderou de mim.O rosto do Ângelo está duro como uma rocha, impenetrável. Joshua, por outro lado, franze a testa em confusão.—Quem ele é? —pergunta meu irmão, fechando a porta.—A pergunta correta seria... Quem é você? —diz o Ângelo, com sua voz mais áspera do que nunca. Ele se vira na minha direção e continua—. E por que esse homem tem uma chave do seu apartamento?—Josh... Sam se sentiu mal e seu chefe a trouxe até aqui —interrompe Anne da forma mais medrosa possível.Meus olhos tiram o olhar do Ângelo e se conectam com o olhar do Josh, implorando para que ele consiga entender minha mensagem.Um gesto de raiva eu encontro neles... Mas, para ser mais exato, tem gestos de raiva no apartamento todo.—Para responde
Chegamos a um restaurante italiano bastante agradável. Meu irmão sabe que estou morrendo de vontade de comer macarrão, mas apesar do fato de eu não ter comido quase nada estes dias, meu apetite é quase nulo.A empolgação que vejo no rosto da Anne não é suficiente para animar o meu, meu objetivo principal, o meu diploma, me deixa satisfeita, mas é só isso. Ter meu irmão ao meu lado me faz sentir segura, mas ainda não estou satisfeita.Dou vários tapas mentais em mim mesma, principalmente por pensar em tudo isso, por ser tão ingrata nesse momento, tendo o que sempre sonhei, meu irmão ao meu lado, cumprindo minha meta da formatura e me embarcando em um novo futuro.O buraco que está ficando cada vez mais fundo no meu peito é doloroso, ainda tenho a ansiedade de que eu estava prestes a falar com o Ângelo, para esclarecer tudo, para ficar em paz com ele e em paz comigo mesma. Não consigo explicar o quanto sinto falta dele, e não consigo parar de pensar que, se isso não estivesse acontecend
Uma vibração permanente com um tom específico traz minha consciência de volta à realidade. Eu me remexo lentamente em minha cama, sem querer acordar.Meu celular continua tocando, pensei em ignorá-lo e assim o barulho pararia, mas acho que a pessoa que está ligando não vai desistir. Abro os olhos lentamente e uma dor na parte frontal da cabeça me atinge. Enrugo a testa e coloco a mão sobre ela. Exagerei nos drinques e agora minha cabeça vai pagar pelo erro.Procuro meu telefone para silenciar o toque que piora a dor na minha cabeça.Levanto-me rapidamente, pego minha bolsa e jogo fora tudo o que está nela, fazendo com que meu celular caia no chão também.O nome do Ângelo Ankarali aparece na tela e eu dou um gole forte que aguça meu peito, até minhas mãos começam a tremer.—Oi?—Não pense nem por um segundo que eu me esqueci de você! Também não pense que vou deixar a comemoração de sua formatura passar em branco. Espero que esteja pronta em vinte minutos, porque estou a caminho da sua
A gente entra, e a recepcionista apenas o cumprimenta e lhe dá uma chave dizendo —Bem-vindos—. Dá para ver que ele planejou tudo muito bem, aparentemente nunca se esqueceu da minha formatura, pelo que consigo ver, ele pensou em todos os detalhes.A vista do quarto é maravilhosa e me faz corar instantaneamente ao me lembrar dessa mesma paisagem em Nova Iorque. Uma risada meio escondida se insinua em meu rosto quando olho para a enorme roda diante de mim.—Gostu? —diz Ângelo, colocando as chaves em um sofá.—É lindo demais —respondo com uma empolgação que transparece em cada poro. Obrigada por tudo, Ângelo.Seu olhar se torna caloroso. Em algum momento, ele parece querer falar, mas seus gestos demonstram hesitação. Embora eu esteja aqui e com ele, a insegurança volta a se instalar em mim. Sinto medo de que, em algum momento, esse instante desapareça tão rapidamente quanto surgiu.—Samantha... —seu corpo fica tenso e seu rosto se enrijece com um olhar preocupado. O estado de alerta faz c
Merd@, merd@, volto à tela principal e o desligo novamente. Sei que isso terá consequências, mas vou lidar com isso no momento.Minutos depois, terminando de me arrumar, coloco minhas pulseiras e calço os pés. A porta se abre e Ângelo entra com várias sacolas na mão.—Eu não quis ir pro restaurante do hotel, comprei umas delícias por aqui perto, com certeza você vai gostar.Um cappuccino de chocolate e croissants abriram meu apetite instantaneamente e, junto com o Ângelo, em uma pequena mesa em frente à bela vista de Londres, começamos a tomar o café da manhã, falando algumas bobagens, rindo e honrando o suculento café da manhã, me fazendo esquecer completamente de tudo novamente.Mais ou menos uma hora depois, chegamos no museu e o meu rosto provocou risos no Ankarali.—Você parece uma criança...! Olhe para essa cara.—Me procure um guia de histórias para me mostrar todas as partes do museu — respondi brincando.—Com certeza você já sabe tudo! Mas não vamos ficar aqui por muito tempo
Não tive tempo de me arrumar muito, e o Ângelo só colocou sua camisa sem paletó, para dizer a verdade, nenhum de nós está apresentável para ir no escritório, mas o assunto sobre o qual Adriel estava falando parecia urgente.Embora eu não tenha ideia do que está acontecendo, algo me deixa medrosa, é como se eu tivesse um pressentimento que não para de me incomodar desde que a mensagem do Adriel foi lida em voz alta.A mão do Ângelo entrelaça a minha com seus dedos, me acariciando com o polegar. Seu semblante está preocupado, talvez em antecipação, enquanto ele dirige.—O que você acha que pode estar acontecendo? —pergunto em voz baixa.—Não faço ideia... Na verdade, me parece bastante estranho. Eu não deixei nenhum assunto pendente, nem tinha nada que pudesse se tornar sério na empresa. De certa forma, sinto medo pelos meus pais; mas se fosse esse o caso, eu não teria sido chamado para o escritório, mas sim para um hospital.—Você está certo! Não vamos nos preocupar antes da hora —eu d