POV: CALLIE— Mãe? — Falei com a voz tremula sentindo a onda de emoções me tomar. — Como isto é possível? Como me fez lembrar?— A minha princesa, não é possível esquecer o que se ama. — Ela disse docemente, remetendo-me a refletir se de fato amava o alfa visto que não me recordava de nada sobre ele antes. — Então... Serei vovó? Que dádiva.Tentei abraça-la, quando senti minhas mãos atravessando se cruzando e tocando.— O que? — Disse confusa tentando a sentir em vão.— Você não conseguirá me tocar, minha menina, estou morta e a única coisa que está a sua frente é a minha essência mágica como um das guardiãs desta cidade. — Lyra parecia tranquila com aquilo.— Eu só queria sentir seu abraço, como quando era criança... — Murmurei triste com lágrimas aos olhos. — Como seu espírito veio parar aqui? Você não era uma hibrida?— Forçadamente me tornei uma por causa daquele Alfa amaldiçoado do Hunter! — O timbre de sua voz carregava um ódio profundo. — Quando soubemos dos planos da Deusa em
POV: CALLIERefleti com cuidado, consciente de que não podia envolvê-lo neste teste. Obviamente, havia uma razão pela qual havia evitado o rei Alfa... Nossas interações poderiam ser mais profundas; minha loba uivava em minha mente para buscarmos seu conforto, seu abrigo, porém, Aaron ainda não sabia da minha gravidez, e eu não tinha certeza se essa notícia seria bem recebida.— Precisamos dele, Callie. A forma mais rápida de alcançar sua essência seria no mar profundo mágico... Não é como os mares humanos; o mergulho é literalmente em magia. Você confrontará todos os seus temores, seus anseios, suas frustrações e seus sonhos.— Talvez me ajude a recuperar a memória! — Falei animada, com uma pitada de esperança.— Não necessariamente, minha filha. — Lyra interveio, com timbre preocupado. — Há muitas desvantagens para você por ser híbrida. A magia pode tentar repelir seu lado Lupino. Além do mais, sua memória está fragmentada; não sabemos o quanto Nocturnus mexeu em sua essência ao infec
POV: CALLIE— Sem elo? — Apertei as mãos nervosas, isto significaria sem alfa em meus sonhos?— Receio que não tenhamos tempo para treinamentos e testes. É apenas questão de tempo até Nocturnus adentrar a cidade. — Disse Lyra.— Mas os lobos pararam com medo de nos seguir até aqui... — Comentei ainda em choque.— Até mesmo os lobisomens temem fantasmas, especialmente se forem poderosos. — Riu Yulli divertida. — Mas isso não se aplica às criaturas manipuladas por Nocturnus.— Eu... — Mordi os lábios nervosa. — Não quero perder minha loba, ela é parte de quem eu sou...Não queria admitir em voz alta que não apenas temia perder minha loba, mas também receava não tê-lo mais em meus sonhos. Não poderia sentir seus toques carinhosos, seus beijos dominadores e suas malícias em meu corpo. Sentia a pele do rosto quente, como se estivesse ruborizada. Yulli gargalhou, batendo nos meus ombros:— É difícil abrir mão de sua intensidade, não é, amiga? — Disse ela, divertida.— Não diga isso, é estra
POV: AARON— Amor? — Murmurei ao despertar, com as palavras de Callie ecoando em minha mente. — Como ela pode afirmar isso?Meu lobo rugiu em meu peito em protesto sobre minhas palavras.— Não pode estar considerando esses sentimentos, fera... Sabemos que o elo confunde nossa mente e emoções! — Rosnei de volta. — Mesmo assim, não posso mais negar que a quero conosco.Essas palavras pareciam ter alegrado meu lobo, que saltava animado em minha mente, impulsionando-me com força para frente.“Me deixe sair.”— Precisamos retornar à alcateia, eliminar a impostora que vem se passando por Callie, descobrir como conseguiu ficar idêntica e quem está por trás desse plano. — Rosnei firme. — Se nossos inimigos são capazes de se infiltrar desta forma, moldando aparências, significa que estamos com sérios problemas e não podemos confiar em ninguém.“Não confiamos...” Rosnou a fera friamente em resposta. “Precisamos dela.”— É, o sabor de Callie é muito melhor fora do sonho... — Sorri, tocando meus
