Ponderando minhas palavras, comecei a tirar o resto de tecido do corpo, sentindo a ardência em minhas pernas. As mãos delicadas da empregada encostaram no pano.— Levante os braços. — Pediu ela educadamente, e assim o fiz. — Venha, deixe-me ajudá-la com o banho. Há um kit de primeiros socorros em todos os banheiros, vou cuidar de suas feridas...Fui guiada até o banheiro, sentando-me no que parecia ser o vaso. Algo gelado com cheiro de iodo encostou em minha pele e ardeu sobre as feridas, provocando um rosnado alto de descontentamento.— Desculpe-me, senhora... É iodo... — Nicoly se apressou em dizer. — Perdoe-me perguntar, mas você é uma loba, não é?— Sou a falha de uma... — Respondi triste, abaixando a cabeça. — Por que a pergunta?— Bem, já vi muitos lobos se recuperarem rapidamente em sua forma humana. Por que a senhora não se recupera igual? — Ela parecia curiosa, enquanto envolvia o ferimento.— Por favor, não enfaixe, ou o Alfa irá perceber... — Suspirei, erguendo a cabeça. —
POV: AARONAntes de Kemilly levar Esmeralda, a refém parou, chamando minha atenção:— Rei Lycan, nunca se perguntou por que Hunter nunca a matou? — Disse Esmeralda, me encarando. — Ele dizia que sempre tinha sonhos estranhos em sua presença. Quando tentava eliminá-la, algo o impedia, como uma manipulação em sua mente... Seu noivo também descreveu as mesmas sensações ao antigo Alfa. Depois disso, ela foi presa. Cuidado para não ser contaminado por sua maldição. Não sabemos a extensão disso.— Ela é apenas uma loba cega. Me parece que queriam uma justificativa plausível para a psicopatia deles! — Rosnei, surpreendendo a todos.— Não diga que não o avisei, meu rei. Desejo apenas o seu melhor! — Reverenciando, Esmeralda voltou a caminhar.Kemilly me olhou sobre os ombros, com o cenho franzido, avaliando-me. Rosnei, fazendo-a virar-se rapidamente e se afastar com a outra loba.Em meu peito, o lobo se agitava ansioso para correr em seu encontro, mas as palavras de Esmeralda permeavam minha
Caminhei a passos firmes enfurecido, passando as mãos pelo corpo da Callie, notei suas novas feridas e o odor impregnado do Jaxon em sua pele. Seu pescoço, mesmo que sutilmente camuflado, exalava um cheiro de ferrugem. Ao tocar seus pulsos, a dor era palpável, percorrendo meu corpo como se as feridas tivessem sido infligidas diretamente em mim.— Beta! — Rosnei, chamando a atenção de todos que apontaram para a base de seleção, onde alguns prisioneiros passavam por avaliações para reintegrar na nova alcateia.— Meu rei? — Jaxon reverenciou-se sutilmente, mas ao perceber minhas passadas pesadas, ele recuou alguns passos, cruzando os braços sobre o peito. Então, eu lhe dei um murro, lançando-o com força para trás, fazendo suas costas baterem na coluna.Arfando, ele se apoiou em uma perna, com a cabeça baixa.— O que fiz de errado? — Indagou o Beta, mas sua expressão parecia conter uma raiva contida.Eu o puxei pelo colarinho da camisa, lançando-o no chão e pisando sobre seus punhos. O es
Gemeu excitada, tão perto de sua pele que seu cheiro me enjoava. Levantei-me, afastando-me e avaliando sua bunda, que não se comparava à bela visão do corpo de Callie. Meu lobo rugiu em reprovação quando uma ventania intensa assolou a porta, abrindo-a com tudo. O ar gelado estremeceu Kemilly, que estava molhada em sua intimidade, ansiosa para ser tomada.— Não se perca do seu destino... Alfa supremo... — Sussurrou a deidade.— Vista-se! — Rosnei resignado, colocando a calça.— Alfa? Fiz algo de errado? — Ela se virou, colocando a mão sobre o peito esquerdo, confusa. — Não me deseja mais?— Seu cheiro me irrita! — Brandi, torcendo o nariz.Kemilly correu, parando à minha frente e abrindo os braços, tampando minha passagem, desesperada.— Te irrita? O que isso quer dizer? Como posso me tornar sua Luna se meu cheiro não o agrada? — Seus olhos encheram-se de lágrimas, com um bico trêmulo, em uma tentativa patética por atenção.— Exatamente, querida... — Coloquei as mãos nos bolsos e comec
