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CAPÍTULO 1.3

A garçonete traz taças de champanhe para todas, conforme foi pedido. Depois de tomarmos nossas bebidas vamos para a pista de dança. Faz um longo tempo que eu não me divirto tanto assim. As meninas são simplesmente maravilhosas. Carol é a melhor amiga de Sam e também é brasileira. Abby, Carol e Samanta moram juntas no mesmo apartamento, embora Sam esteja passando mais tempo na casa de Jake. Megan trabalha com elas na Foster, uma empresa de tecnologia que tem negócios em diversos países, inclusive No Brasil. Apesar de ter acabado de conhecê-las é como se já nos conhecêssemos há muito tempo.

Passada cerca de meia hora na pista de dança, Sam decide sentar-se um pouco e nos avisa que está voltando para a nossa mesa. Nós continuamos dançando. Alguns instantes depois eu ouço Carol gritar algo em português. Eu não consegui entender bem, mas acredito que tenha sido um palavrão. Outros gritos se seguiram e Carol correu em uma direção e nós a seguimos. Jake estava montado em um cara que eu nunca vi, socando-o. Eu olhei pra Ethan assustada e ele sinalizou com a cabeça e eu entendi que eu não deveria intervir. Eu mantive a calma, pois sabia que Ethan não deixaria Jake se exceder e de modo algum o deixaria se machucar. Apenas observei o desespero de Sam que tentava convencer Ethan a fazer algo. Ela parecia preocupada com Jake, mas também com o cara e eu me perguntei se isso tudo seria um acesso de ciúmes de Jake. Se for, isso é novidade pra mim. Eu nunca ouvi dizer que Jake brigou por qualquer outra garota e o fato dele fazer isso agora por Sam só confirmaria o quão louco por ela ele está. Eu estou feliz por ele, mas ao mesmo tempo preocupada em como ele ficaria caso Sam decidisse ir embora para o Brasil como a nossa mãe fez.

Sam consegue fazer Jake parar e ele se afasta do cara. Em seguida manda os seguranças colocá-lo para fora. Sam segue para nossa mesa e ela parece irritada. Jake passa as mãos pelos cabelos como ele costuma fazer quando está irritado ou nervoso. Por fim, ele se apressa atrás de Sam. – Minha nossa, o que foi isso?

Ninguém responde e Carol vai atrás de Sam também e nós a seguimos ─ O que foi aquilo, Sam? Você está bem? – Carol pergunta.

─ Sim. Eu estou bem. Obrigada.

─ Aquele era Will? – Sam acena com a cabeça confirmando. – Minha nossa, o que ele fazia aqui?

─ Aparentemente ele está me seguindo, tentando falar comigo já que eu não respondo suas ligações e mensagens. Ele estava bêbado e queria me arrastar pra casa agora.

─ Para o Brasil??? – Carol pergunta assustada – Meu Deus, quem diria que aquele poço de gelo tinha um lado quente.

Sam a repreende e Carol levanta as duas mãos em rendição.

─ Quem é Will? – Eu pergunto.

─ É o ex-noivo de Sam. – Abby explica.

   Jake se levanta – Meninas, eu vou levar Samanta para o escritório até que ela se acalme um pouco e em seguida eu a trarei de volta para que continuem sua noite das meninas. Enquanto isso divirtam-se. – Ele se retira levando Sam com ele.

─ Meu Deus, eu nunca vi meu irmão assim. Ele está completamente apaixonado por Sam.

─ E ela por ele – Carol diz.

─ Assim eu espero. Eu odiaria vê-lo sofrer. – Eu digo e Carol parece preocupada.

─ Eu também odiaria ver minha amiga sofrer.

Eu pego minha bolsa – Eu vou retocar minha maquiagem. O que vocês acham de pedir mais uma rodada de champanhe? Logo estarei de volta.

Eu caminho em busca do banheiro e sinto uma mão agarrar meu braço – Aonde você vai? – Eu olho para sua mão em meu braço e ele imediatamente me solta. – Você não deve sair sem segurança.