POV: CALLIE— Quem é você? — Indaguei ao lobo tenebroso às minhas costas, dando alguns passos para trás.— Não se lembra mais do seu rei e pai? — Brandou Hunter frio, com os olhos malignos. — Como estou te vendo aqui se sua carcaça está encolhida ali no chão como uma presa encurralada? Está enxergando?Havia surpresa em seu tom. Olhei novamente para a loba machucada no chão, sentindo a voracidade interior da minha fera ao vê-la ali, ferida, acanhada, trêmula e ameaçada. Hunter grudou meus cabelos, puxando-os em sua direção de forma brusca, arfando:— Como está fazendo isso? — Rugiu ele por entre as presas.— Não me toque! — Rosnei, colocando as garras para fora e arranhando-o ao ser solta. Cai de joelhos ao chão sem sentir o impacto. À minha frente, um feixe de luz cortada permeava o ar. — Você é o motivo dos meus pesadelos....— Você é uma coisa inútil. — Hunter gargalhou, tentando me chutar. Cruzei os braços defendendo meu corpo. — Sou o seu próprio inferno!Corri em direção à minha
Mutei para forma lupina com muita dificuldade, meus pulmões sentindo a forte pressão do preenchimento de água, o ar estava mais denso na lembrança rompida. Parecia que mil facadas estavam sendo fincadas em minhas costas e costelas. Porém, eu sabia que precisava sobreviver. Comecei a correr, passando por debaixo das pernas de Hunter, que rugiu furioso tentando me agarrar. Corria atrás da fita como se minha vida dependesse disso, e dependia. Hunter vinha feroz, sanguinário atrás de mim, assoviando friamente.— Eu vou te pegar, presa! — Ele ria entre as presas.Saltei, alcançando a fita rompida e juntando com a outra quando Hunter agarrou minha perna, tentando me puxar. A memória se completou, congelando o ambiente, e me senti sendo puxada para fora, voltando à parte inicial onde várias memórias rompidas flutuavam em meio à água. Uma bolha de ar escapou entre meus lábios, comecei a me debater como se estivesse me afogando, sentindo como se minha alma estivesse sendo arrancada à força do
POV: AARONCallie havia desmaiado, seu corpo estava mais volumoso do que da última vez que a vi pessoalmente, feridas se estendia dos ombros se arrastando pelos braços até as pontas dos dedos. Fui percorrendo os olhos por cada centímetro de sua pele verificando a intensidade de seus ferimentos, quando pousei os olhos no volume de sua barriga. Não era tão grande, mas se fazia presente, redonda, volumosa e levemente rígida. Franzi o cenho, farejando sobre o local, quando Yulli me empurrou para o lado.— Sai da frente, preciso curá-la! — Disse a Feiticeira apressada. — Oh, minha amiga, você conseguiu...Ela falou carinhosa, acariciando seus cabelos antes de começar os feitiços de cura. Comecei a caminhar de um lado para o outro, esfregando o queixo, olhando-a de tempo em tempo, farejando freneticamente em sua direção... Esses cheiros. Fechei os olhos, apurando a audição. Havia uma batida rápida, forte e, porém, baixa vindo de sua barriga.— Ela está... — Ponderei as palavras com um nó na
POV: AARONPousei a loba suavemente ao chão, acomodando-a próxima à fogueira. Yulli se juntou ao seu lado, e eu fiquei de vigia, percebendo que ambas ainda tremiam de frio. Mudei para a forma lupina, posicionando-me entre elas para mantê-las aquecidas e seguras. Foi então que Callie virou seu corpo de frente para meus pelos, agarrando-se a eles como se eu fosse um bicho de pelúcia. Senti um misto de ternura e desconforto, enquanto meu lobo interior se agitava de felicidade com o contato.—Não é hora para isso—, rosnei mentalmente para meu lobo, repreendendo-o. Olhei para o fogo crepitante, minha mente mergulhando em pensamentos sombrios. Será que ela havia sofrido nas mãos do noivo? A simples ideia me enfureceu. E se ele tivesse ido além das torturas? E se o filhote que ela carregava fosse dele? Segundo o código dos lobos, se a prole não é nossa, é vista como um possível inimigo remanescente, e eu deveria eliminá-la. A mera menção desse pensamento fez meu lobo rugir em minha mente, fe