POV: CALLIEFiquei presa em seu ambiente, o cheiro do alfa permeava por todo o cômodo, enlouquecendo minha loba. Massageei os pulsos feridos, notando uma melhora considerável. Nicoly veio trazer uma refeição e um livro em braille, ensinando-me a contornar as letras de forma básica. Era estranho, mas tive a sensação de que aquilo já havia sido feito em algum momento da minha vida, sem conseguir recordar.— Vou trazer bolo e chá para a senhora, continue treinando. — Disse ela, afastando-se.Farejei ao redor quando os pelos da nuca se arrepiaram e minha loba rosnou em alerta. Saltei em modo de defesa:— Quem está aí? — Rosnei, ameaçadora.— Seus instintos são formidáveis, Callie... Impressionante! — Uma voz feminina respondeu.— Quem é você e o que faz aqui? — Mantive a postura, mesmo desejando correr e me esconder, com receio de mais dores.— Parece que aos poucos sua coragem está sendo lapidada, isso é ótimo. — Ouvi sua risada melódica, o cheiro fresco da terra depois da chuva misturad
POV: AARONPor mais que tentasse negar, as palavras de Callie arrepiaram a minha espinha como um presságio sinistro. Meu lobo rugia em minha mente, confirmando suas palavras: algo terrível estava prestes a acontecer na minha alcateia, a primeira que ergui depois do ataque de Hunter, quando um de seus seguidores assumiu como um falso Alfa.Era ridícula a falta de força e liderança desse impostor, mas nenhum lobo ousava desafiá-lo, temendo a fúria e a retaliação de Hunter, maldito!— Nicoly, envie as fotos para o centro de comando da minha frota. — Rosnei em sua direção, fazendo-a sair correndo. — Callie? Quando eu voltar, quero respostas. Como você sabe o que vai acontecer?— Eu... — Mordendo os lábios, ela secou os olhos nervosa. — Não sei como te explicar.— É melhor pensar em um jeito, pois parece que você não é cega e vem me manipulando com seus jogos! — Brandei, encarando-a de cima, irritado. — Você não vai gostar da minha ira se cair sobre você, lobinha.Um tremor percorreu o cor
Tirei as garras de uma lateral da costela, atravessando por trás de sua nuca até o pescoço, puxando o outro lobo que estava embaixo.— Acho que ele daria um bom fantoche. — Gesticulei com as mãos abrindo e fechando através do corpo do lobo sem vida.— Você é um monstro! — Rugiu o alfa branco, saltando para trás. — Nunca terá nosso respeito como alfa supremo.— Acham que é o respeito que busco? — Gargalhei sombrio. — Eu vou livrar as alcateias de vermes como vocês, vou esmagá-los como os insetos que são. — Rugi, terminando de rasgar a garganta do lobo e arrancando a cabeça, caminhando a passos lentos na direção do inimigo. — Sabe este seu olhar de pavor? Este odor de medo, pronto para se mijar todo? É isso que busco... Quero vê-los implorarem por suas vidas inúteis!— Onde estão as bruxas? — Ele gritou em desespero, procurando em volta seus seguidores caídos.— Suas prisioneiras? — Lambi as garras ensanguentadas, olhando para trás e vendo as bruxas passarem as mãos no pescoço, vindo em
POV: CALLIEFiquei um tempo na cama, sentada, ponderando: se Aaron não retornasse, significava o meu fim? O que a alcateia faria comigo na ausência de seu Alfa? Voltaria a ser uma presa? O alerta em minha mente começou a soar, minha loba se agitava, rugindo para fugirmos e nos escondermos. Que a Deusa nos protegesse em meio à floresta, era melhor do que a incerteza nas garras do rei Lycan. Farejei em volta, sentindo as nuances dos cheiros. Havia apenas um lobo de guarda na porta. Tocando em volta, senti a janela se abrindo com facilidade. Inclinei o corpo, deslizando as mãos para —enxergar— se havia telhado para que pudesse subir e tentar escapar. Coloquei um pé e depois o outro apoiando no batente, segurando as laterais nervosa, meu olfato trabalhando a todo momento. De repente, a porta abriu em um estrondo, o cheiro enjoativo junto à voz fina e irritante de Kemilly ecoou de forma histérica pelo cômodo.— A sua cadela ingrata, além de latir no ouvido do nosso alfa, ainda tenta fugir