POV: CALLIEDespertei no escuro, sentindo fortes dores de cabeça. Levei a mão até onde parecia haver um corte que doía ao ser tocado. Um cheiro estranho permeava o ambiente, um peso sobre meu corpo me sufocava, algo me apalpava de forma íntima. Rosnei ameaçadoramente, surpresa com o som que emitia.— Quem está aí? — Empurrei com força o que quer que estivesse em cima de mim.— Callie? Então você despertou? — Ouvi um rosnado esnobe em minha direção.— Callie? — Indaguei confusa, obrigando meu corpo a sentar. — Por que as luzes estão apagadas?Um silêncio se instalou no local, antes de uma risada sínica explodir, preenchendo o ambiente fedido.— Essa foi boa, você é cega, se esqueceu? — Vibrou de forma negativa o homem, agarrando meu cotovelo com força. — Senti saudades, noivinha.Algo em meu peito rugiu em defesa. Senti a carne das mãos rasgarem, as garras se tornarem mais proeminentes de forma natural. Deferi no que deduzi ser sua face, rasgando sua pele. O odor de ferrugem se instalo
Como se tivesse sido lambida, um calor emanou de dentro para fora, trazendo reconforto e proteção.— Uma guardiã... — Murmurei, erguendo-me do chão e passando a mão na boca para limpar, apalpando até encontrar meu apoio, apesar do mal cheiro. — Minha cabeça dói tanto.Deitei-me, tremendo de frio, com espasmos fortes pelo corpo, meus dentes se chocando com intensidade. Onde ele estava com ajuda?Lágrimas continuavam a correr, lavando meu rosto. Por que me sentia tão vazia? Novamente, a sua imagem veio com força em minha mente, aquele olhar intenso de surpresa e choque, aqueles olhos, aquela aura...— Amor... — Um sussurro ecoou em meio à minha escuridão.— Amor? — Murmurei, tocando o pé da barriga instintivamente, quando uma batida baixa, porém acelerada, de coração vibrava daquele local. — O que é isto?— Proteja-o! — Rosnou a fera em meu íntimo, feroz.Agarrei com mais força a minha barriga, lembrando de uma canção que me fez sentir acolhida, seu amor me cobrindo, aquecendo meu corpo
POV: AARONDespertei nu, no meio da mata próxima à cidade. Augie havia feito algo para me trazer até aqui, mas por que ela esconderia a localização até mesmo de um amigo?— Nada faz sentido... — Balancei a cabeça irritado, rosnando ao sentir as costelas doloridas. — Ok, lobo, ou você me conserta ou não será possível encontrá-la!Um rugido ecoou do meu peito, fechando parcialmente as feridas.— Esta é a sua forma de negociar? — Revirei os olhos, nervoso. — Que seja.Caminhei adentrando a cidade; os lobos arregalaram os olhos em surpresa, e logo Jaxon vinha ao meu encontro.— Rei Lycan, estávamos preocupados. Mandei uma equipe de rastreadores te localizar, mas o seu cheiro havia sumido. — Disse o beta, em alarde, farejando em minha direção, franzindo o cenho. — Está ferido?Os lobos em volta ficaram chocados; deferi um murro no beta, passando por cima dele.— Não sabe a hora de calar a boca? — Rosnei enfurecido. — Traga a equipe de rastreio de volta imediatamente, tenho trabalho para el
POV: DANTEJoguei a bruxa escadas abaixo ordenando que curasse a loba inútil cega, precisava compreender o que meu Deus queria com ela. Aguardando no andar de cima, deixei as garras proeminentes cortando os pulso profundamente em uma linha reta, com o sangue, formei o símbolo ao chão, deixando as mãos caírem de lado, fechei os olhos o invocando:— Nocturnus, Deidade soberana dos mundos, seu fiel servo clama por ti, ilumine minha mente sobre o seu presente divino e conduza-me para servi-lo melhor até sua vitória completa!Senti o calor infernal de suas chamas verdes e abri os olhos, vendo sua forma espectral flutuando. Era como um lobo feroz indefinido, pelagem negra, com braços compridos cobertos por pelos escuros que até a cabeça e partes do rosto cobriam. As garras eram enormes, as orelhas extremamente pontudas. Seu poder era sufocante e perverso, e eu adorava a magnitude de sua áurea.— Nocturnus, quanta honra. — Com dificuldades pela perda de sangue, ajoelhei-me à sua frente em re
