POV: RIGAN
Agilmente, corremos como vultos, movendo-nos com uma velocidade incrível. Ren era implacável e insaciável, esquartejando, abocanhando, e rasgando ao meio cada capanga que nos ameaçava. Saltava alto, pegando até os que tentavam fugir de cima. Ele passava por Dom, ignorando sua existência. A brutalidade de Ren congelou Dom no lugar, forçando-o a assistir ao massacre de seus homens.
Ofegante, com sangue escorrendo pelas presas, o lobo negro de olhos vermelhos parou em frente ao mafioso. Sentou-se sobre as patas traseiras, lambendo as garras ensanguentadas e passando a língua em volta da boca suja.
— Insetos fracos. — Sua voz ressoou como um trovão impiedoso. — Líder fraco.
— É fácil falar assim quando se nasce uma arma letal. — Respondeu Dom, recuando alguns passos. — Rigan, sem o seu lobo
POV: MAEVESelene e Davion tentavam me arrastar para fora do covil dos mafiosos, mas eu relutava. Não podia abandonar meu irmão. Quando finalmente consegui me desvencilhar do aperto da mulher, a cena que vi me apavorou. A brutalidade do lobo insaciável de Rigan preenchia o ambiente com uma áurea assassina. Seu olhar frio e predatório, o rugido feroz quase ensurdecedor, e a sede por sangue eram evidentes. Estremeci em choque. Ele era tão poderoso quanto o nosso pai, e isso era apavorante. O pior era o prazer que eu captava de seu aroma, o deleite que ele sentia ao dilacerar tantos humanos.Um corpo caiu próximo a nós, e gritei de horror ao ver o rosto partido do homem. Davion se colocou à minha frente em proteção, pegando sua arma e disparando contra alguns capangas que ameaçavam vir em nossa direção. Talvez estivessem nos usando como desculpa para fugir da f&
POV: RIGANDesde a confusão na cidade humana, comecei a ponderar o quadro geral. Davion tinha razão em dizer que estávamos seguros dentro dos muros da cidade Lupina. Mas, e quem estava do lado de fora? Devíamos mesmo virar as costas e ignorá-los? Essa questão me incomodava de forma absurda, a ponto de se tornar inaceitável. Eu compreendia o motivo da lei, mas simplesmente não podia aceitá-la.— De novo isso, Rigan? — rosnou meu pai, sua voz quase trovejando, enquanto examinava a papelada que eu havia entregue sobre os movimentos humanos e o desenvolvimento de suas armas. — Onde conseguiu isso?— Investigando, Rei Lycan — respondi cordialmente, com o queixo erguido em um desafio silencioso. — Este é o motivo pelo qual as crianças têm desaparecido: estão sendo usadas em experimentos de extração de p
POV: RIGAN— O que espera que eu faça? — gritei, pegando uma cadeira e jogando-a contra a parede ao lado de meu pai. Ele permaneceu imóvel, apenas tombando a cabeça de lado e me encarando com um olhar penetrante. — Não posso cruzar os braços diante disso. Você viu as provas! Como espera que eu aja, pai?— Espero que pense como um líder, filho — ele respondeu, sua voz mais calma, enquanto se aproximava e me puxava para um abraço. — Participe mais das reuniões com o conselho. Levaremos suas provas aos clãs sem revelar a parte sobre as armas em desenvolvimento. Buscaremos os culpados para trazê-los a julgamento e, no momento certo, decidiremos sobre a extração. Isso me incomoda tanto quanto a você. Qual é? Acha que esse seu gênio ruim puxou de quem?— Hunf, com certeza o seu! — sorri,
