Vinte e sete anos atrás...Fiquei ali ouvindo toda a discussão entre o meu chefe e sua prostituta, mais uma vez, era sempre assim, no fim eles sempre acabavam na cama. Mas, daquela vez algo estava diferente.— Sabe muito bem que eu não posso assumir essa criança — disse Celio.— Eu sei muito bem disso — fala Vera chorando.— Então dê um jeito, não posso ter um filho bastardo na minha posição.— Nunca pensou na sua posição quando vinha me procurar.— Eu sempre procurei o que minha mulher não me dá casa, mas nem por isso penso em me separar dela ou dos meus filhos por causa de uma puta que achou que podia me prender com um filho bastardo.— Eu jamais imaginei isso, sempre me cuidei, estou nessa vida há muito tempo e foi à única fez que engravidei.— E achou de engravida logo de mim, acha mesmo que caio nessa, não vou assumir essa criança, lhe darei o dinheiro que precisa para abortar.— Eu não quero.— E desde quando puta tem de querer? Pois fique sabendo que se não tirar essa criança,
CarterO som estridente do telefone tira minha concentração do que estava fazendo, assim que o coloco no ouvido, ouço:— Carter!— O que foi, não vai me dizer que já enjoou do hospital.— Sim, vou ter alta amanhã, acho que as enfermeiras e os médicos estão me odiando.— Que merda você fez aí, Hernandes?— Eu, nada. Só implorei para ir embora com muita delicadeza.— Só isso, duvido, foi para isso que me ligou, para dizer que está infernizando todos aí?— Lógico que não, jamais tomaria seu tempo com uma bobagem dessa, liguei porque tenho uma notícia nada agradável para contar.— Fala logo, porra, sabe que não gosto de suspense.— O segurança responsável pela vigilância dos Barrett, falou que Paola está aqui também, se juntou a outra mulher que ele não sabe quem é, e o pior é que ela se encontrou com o Victor, juntos, eles foram tentar sequestrar o pai de Camilly, mas deu errado e o advogado foi quem levou a pior, por não ter entregado o testamento em que ele colocou só a senhora como su
CamillyVê-lo ali deitado sem se mover, me deu uma satisfação tão grande, eu nunca imaginei que ficaria parada sem conseguir ajudar alguém, mas, aconteceu. Não consegui me mover, algo me prendeu ao chão e quando o vi sendo carregado, rezei para que não voltasse. Mas quando o senhor Hernandes ligou para dizer que ele estava bem, eu realmente não sei o que senti, alívio, ódio, raiva, tudo misturado, tanto que não quis esperá-lo quando chegou, me tranquei em meu quarto com a desculpa de que iria tomar banho, graças a Deus que Nina e Sara ficariam aqui, depois que tomei banho, fiquei por um bom tempo sentada na varanda, olhando o pôr do sol, amava fazer isso. Saí dos meus pensamentos quando bateram na porta.— Pode entrar.— Filha.— Oi Nina.— Chegou esse envelope para você.— Quem será que mandou?— Não tem remetente.— Dê-me aqui.Não sabia quem tinha enviado, peguei o papel das mãos dela, não era leve, mas também não era tão pesado, procurei por alguma coisa que indicasse de onde tinh
CarterDepois que voltei do hospital, me tranquei dentro do quarto, nem jantar eu quis, preferi ficar sozinho, o que o médico me disse não saia da cabeça, agora era esperar o diagnóstico. Eu nunca gostei de hospital, sempre me mantive longe, mesmo com as dores sendo forte, me entupia de remédio para não ter que ir aquele lugar.Uma batida na porta chama a minha atenção.— Pode entrar.— Senhor Carte, o senhor Hernandes pediu que fosse até o seu escritório.— Ele disse para quê?— Não, senhor.— Está bem, obrigado.— Por nada, senhor — antes que ela saia, eu peço.— Fale Nina, onde está Camilly?— Em seu quarto.— Ela já jantou?— Não, disse que está sem fome, assim como o senhor.— Entendi, pode ir.Ela não fez o mesmo que fez com o Hernandes, não veio me ver para saber se estou bem ou não, isso só prova que me odeia, que com certeza rezou para que eu morresse. A única pessoa que se importa comigo de verdade é o Hernandes, que mesmo numa cadeira de rodas, não me deixou sozinho no hosp
