Adentrei a sala do conselho rosnando feroz, a ira me consumia. Semanas se passaram sem nenhuma notícia ou pista sobre Callie ou Yulli. De alguma forma, meu lobo sabia que ambas estavam juntas e que precisava encontrá-las o quanto antes. Principalmente à noite, minha mente era arrastada para o templo. Sempre que me aproximava da porta, era repelido por magia! Como a loba cega fazia isso?Estava com os nervos à flor da pele. Havia chegado o dia de atacar a alvorada do norte, derrubar o alfa Ícaro que explorava seu povo, usando-os em sacrifício ao Deus obscuro, Nocturnus. Precisava extravasar toda a tensão que sentia em meu corpo. Por mais que negasse, ficar longe da loba estava mexendo demais com meu lobo.— Já sabem o que fazer. Matem todos os seguidores pagãos, aprisionem o povo para avaliarmos suas serventias e lealdade. — Ordenei, farejando Kemilly à porta, aguardando. — Agora saiam todos, se preparem para partirmos!Saindo, a vi entrar de cabeça baixa, seu cheiro ainda não me agrad
POV: AARONApós o banho, deitei-me pacientemente na cama, aguardando ser levado para os seus sonhos, pensando em nossa conexão. Mergulhei nas lembranças dos nossos momentos íntimos, onde o que mais gostava era de nos aventurarmos no alto da montanha. Lembrei-me do seu jeito deslumbrado ao "ver" o pôr do sol sobre os meus olhos. Recordava-me de como sua face ficava linda, ruborescida pelo vento gelado, e da vergonha em estar completamente nua em cima de mim, totalmente entregue aos nossos desejos!Despertei em frente aos portões, caminhando pacificamente com as mãos nos bolsos. Parei à frente, bati duas vezes, aguardando seus rosnados furiosos.— Por que você não pode me deixar em paz ao menos aqui? — Rugiu a loba, fazendo-me rir.— Eu voltarei todas as noites, Callie. Não irei embora nunca. — Gritei do outro lado da porta. — Não te farei mal, me deixe entrar.— Para quê? — Ouvi seus suspiros. — Eu estou cansada de suas insistências.— Então abra a porta. — Rosnei, encostando a mão nos
Esmeralda deu um passo hesitante para frente, mantendo a cabeça baixa, deslizando a alça da camisola que escorria por seu corpo, revelando suas curvas.— Sei que não é o tipo de lobo que força uma mulher a nada, meu rei... Permita-me conhecer o seu lado bom? — Erguendo os olhos brilhantes, Esmeralda abriu um sutil sorriso. — Por favor...— Esmeralda, não tenho um lado bom ou interesses em você neste momento! — Rosnei, irritado, agachei-me à sua frente e peguei a camisola, empurrando-a para ela. — Nunca mais apareça em meus aposentos sem ser convidada.— Callie era sua convidada? — Ainda nua, ela se aproximou, deslizando as pontas dos dedos pelos meus braços, acariciando sutilmente. — Permita-me mostrar como é estar com uma loba de verdade, Alfa.Cerrei os punhos em fúria. Por que desprezavam tanto a loba cega? Ela tinha seu valor; seu cheiro era o mais prazeroso que havia conhecido, tão intenso e inebriante quanto sua personalidade. Não precisava ser vulgar para ter a atenção que mere
POV: CALLIEDespertei enjoada com o odor de ferrugem por toda parte ouvindo gemidos de dor próximo.— Yulli? — Sussurrei, receosa, farejando em sua direção.— Ela não pode falar agora, querida... A bruxinha está tirando uma soneca! — Dante riu baixinho, divertido. — A propósito, minha querida, teve alguma visão?— Visão? — Arqueei as sobrancelhas. Será que ele não lembrava da conexão dos sonhos? — Não, desculpe... Apenas tive sonhos!— É mesmo? Com o que sonhou? — Senti sua aproximação afundando a cama ao meu lado, deixando minha loba arisca. — Callie, estou começando a ficar impaciente com sua loba!— Não lembramos de você, Dante... Nos dê mais um tempo. — Estremeci, receosa, quando suas garras acariciaram minha pele de forma brusca, cortando algumas partes não tão profundamente. — Por favor...— Tem sorte que há muitos brinquedinhos disponíveis para mim neste momento, loba. — Rosnando, Dante apertou minha bochecha com força, tomando meus lábios de forma feroz, rachando-os com sua ag
