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CAPÍTULO 1.2

Ela trabalha num prédio imponente não muito longe do hotel de Jake. Ethan estaciona em frente ao prédio e Jake telefona para Sam.

─ Oi baby, você vai demorar muito? ... Estou no carro esperando. Tenho uma surpresa pra você – É impossível não notar o sorriso bobo que ele dá quando fala com ela ou sobre ela. Enquanto ele conversa com Sam eu olho pra Ethan e percebo-o me olhando pelo retrovisor. Assim que nota meu olhar ele desvia o seu. – Ela está descendo. – Jake chama minha atenção. Ethan sai do carro para esperar Sam. Eu troco de lugar com Jake para ficar logo de cara quando Ethan abrir a porta. Quando Sam atravessa as portas de vidro da Foster e Ethan abre a porta do Bentley eu grito – SURPRESA!!!

Sam me abraça calorosamente – Oh! meu Deus, Kate. Que surpresa maravilhosa.

─ Estou aqui para cobrar a noite das meninas que você me prometeu. E vai ser essa noite.

─ Claro, eu adoraria. Vou mandar mensagens para as meninas combinando tudo.

Jake faz cara de desprezado. Ele está agora parado na porta do veículo – Eu também te amo Samanta, obrigado por ser tão calorosa comigo também.

Ownnnn! – Eu e Sam gritamos em uníssono e ela corre para ele.

─ Desculpe-me querido. Eu te amo. Você sabe disso. ─ Ela se j**a em seus braços e eles se enroscam em um jogo de lábios e braços.

– Pelo amor de Deus, isso é nojento. Arrumem um quarto – Eu resmungo e eles riem. Entramos todos no carro e durante o percurso até a cobertura de Jake Sam combina tudo com as meninas por mensagens. – Os homens estão barrados, ok?

─ Ok – Sam diz e Jake se arma para argumentar.

─ Eu não acredito que minha própria irmã e a minha namorada estão me excluindo.

─ Jake, não seja idiota. Você tem a vida inteira para aproveitar sua namorada. Você não vai morrer se sairmos sozinhas uma vez. E quando eu digo que os homens estão fora eu estou me referindo a todos eles, inclusive esse aí da frente.

─ O quê? – Ethan bufa, mas logo em seguida ele percebe a gafe e justifica – Eu creio que essa não seja uma boa ideia, Senhorita.

─ Não se preocupe Ethan, não tem chance de elas saírem sozinhas. Isto está fora de cogitação mocinha.

─ Qual é o problema de vocês? Estaremos na sua boate, Jake, que por sinal estará cheia de outros seguranças, eu não vejo por que temos que levar vocês dois. É desnecessário.

─ Não é não. – Ethan diz – Quero dizer, a presença da segurança é necessária. Nunca se sabe o que pode acontecer.

─ Essa é a vida, Ethan. Ninguém nunca sabe o que pode acontecer. – Eu respondo, petulante.

─ Fim da discussão. A presença de Ethan é necessária e a minha também. Eu prometo que ficarei a noite inteira no escritório da boate e não vou aparecer na área VIP. Ethan, por outro lado vai ficar por perto. Porém ele será discreto.

─ Ethan? discreto? Como um homem desse tamanho pode ser discreto?

─ Eles vão se comportar, Kate. Seremos apenas nós cinco. Essa será uma noite das meninas inesquecível. – Sam defende e eu sou derrotada por três votos a um.

─ Ok. Se você diz...

Nós chegamos ao apartamento de Jake. Logo que entramos, eu decido ir direto para o quarto tomar um banho e descansar pelo menos uma hora antes de me arrumar para a noite. Eu entro no quarto e como Ethan ainda não subiu com a minha bagagem eu tiro a roupa e visto um roupão de cetim que eu encontrei no closet. Logo em seguida, eu ouço duas batidas na porta. – Entre. – Eu digo enquanto deixo o closet em direção ao quarto – A porta se abre e eu vejo Ethan corar até a raiz dos cabelos ao me ver em um robe fino de cetim cor de rosa. Ficamos paralisados nos olhando pelo que parece ser uma eternidade. No entanto, são apenas alguns instantes.

