POV: RIGAN
Despertei dentro de uma cela fria e úmida, com correntes pesadas segurando meus pulsos e tornozelos. As algemas de prata eram apertadas, causando uma dor constante. Diante de mim, do outro lado das grades enferrujadas, estava Selene, me encarando firme, seus olhos revelando uma mistura de medo e resignação. Desviei meu olhar para além dela e vi a silhueta do homem sombrio. A única coisa visível dele era a ponta vermelha de um cigarro aceso, que iluminava brevemente seu rosto sinistro quando ele inalava.
Ele exalou a fumaça lentamente, o odor pungente de tabaco preenchendo o ar enquanto ele se aproximava. Vestido em um terno caro, suas mãos estavam relaxadas nos bolsos, o que contrastava com a tensão palpável no ambiente. Seus passos eram deliberadamente lentos, como se quisesse saborear cada momento de nossa interação.
— Então,
POV: RIGAN— Talvez, — admitiu Donavan com um sorriso cruel. — Mas sou um monstro com um propósito. E você, Rigan, é apenas mais um de muitos a pagar pelo que sua espécie fez.— Eu vou te matar! — murmurei, a voz baixa e mortal, mergulhado no ódio ao imaginar o sofrimento do meu povo.— Pobre filhote, seu pai não te ensinou que não se deve ameaçar um inimigo quando ele tem um ente querido como refém? — Gargalhou Donavan, afastando-se enquanto olhava por cima dos ombros. — Sabia que sua irmãzinha conheceu a Colt? Minha arma preferida.— Filho da puta, encoste um dedo nela e eu vou... — comecei a bradar, mas ele me interrompeu com um forte solavanco.— Fazer o quê, vira-lata? Latir mais alto aí das correntes? — Ele socou meu rosto com for&ccedi
POV: MAEVEFiquei sozinha na jaula, os gritos ecoavam por todo o ambiente, uma sinfonia aterrorizante de desespero. Fechei os olhos, tentando aguçar meus instintos, buscando desesperadamente ativar o elo com meu irmão para que ele me encontrasse. Um flash passou por mim como uma corrente elétrica; senti a presença de Rigan próxima. Ele estava tomado por uma sede de sangue avassaladora.— Irmãozinho, você veio... — sussurrei, um leve sorriso se formando nos meus lábios. Abri os olhos e levei um susto ao me deparar novamente com o garoto que me observava com olhos tristes. — Você de novo...Minha voz transbordava mais medo e raiva do que eu gostaria de admitir. A revelação de que ele já havia matado alguém, apesar da pouca idade, deixava claro que ele não era uma criança comum.— Guarde suas
POV: RIGANSeguimos pelos corredores escuros e estreitos. Davion liderava o caminho, sua postura tensa e alerta. A cada passo, sentia a adrenalina correndo pelas minhas veias.— Rigan, temos que ser rápidos. — sussurrou, Maeve com a voz tremula.— Eu sei, pimenta. Fique perto de mim. — A puxei para mais perto, protegendo-a com meu corpo.Davion parou abruptamente, levantando a mão para sinalizar silêncio. Ele olhou ao redor, avaliando a situação, antes de nos conduzir para uma passagem lateral.— Por aqui, rápido! — Ele sussurrou, apontando para uma porta meio escondida.Passamos pela porta e entramos em uma sala mal iluminada. As sombras das paredes pareciam se mover, criando um ambiente ainda mais opressivo. No centro da sala, uma mesa de metal brilhava sob a luz fraca.&mda
POV: RIGANSeus capangas avançaram primeiro, desferindo choques elétricos com seus bastões. A dor fez minhas patas vacilarem, mas eu rapidamente me recuperei e lancei patadas ferozes, derrubando-os e esmagando suas armas sob meu peso. Um sorriso sinistro surgiu entre minhas presas enquanto eles tentavam sacar suas armas. Antes que pudessem mirar, me lancei sobre eles, rasgando suas carnes com garras afiadas e abocanhando diretamente seus pescoços, ceifando a vida de dois com brutalidade implacável.Um deles tentou me esfaquear pelas costas, mas eu me virei rapidamente, cravando minhas garras em sua jugular e rasgando sua face em um movimento feroz. O cheiro metálico de sangue impregnava o ar, e minha pelagem preta estava encharcada, com gotas vermelhas pingando dos fios. O som distinto de um clique chamou minha atenção. De canto de olho, vi que Dom apontava uma arma na minha direção. N&