─ Eu não estou saindo, estou indo ao banheiro. O que pode acontecer de tão terrível no banheiro? – Eu pergunto sarcasticamente.

─ Você acaba de ver lá embaixo o que pode acontecer no caminho até o banheiro. Ainda bem que eu estava atento e pude avisar ao seu irmão que ele estava aqui.

─ Aquilo foi diferente. – Eu continuo a andar e ele volta a me segurar. – O quê?

Ele se aproxima mais de mim e eu por um instante eu penso que ele vai me beijar – O banheiro fica do outro lado. – Eu me recomponho e agradeço. O banheiro feminino da boate é coisa de cinema. Trata-se de um grande espaço dividido em dois ambientes, sendo uma sala com espelhos, pufs, poltronas e uma enorme bancada. Mais adiante há outro ambiente com diversas cabines. Aqui, diferente do resto da boate onde tudo era vermelho e dourado, predomina o branco, porém com muitos detalhes vermelho e dourado. Embora haja muitas mulheres no banheiro, nenhum inconveniente de espera excessiva ocorre, já que o ambiente comporta toda a demanda de forma confortável. Ainda assim, eu demoro a sair do banheiro, pois não quero olhar para Ethan agora. Eu me acomodo em uma poltrona e aproveito para ver minhas mensagens no celular. Passados cerca de quinze minutos que eu estava dentro do banheiro, sentada em uma das poltronas disponíveis, uma funcionária da boate se aproxima de mim.

─ Senhorita Grenn?

─ Sim, sou eu.

─ Você está se sentindo bem?

Eu não entendo por que a pergunta. – Sim. Eu estou. Por que eu não estaria?

            ─ Desculpe abordá-la, Senhorita. O Senhor Ethan pediu para que eu viesse ver se estava tudo bem com você.

─ Sim. Eu estou bem. Por favor, diga-o que sairei em breve. Obrigada. – A moça sai do banheiro e eu fico me perguntando: Como esquecer uma pessoa que se faz presente até quando você está em um banheiro feminino. Eu me levanto, dou uma última olhada no espelho e saio. Ele está em frente à porta do banheiro andando de um lado para o outro. Ele para quando percebe a minha presença.

─ Aí está você. Você está se sentindo bem, realmente?

─ Sim. Eu estou bem. Por que eu não estaria?

─ Não sei. Você demorou, então eu pensei que talvez você pudesse estar se sentindo mal.

─ Não. Eu estava apenas descansando um pouco nas poltronas confortáveis. Mas obrigada por se preocupar comigo.

─ Não precisa agradecer. É o meu trabalho.

Talvez se ele jogasse um balde cheio de água gelada e gelo eu me sentisse melhor do que me sinto agora – Ok. Desculpe-me. É que às vezes eu esqueço que sou apenas um trabalho pra você. – Ele abre a boca para dizer algo, mas eu não espero para descobrir o que é. Eu caminho até a mesa e encontro as meninas conversando.

─ Você demorou. Está tudo bem? – Abby pergunta.

─ Sim, eu estava descansando um pouco nas poltronas do banheiro. Cheguei hoje de Vegas e não consegui dormir nada desde que cheguei. Mas agora estou bem. Eu apenas precisava da calma daquele banheiro. O que vocês estão bebendo?

─ Nosso champanhe já está quente. – Megan reclamou – Vamos pedir novas taças de champanhe.

─ Sim, é melhor. – Eu sinalizo para a garçonete e faço novos pedidos. Nós estamos sentadas em grandes assentos em forma de U, em uma extremidade está Carol, ao seu lado está Abby. Eu me sento na outra extremidade do U ao lado de Megan. Ethan está posicionado atrás de Carol e Abby, próximo à parede. Embora ele esteja de frente pra mim e observando atentamente o nosso grupo, ele está claramente evitando o meu olhar.  – Do que vocês estavam falando?

─ Estávamos comentando que, do nosso grupo, apenas você e Megan estão sem namorado. – Abby responde.

─ Nem me fale. Megan, nós precisamos resolver isso.

─ Eu também acho. Quem sabe não conseguimos sair daqui acompanhadas?

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