CarterCom todos os exames realizados, que para mim demorou uma eternidade, resolvi não ir trabalhar. Já tinha perdido praticamente o dia todo, entrei no carro e mandei o motorista voltar para casa, como sempre, a minha cabeça estava doendo, mas não estava tão intenso como das outras vezes, me peguei o caminho pensando em toda a minha vida, no que construí, no que conquistei com os meus esforços e tudo que me aconteceu para chegar onde estou, no meu casamento e na descoberta da verdade sobre a minha mãe, eu sabia que provavelmente não iria sair vivo dessa cirurgia, ou se saísse, alguma sequela poderia ter. E foi ouvido o médico, que decidi deixar tudo que tenho para duas pessoas: Hernandes e Camilly.É tão engraçado saber que o Victor está tentando me matar, se ele soubesse do meu estado de saúde, com certeza iria ficar esperando que o tumor me matasse logo. Pensando nisso, é que terei uma conversa com o meu advogado. Vou mudar o meu testamento, se estou com medo de morrer, não, um di
CamillyEscutar tudo que ele me disse não foi fácil, sim, todos nós merecemos uma segunda chance, mas, o que ele me fez, está gravado em minha alma e não seria de uma noite para o dia que eu iria confiar no homem que me tirou tudo, confesso que o nosso jantar depois de tudo que falei, foi muito agradável, ele me contou como descobriu sobre sua mãe, que estava arrependido de odiá-la tanto e quando soube tudo que ela fez para protegê-lo, que o seu mundo caiu, me pediu que contasse da minha vida, sobre os meus sonhos antes de conhecê-lo, eu falei dos meus pais, da Nina e até do meu amigo da faculdade, percebi a cara dele que não tinha gostado, mas nem liguei, falei do meu sonho em me tornar médica, ele disse seria uma boa, mas não me disse que iria me deixar estudar.Uma semana se passou depois do nosso jantar, as coisas melhoraram, não brigamos, mas, em vez disso conversávamos. Outra novidade era que agora éramos quatro sentados à mesa na hora das refeições. Anna veio me pedir desculpa,
CamillyNão consegui ver para onde estavam me levando, pois assim que o carro começou a andar, vendaram os meus olhos, ainda estou com dor pelo soco que levei no do Victor, mas, o meu pensamento está em Anna, espero que ela sobreviva ao tiro, assim que o carro parou, me arrastaram para dentro de algum lugar, subimos escadas, eu ia tropeçando, já que não conseguia ver nada, ouvi que abriram uma porta e me colocaram sentada numa cadeira, amarram as minhas mãos, mas não tiraram a venda, escutei a porta sendo trancada, depois disso tudo ficou em silêncio, não sei quanto tempo estou aqui, tentei me soltar mas não consegui, escuto a porta sendo aberta e passos que param, acho que em minha frente.— Quem diria que a senhora toda poderosa estaria em um lugar como esse, não e mesmo?— Jessica?— Achou que tinha se livrado de mim, assim tão fácil? — puxa a venda dos meus olhos e eu tento focá-los em seu rosto.— Porque está fazendo isso, nunca te fiz nada, sabe muito bem que ele não vai pagar p
CarterQuando Pedro invadiu a minha sala, informando que Júlio conseguiu uma pista do possível paradeiro de Camilly, saí da sala imediatamente, de maneira alguma eu iria ficar aqui esperando que eles fossem resolver isso sem mim, eu jurei que mataria o Victor e pretendo fazer, e se ele tocou nela, a sua morte será o meu maior prazer.Quando chegamos ao lado de fora da mansão, o Júlio nos contou que um dos seus homens avistou um carro suspeito do lado de fora dos portões e viram quem estava ao volante, porém, ele percebeu que foi descoberto e saiu cantando pneus, mas foi seguido, o carro parou na segunda entrada da comunidade, numa casa, que pelo visto era o esconderijo do Victor, já que estava com muitos homens ao redor e muito bem armados.— E o que estamos esperando, com certeza é lá que estão prendendo a minha mulher.— Temos que ir com cautela, se não ele pode matá-la.— Ele vai matá-la de qualquer jeito, eu conheço o Victor, com certeza não vai me devolvê-la viva.— Carter, fique