POV: RIGANAgilmente, corremos como vultos, movendo-nos com uma velocidade incrível. Ren era implacável e insaciável, esquartejando, abocanhando, e rasgando ao meio cada capanga que nos ameaçava. Saltava alto, pegando até os que tentavam fugir de cima. Ele passava por Dom, ignorando sua existência. A brutalidade de Ren congelou Dom no lugar, forçando-o a assistir ao massacre de seus homens.Ofegante, com sangue escorrendo pelas presas, o lobo negro de olhos vermelhos parou em frente ao mafioso. Sentou-se sobre as patas traseiras, lambendo as garras ensanguentadas e passando a língua em volta da boca suja.— Insetos fracos. — Sua voz ressoou como um trovão impiedoso. — Líder fraco.— É fácil falar assim quando se nasce uma arma letal. — Respondeu Dom, recuando alguns passos. — Rigan, sem o seu lobo
POV: MAEVESelene e Davion tentavam me arrastar para fora do covil dos mafiosos, mas eu relutava. Não podia abandonar meu irmão. Quando finalmente consegui me desvencilhar do aperto da mulher, a cena que vi me apavorou. A brutalidade do lobo insaciável de Rigan preenchia o ambiente com uma áurea assassina. Seu olhar frio e predatório, o rugido feroz quase ensurdecedor, e a sede por sangue eram evidentes. Estremeci em choque. Ele era tão poderoso quanto o nosso pai, e isso era apavorante. O pior era o prazer que eu captava de seu aroma, o deleite que ele sentia ao dilacerar tantos humanos.Um corpo caiu próximo a nós, e gritei de horror ao ver o rosto partido do homem. Davion se colocou à minha frente em proteção, pegando sua arma e disparando contra alguns capangas que ameaçavam vir em nossa direção. Talvez estivessem nos usando como desculpa para fugir da f&
POV: RIGANDesde a confusão na cidade humana, comecei a ponderar o quadro geral. Davion tinha razão em dizer que estávamos seguros dentro dos muros da cidade Lupina. Mas, e quem estava do lado de fora? Devíamos mesmo virar as costas e ignorá-los? Essa questão me incomodava de forma absurda, a ponto de se tornar inaceitável. Eu compreendia o motivo da lei, mas simplesmente não podia aceitá-la.— De novo isso, Rigan? — rosnou meu pai, sua voz quase trovejando, enquanto examinava a papelada que eu havia entregue sobre os movimentos humanos e o desenvolvimento de suas armas. — Onde conseguiu isso?— Investigando, Rei Lycan — respondi cordialmente, com o queixo erguido em um desafio silencioso. — Este é o motivo pelo qual as crianças têm desaparecido: estão sendo usadas em experimentos de extração de p
POV: RIGAN— O que espera que eu faça? — gritei, pegando uma cadeira e jogando-a contra a parede ao lado de meu pai. Ele permaneceu imóvel, apenas tombando a cabeça de lado e me encarando com um olhar penetrante. — Não posso cruzar os braços diante disso. Você viu as provas! Como espera que eu aja, pai?— Espero que pense como um líder, filho — ele respondeu, sua voz mais calma, enquanto se aproximava e me puxava para um abraço. — Participe mais das reuniões com o conselho. Levaremos suas provas aos clãs sem revelar a parte sobre as armas em desenvolvimento. Buscaremos os culpados para trazê-los a julgamento e, no momento certo, decidiremos sobre a extração. Isso me incomoda tanto quanto a você. Qual é? Acha que esse seu gênio ruim puxou de quem?— Hunf, com certeza o seu! — sorri,