— O que acha da minha acompanhante? — Cocei o queixo, observando suas reações, enquanto seus olhos vagavam por Callie em cumplicidade.— É uma bela mulher, mas parece precisar de uma alimentação mais saudável, meu rei. — Respondeu firmemente.— Qual o seu nome? — Cruzei os braços, encarando-a, fazendo a jovem tremer ainda mais e suar.— Me chamo Nicoly, Alfa. — Gaguejou nervosa.— Nicoly... — Estralei a língua, sorrindo com uma ideia que me veio à mente. — Sirva a Callie, quero que seja sua serviçal pessoal, sempre que ela precisar, entendeu?— Sim, meu rei, será um prazer atender às necessidades de sua convidada! — Formalmente, Nicoly assentiu, dirigindo-se à loba cega e preenchendo seu prato com comida.— Mais uma coisa, Nicoly, não quero que a destratem ou permita que outros empregados o façam... Não vão gostar do que acontecerá se forem contra as minhas ordens!A jovem quase derrubou suco sobre Callie nervosa, quando a loba esticou as mãos, tocando as dela e parando o despejo do l
— Não seria sábio brincar comigo dessa forma; pode haver interpretações equivocadas da alcateia... — Apertei os talheres em minha mão com força. A verdade era que eu não estava sabendo lidar com seus jogos; era um tipo de tortura diferente que despertava sentimentos muito confusos.— Que tipo de interpretação está insinuando, Lobinha? — Ressoou ele, sexy, fazendo minha loba grunhir em resposta. O líquido que o alfa tomava continha aroma de álcool adocicado. Ele parou o copo e rosnou, predatório. — Loba, loba, loba... Não me provoque exalando este cheiro assim...Mordi os lábios com força, mexendo na mexa dos cabelos nervosa. Algo em meu íntimo latejava em um anseio desconhecido. Lembranças do nosso recente banho juntos vieram à tona, lembrando-me da explosão de prazeres confusos que tive. Dessa vez, ouvi seu movimento elegante em minha direção, a mão pousada em baixo sobre o meu joelho e a outra acariciando meu pescoço.— Você brinca com o perigo, lobinha cega! — Rouco, Aaron sussurro
— Você está muito desatenta hoje, loba! — Rosnou irritado o Alfa, tirando minha mão do local, parecendo aliviar. — Mantenha seus sentidos mais apurados, em alerta. Não seja tola em ficar se ferindo.Meu coração vibrou, acariciando o local. Seu dedo percorreu a linha do meu rosto, inclinando meu queixo.— Entendeu? — Indagou autoritário Aaron.Apenas assenti. Quando ele se afastou e voltamos a caminhar, farejando em volta, reconheci o cheiro. Era o mesmo lugar onde Kemilly havia me levado para treinar a mutação... Também era onde ela havia me atacado diversas vezes! O cheiro forte de sangue fresco era quase palpável no ar, chegando a ser enjoativo, fazendo meu estômago embrulhar. Esfreguei o nariz com o dorso da mão, incomodada.— Rei Lycan... Obrigada por vir! — Ouvi a voz fraca de Esmeralda em sua direção. — O que está amaldiçoada faz aqui?— Não te interessa! — Brandou o Alfa. — Você queria me ver, minha querida. Tem sorte por suportar as torturas, ou não teria lhe concedido o privi
Grudei seus cabelos, puxando-os para frente enquanto ela gemia de dor, Esmeralda arregalou os olhos, claramente assustada.— Meu rei... — Rosnou, tentando se soltar em vão.— Acha que eu a soltarei porque sabe como se comunicar? — Rugi tenebrosamente, fazendo-a estremecer. — Conheço a reputação repulsiva da família Houck, não passam de sanguessugas das alcateias.— Eu concordo, meu alfa, mas está se referindo ao meu pai e irmão... — Esmeralda se apressou em falar.Puxando com mais força, arranquei um tufo de seus cabelos, e ela gritou de dor.— Por que você seria diferente? — Joguei os fios ensanguentados ao chão, limpando minhas mãos. — Não é possível mudar sua natureza.Esfregando a cabeça no local onde havia arrancado os cabelos, aquela loba me olhava com ódio e raiva, mas mantinha sua submissão quando a encarei novamente. Gruindo, ela se jogou aos meus pés, ajoelhada.— Eu te imploro, Alfa, permita-me provar minhas palavras. Dentre os infiltrados, sei o nome de um, o melhor amigo