POV: AARONCorri em direção à cidade das bruxas, precisava de informações que sabia que somente elas teriam. Por sorte, estávamos do mesmo lado nesta guerra. Parei nas proximidades com o carro, cheirando o ar, algo não estava certo.Prestes a me transformar para a forma lupina, algo queimou dentro de meu estômago, fazendo doer todas as minhas juntas e entranhas. Virei para o lado vomitando o líquido gosmento preto e repulsivo. Tossi descompassadamente, limpando a boca com fúria.— Magia negra... — Olhei em volta, ouvindo os sussurros sinistros que ecoavam através da floresta, que começava a se cobrir com a neblina. — Ótimo, mais inimigos!Rosnei, transformando-me na forma Lycan, adentrei a densa floresta. Vultos corriam de um lado para o outro entre as árvores, sussurrando palavras antigas.— Não sou um inimigo, busco uma pessoa, a bruxa Augie! — Mantive a posição de defesa quando os vultos pararam.Notei que se aglomeraram, vindo com força em minha direção como uma rajada intensa de
POV: DANTEA loba cega revelou-se inútil ao desmaiar antes de compartilhar sua visão. Como poderia ser tão fraca a ponto de não suportar um simples chá mágico? Irritado, rosnei, deixando-a prostrada no chão, enquanto observava Yulli, gravemente ferida, com cortes profundos causados pelas minhas garras. Seu sangue, agora, era um saboroso elixir de puro poder. Esses malditos escolhidos não sabiam valorizar o que possuíam, por isso eu desejava todo o poder possível.— Para sua sorte, bruxinha, não posso matá-la ainda... — Girei-a pelas correntes, observando seu corpo estremecer. — Sua magia nos ajudará a alcançar nossos objetivos!— Já disse que não vou colaborar. Se quer me matar, faça logo, não temo a morte! — Gritou Yulli, cuspindo mais sangue no chão.— Mas teme a dor, feiticeira? — Rosnei predatório, cravando as garras em seu ombro e aprofundando na carne, enquanto ela gemia de dor. — Ah, Yulli, se soubesse o quanto sua dor me excita.— Você é uma criatura repulsiva, Dante. O Alfa s
POV: CALLIEAproximei-me dos portões, embora temesse ficar perto. Minha loba se agitava sempre que escutávamos sua voz. Algo naquele homem era diferente de Dante; não pareciam a mesma pessoa. Em meu íntimo, senti uma enorme vontade de correr para os seus braços!Hesitei, absorvendo cada palavra. Tudo nele me causava confusão... Não poderia me aquecer ao menos aqui? Não podia fazer isso quando estivesse acordada? Ouvi seu forte suspiro, carregado de dor e tristeza. O que ele havia perdido para se tornar tão desconfiado? Por que eu não conseguia me lembrar de quem éramos um para o outro? Em meu ventre, senti o leve chutar do filhote. Era estranha a certeza que tinha sobre o seu sexo, e sabia que ele era tão forte quanto o pai... Espera, o pai?Ponderei em minha mente: como eu sabia da força do genitor se não me lembrava dele? Abri lentamente os portões, esperando ver sua reação. Tremendo de frio, esfregava as mãos nos braços para tentar me aquecer. Como gostaria de poder me transformar,
POV: AARONEstava avaliando todos os pontos de varredura próximos ao rio, lugares onde ela poderia estar. Infelizmente, o rio era longo e a tempestade havia devastado tudo, dificultando ainda mais minha busca pela loba cega. Quando o vento suave abriu a janela entreaberta, alcançando meus ouvidos, acompanhado de um soluço choroso:— Por favor, nos salve... — Era a voz de Callie.Ergui a cabeça em alerta, correndo até a janela e uivando, fechando os olhos para farejar seu sutil cheiro, que apesar de fraco, estava presente. Mudei para a forma lupina, saindo correndo pela cidade e ignorando todos que me chamavam.— Estou indo, lobinha, estou indo. — Uivava, farejando freneticamente com receio de perder o fio de seu adorável cheiro. Seu aroma adocicado estava misturado com magia e água salgada...— Não chore, Callie, estou indo! — Rosnei irritado, pronto para destroçar quem a estivesse machucando, da pior forma, lenta e dolorosamente. Meu lobo rugia em íntimo, nos forçando a correr mais r