POV: AARONCaminhei até a sacada do quarto, erguendo a cabeça quando o vento rodopiou, acariciando minha nuca e bagunçando os cabelos recém-lavados. Fechei os olhos, e o vento sussurrou: "Aaron, perigo..." Era a voz de Yulli. Olhei em volta, franzindo o cenho.— Droga, Yulli, não podia usar a tecnologia? — Rosnei, irritado. Ela nunca me chamava, devia muito à minha amiga.Yulli me encontrou em minha situação deplorável após o ataque de Hunter. Sem pele sobre o corpo, apesar da benevolência da Deusa em me manter vivo, ainda levei muito tempo para me recuperar, não apenas da dor física, mas da emocional também. Sempre que fechava os olhos, via meus irmãos mortos e meus pais sucumbidos. A culpa me consumia por dentro, aumentando cada vez mais minha fúria. Foi quando Yulli fez uma magia de barreira mental, barrando as lembranças dolorosas. Não é como se não tivesse acesso ou não me lembrasse, mas elas não vinham à tona em forma de pesadelos sombrios!Adentrei o quarto ainda sentindo o alt
POV: CALLIELevada para escuridão de minha mente me vi em volta a fauna com enormes arvores ao redor, o cheiro adocicado chamará minha atenção, caminhei lentamente olhando meus pés descalços pisando na mata, era outra visão? Estava enxergando. Um fecho de luz dourado instigou minha curiosidade, caminhei cautelosamente até grandes portões, parecia que não havia ninguém no local!Empurrei os portões pesados, adentrando a um templo magnífico, onde uma grande escultura da Deusa ficava ao centro, em volta de uma fonte de água. Franzi o cenho, confusa, me aproximando e percorrendo os dedos sutis sobre a pedra, que emanava um calor acolhedor.— Mas quem seria você? — Murmurei para a estátua, que emitiu uma luz intensa branca.— Sua Deusa Lua... — Sussurrou uma voz mística, que causava deliciosos arrepios. Sentia sua bondade, caindo de joelhos aos prantos, com a dor em meu peito, e pousando as mãos sobre o meu ventre.— Minha Deusa? — Sussurrei, soluçando. — O que aconteceu comigo? Quem sou e
POV: DANTEO beta vinha com a cara fechada, trazendo Esmeralda, que também parecia irritada. Sorri ao vê-la correndo em minha direção, pulando em meu colo para um beijo possessivo.— Me diga que já vai derrotar o Alfa supremo? — Mordendo meu lábio inferior com fome, manhosa, Esmeralda dizia. — Não aguento mais ficar longe.— Ainda não, mas tenho uma surpresa para você. — Rosnei, mordendo de volta sua boca, sugando o sangue que escorria.— Tão bruto... — Gemeu a loba, emanando seu cheiro de excitação.— A surpresa pode esperar. — Carregando-a para dentro e subindo as escadas, parei no topo e encarei o beta. — Você, suma por umas horas.— Sim, meu rei... — Respondeu Jaxon a contragosto, olhando-nos e saindo.— Eu acho que ele o inveja! — Riu Esmeralda, grudada em meu pescoço.— Todos me invejam por ter uma futura Luna tão gostosa como você! — Lambendo sua boca, a arrastei para o quarto e a joguei na cama, marcando sua pele.— Dante, se acalme! — Rosnou ela, tentando se afastar. — Por qu
POV: CALLIEComecei a tossir devido à garganta seca, tentando salivar para aliviar a sensação de secura.— Você é a loba cega... — Ouvi a mulher dizer, suspirando. — O que fizeram com você?— Quem? — Tossi ainda mais, com dificuldades em falar.— Caminhe três passos curtos à sua frente, abaixe com cuidado, há um balde com o que parece ser água. — Ela disse docemente.— Não... Daqui a pouco Dante trará água para mim. — Continuei limpando a garganta, tentando conter o ataque de tosse.— Sinto muito, loba, mas se quiser sobreviver, precisa compreender que aqui é cada um por si. Dante não ajuda ninguém! — A ouvi se mexer, talvez tentando fugir. — Meu nome é Yulli e o seu?— Callie. — Respondi com dificuldade, dando um e depois outro passo curto conforme ela orientou, agachando lentamente. Farejei a água, que fedia, parecendo estar parada há tempos. Torci o nariz com nojo, descendo as mãos com cuidado ao redor do balde, mergulhando a mão e pegando um pouco de água para beber. — Tudo aqui t