POV: CALLIEFui arrastada por toda cidade sentindo a pele arranhar contra as pedrinhas do chão asfaltado, tentei arrumar minha postura, o Beta parou erguendo-me com facilidade e empurrando para frente para adentrarmos ao cheiro familiar da casa do Alfa.— Babá de loba inútil, isto é a gota D’água! — Rosnou ele resignado — Anda logo.Gemi quando minha canela bateu contra o degrau da escada, sendo empurrada com mais força para continuar subindo sem ter tempo te tatear envolta. Precisava gravar bem a quantidade de degraus que tinha ali, firma o cheiro e móveis do ambiente para evitar de bater e me machucar.O som da porta abrindo com força fui empurrada contra o chão.— Não sei por que nosso rei perde tempo com algo como você, — Brandou o Beta irritado, o chão vibrando sutilmente com seus passos. Notei sua aproximação farejando próximo ao meu rosto, jogando meus braços para os lados. — Se bem que, em sua forma humana, dá para saber por que Aaron a quer por perto. É sempre bom ter uma cad
Ponderando minhas palavras, comecei a tirar o resto de tecido do corpo, sentindo a ardência em minhas pernas. As mãos delicadas da empregada encostaram no pano.— Levante os braços. — Pediu ela educadamente, e assim o fiz. — Venha, deixe-me ajudá-la com o banho. Há um kit de primeiros socorros em todos os banheiros, vou cuidar de suas feridas...Fui guiada até o banheiro, sentando-me no que parecia ser o vaso. Algo gelado com cheiro de iodo encostou em minha pele e ardeu sobre as feridas, provocando um rosnado alto de descontentamento.— Desculpe-me, senhora... É iodo... — Nicoly se apressou em dizer. — Perdoe-me perguntar, mas você é uma loba, não é?— Sou a falha de uma... — Respondi triste, abaixando a cabeça. — Por que a pergunta?— Bem, já vi muitos lobos se recuperarem rapidamente em sua forma humana. Por que a senhora não se recupera igual? — Ela parecia curiosa, enquanto envolvia o ferimento.— Por favor, não enfaixe, ou o Alfa irá perceber... — Suspirei, erguendo a cabeça. —
POV: AARONAntes de Kemilly levar Esmeralda, a refém parou, chamando minha atenção:— Rei Lycan, nunca se perguntou por que Hunter nunca a matou? — Disse Esmeralda, me encarando. — Ele dizia que sempre tinha sonhos estranhos em sua presença. Quando tentava eliminá-la, algo o impedia, como uma manipulação em sua mente... Seu noivo também descreveu as mesmas sensações ao antigo Alfa. Depois disso, ela foi presa. Cuidado para não ser contaminado por sua maldição. Não sabemos a extensão disso.— Ela é apenas uma loba cega. Me parece que queriam uma justificativa plausível para a psicopatia deles! — Rosnei, surpreendendo a todos.— Não diga que não o avisei, meu rei. Desejo apenas o seu melhor! — Reverenciando, Esmeralda voltou a caminhar.Kemilly me olhou sobre os ombros, com o cenho franzido, avaliando-me. Rosnei, fazendo-a virar-se rapidamente e se afastar com a outra loba.Em meu peito, o lobo se agitava ansioso para correr em seu encontro, mas as palavras de Esmeralda permeavam minha
Caminhei a passos firmes enfurecido, passando as mãos pelo corpo da Callie, notei suas novas feridas e o odor impregnado do Jaxon em sua pele. Seu pescoço, mesmo que sutilmente camuflado, exalava um cheiro de ferrugem. Ao tocar seus pulsos, a dor era palpável, percorrendo meu corpo como se as feridas tivessem sido infligidas diretamente em mim.— Beta! — Rosnei, chamando a atenção de todos que apontaram para a base de seleção, onde alguns prisioneiros passavam por avaliações para reintegrar na nova alcateia.— Meu rei? — Jaxon reverenciou-se sutilmente, mas ao perceber minhas passadas pesadas, ele recuou alguns passos, cruzando os braços sobre o peito. Então, eu lhe dei um murro, lançando-o com força para trás, fazendo suas costas baterem na coluna.Arfando, ele se apoiou em uma perna, com a cabeça baixa.— O que fiz de errado? — Indagou o Beta, mas sua expressão parecia conter uma raiva contida.Eu o puxei pelo colarinho da camisa, lançando-o no chão e pisando sobre seus punhos. O es