POV: MAEVEDesde a noite na cidade humana, as palavras daquele garoto de olhos tristes não saíam da minha cabeça:“Ela precisa crescer e entender que, no mundo em que vivemos, não há espaço para fraqueza e inocência. Precisa ser forte!”— Humano idiota! — rosnei, assustada com o trovão que ecoava lá fora, enfiando-me debaixo das cobertas e cobrindo a cabeça.“Mas as palavras dele estão te incomodando,” ressoou Dale em minha mente, ronronando. “Devíamos ir para o quarto da mamãe e do papai.”— Não, aquele menino tinha razão... Se eu fosse mais forte, poderia ter ajudado Rigan em vez de deixá-lo matar todas aquelas pessoas! — respondi, ainda assombrada com a cena.“Você teria coragem de ceifar uma vida como s
POV: RIGANNo outro lado do rio, Selene estava visivelmente ferida. Suas roupas estavam rasgadas, revelando cortes profundos em seu corpo, especialmente no abdômen, que parecia dilacerado. Ela respirava com dificuldade, passando a mão trêmula pela testa ensanguentada.— Rigan... — murmurou, antes de desabar para frente e cair dentro do rio.Sem hesitar, saltei na água gelada e a puxei para fora com força. Mudei rapidamente para minha forma humana e avaliei suas feridas. Com a voz baixa, entoei uma magia de cura, esperando que acelerasse o processo de cicatrização. No entanto, ela permaneceu inconsciente. Peguei-a nos braços e levei-a até uma caverna próxima, onde eu mantinha um pequeno esconderijo. Lá, acendi uma fogueira e, com a luz tremulante das chamas, troquei minhas roupas molhadas por roupas secas de uma mochila que eu sempre mantinha ali.
POV: RIGANTentando se levantar, Selene se aproximou mais da fogueira, estendendo as mãos para se aquecer. A luz das chamas dançava em seu rosto pálido, acentuando a preocupação em seus olhos.— Soube que ela foi transferida e entregue a um mago poderoso, um lugar onde nem a sacerdotisa tem coragem de pisar. — disse, mordendo os lábios enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. — Eu não sei o que estão fazendo com minha irmã ou o que planejam!Aproximei-me lentamente, a desconfiança crescendo dentro de mim.— Por que ela é tão importante a ponto de humanos e o clã das bruxas a quererem? Ela não é humana? — perguntei, minhas palavras carregada de ressalvas. — Selene, preciso de toda a verdade, ou não poderei ajudar.Selene respirou fundo, tentando encontr
POV: MAEVEMinha mãe era incrivelmente ágil, o que sempre me deixava impressionada. Eu tentava em vão alcançá-la na corrida, mas ela simplesmente desaparecia entre as árvores, deixando apenas sua voz como guia:— Apure os seus instintos, Lobinha. Sinta a vibração do solo, filtre os diversos aromas e tente identificar onde estou — instruía ela com sabedoria.— Mamãe, aqui está cheio de cheiro de musgo e lodo — respondi, torcendo o nariz e espirrando algumas vezes.— Quer ou não quer ser forte? — questionou ela de forma mais severa. Estremeci levemente com seu tom.— Claro que quero ser forte... — murmurei chateada, fechando os olhos.Concentrei-me em ouvir as folhagens das árvores balançando com o vento, emitindo um som delicioso
POV: RIGAN— Selene, não posso partir agora em busca de sua irmã... Sou o filho do alfa e preciso seguir os treinamentos à risca para um dia cumprir meu papel de futuro Rei Lycan Supremo! — Expliquei, observando seus olhos se estreitarem de raiva.— Mas temos um acordo, te ajudei com informações e até localizei onde sua irmã estava, não é justo, você não tem palavra? — Ela gritou, e seu grito ecoou pela caverna. — Maldito lobo, é claro que não iria me ajudar... Você é como todos de sua espécie, só se importa consigo mesmo e com o seu povo!— Isto não é verdade! — Rosnei ferozmente, aproximando-me e a encurralando contra a parede. Apesar do medo em seus olhos, Selene os mantinha fixos em mim, desafiadoramente.— Então me prove, v&aa