A situação inusitada por si só já eleva meus níveis de excitação ao limite. Meus seios enrijecem sob o seu olhar, que ele, relutantemente desvia para o chão. – Desculpe-me. Você me mandou entrar...

─ Sim. Eu pedi que entrasse. Pensei que era Sam ou a Sra. Davis.

─ Eu vim apenas trazer a sua bagagem.

─ Claro. Você poderia fazer a gentileza de colocar no closet pra mim?

─ Sim, é claro – Ele se dirige para o closet e eu o sigo de perto. Ele coloca as malas sobre o carpete e sem olhar pra mim ele pergunta: ─ Há algo mais que eu possa fazer por você?

─ Talvez haja. No entanto, eu não acredito que você fará. – Por um momento eu penso que ele irá argumentar comigo. No entanto ele apenas sai me deixando ao mesmo tempo excitada e frustrada. Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando disse isso a ele. Eu consegui me manter distante durante os últimos dois anos, período no qual eu adotei a sua técnica de impassividade e fiz de conta que nada aconteceu. Afinal, não foi exatamente isso que ele fez naquela manhã constrangedora em Las Vegas? Na manhã seguinte, quando eu tentei trazer o assunto à tona e ele fingiu que nada havia acontecido, eu jurei pra mim mesma que eu não iria mais fazer qualquer tipo de tentativa. Nem que ele fosse o último homem da terra, e aqui estou eu, como uma idiota deixando transparecer minhas fragilidades.

Por mais que eu tente ser indiferente esse meu gênio temperamental sempre ressurge e eu sempre quero confrontá-lo. Jake diz que meu lado brasileiro fala mais alto. Talvez. – Eu penso. – O fato é que eu preciso tirar Ethan da minha cabeça de uma vez por todas.

Eu vou para o banheiro e tomo uma ducha. Em seguida seco os cabelos e me deito um pouco para aguentar a noite que está por vir. Programei o alarme para uma hora mais tarde. O grande problema é que eu não consigo dormir. Não importa o quanto eu tento tirá-lo da minha cabeça, ele só fica cada vez mais presente. Depois de revirar a cama inteira eu decido me levantar. Apenas quando eu estava vestida e maquiada diante do enorme espelho do closet é que me ocorreu que na fatídica noite, há dois anos, eu estava usando um modelo muito parecido e da mesma cor.

Eu pego minha bolsa e caminho em direção as escadas. Quando chego ao piso inferior, eu encontro com Ethan caminhando em direção ao elevador. Ele para abruptamente quando me vê e eu também. – Senhorita – Ele me cumprimenta e seus olhos passeiam discretamente pelo meu corpo.

─ Ethan. – Eu respondo.

─ Eu devo tirar o carro agora?

─ Acredito que ainda seja cedo. Jake e Sam ainda não desceram.

─ Nesse caso eu vou aguardar no meu escritório.

Eu não respondo. Ele sabe que eu não me envolvo em absolutamente nada da sua rotina. Como eu cansei de dizer-lhe, ele é funcionário do meu irmão e não meu. Eu apenas aceno e caminho em direção à cozinha. Mas antes de sair totalmente do seu campo de visão eu me viro rapidamente achando que eu o veria de costas, caminhando ainda em direção ao seu escritório, mas eu o surpreendo parado no mesmo local, olhando pra mim. Imediatamente eu continuo meu caminho até a cozinha e me sirvo de uma taça de vinho. Cerca de dez minutos depois, Jake e Sam aparecem e parecem estar no meio de uma discussão. – Essa não, você também? – Jake diz quando me vê na cozinha.

─ Eu também o quê, Jake? – Eu pergunto completamente alheia ao assunto em questão.

Ethan surge na porta da sala e ele quer dizer alguma coisa a Jake, mas ele para quando percebe o clima – Você também está com esse pedaço de tecido que mais parece uma camiseta. Isso é muito curto e você não vai com isso. Eu estava justamente dizendo a Samanta que não há chance alguma dela sair vestida com isto esta noite.

─ E eu já lhe disse que eu vou com ele, quer você queira quer não. – Sam responde.

─ Jake, você é um idiota. – Eu digo rindo da frustração dele.

─ Tudo bem, eu posso ser um idiota, mas você ainda não vai vestida com isso. Vocês não tem senso de autopreservação?

Eu sirvo alguns petiscos no balcão de mármore e Sam se acomoda em um dos bancos. – Sam, você entrou em contato com as meninas novamente? – Eu pergunto, decidida a ignorar a crise de Jake.

─ Sim. Está confirmado. Estão todas no apartamento de Abby. Isso vai ser muito divertido.

─ Eu estou ansiosa por isso – Eu digo. Ethan continua paralisado na entrada da sala esperando uma oportunidade para falar e pela cara dele, eu posso dizer que ele concorda totalmente com Jake. E Jake está perplexo olhando-nos como se houvesse nascido chifres em nós duas.

─ Vocês ouviram o que eu disse? – Ele pergunta com os braços cruzados.

Nós continuamos ignorando-o – Eu ainda não vi a boate. É bonita?

─ Sim. É perfeita. Ela exala luxo e sofisticação. Mas é descontraída como uma boate deve ser. Você vai gostar.

Jake insiste – Vocês me ouviram? Eu estou dizendo que vocês não vão vestidas assim.

Samanta perde a paciência – Eu ouvi o que você disse, agora você escute o que eu digo: Eu vou exatamente assim, com esse vestido. E, por fim, aprenda uma coisa sobre mim. Ninguém diz o que eu vou vestir. Nem meu pai fez isso quando eu era uma adolescente. Nós não estamos nuas, estamos vestidas e, se você insistiu tanto que nós deveríamos ir em sua companhia e na companhia de Ethan vocês tem que servir para alguma coisa, não acha? Sendo assim, eu tenho certeza de que não teremos problemas de segurança. Agora, se você insistir nesse assunto, nós iremos pegar um táxi aí na frente e vamos para outra boate que não seja a sua. Entendeu ou quer que eu desenhe?

Jake passa a mão inúmeras vezes pelos cabelos os deixando ainda mais despenteados do que já estavam. Ele rosna em total frustração e depois de quase um minuto de “quase enlouquecimento” ele levanta as duas mãos em rendição e caminha até o bar onde se serve de uma dose dupla de whisky. Em seguida, senta-se em um dos bancos em volta da bancada. Ele finalmente percebe a presença de Ethan. – Diga, Ethan.

─ Eu gostaria de avisar que a limusine está pronta, senhor, eu estarei lá embaixo.

─ Ótimo Ethan, obrigado. Vamos descer em dez minutos. – Ethan se retira e Jake passa os próximos dez minutos com um humor irritante.

Quando nos dirigíamos para o elevador. Sam o para. – Jake, realmente você está exagerando. Nossas roupas não estão tão curtas e tenha certeza de que a maioria das mulheres estarão com a metade de tecido que nós estamos. Isso é irracional.

─ Não é não. O vestido talvez não seja tão curto assim, mas todas as curvas do seu corpo ficam ainda mais acentuadas com esse vestido.

─ Bem, nós concordamos com a sua ida conosco, mas você precisa melhorar esse seu humor. Senão vai acabar estragando a nossa noite.

Ele puxa uma respiração profunda, como se quisesse reunir todo o seu autocontrole – Você está certa. Desculpe-me por isso.

─ Tudo bem – Ela envolve os braços em volta dele e ele a puxa em sua direção e começa aquela famosa agarração.

─ Vocês juram que as horas que vocês passaram trancados naquele quarto não foram o bastante para vocês dois?

─ Cai fora. – Jake brinca – Isso tudo é culpa sua.

─ Minha culpa? Ah, cresça Jake.

Ele entra no elevador e aperta o botão para o térreo – Crescer? Eu? Olha só quem fala, não seria uma pirralha?

─ Comportem-se, crianças – Sam brinca.

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