Canadá – Dois anos depois...CamillyCaminho pela sala tentando ver o meu pai, não posso me atrasar e tenho que falar da vacina de Clara antes de sair.— Pai.— Oi filha.— Já estou saindo, lembre-se que hoje tem a vacina da Clarinha.— Não me esqueci, pode ir para a faculdade que eu e a Nina tomamos conta de tudo.— Está bem, pai, todo dia é a mesma coisa, estou indo beijos.— Tchau filha...Depois que cheguei aqui, me cuidei muito, não foi fácil, mas, fiquei curada das fraturas, dos hematomas e da cicatriz que Jessica deixou em meu braço, sabia que essa eu iria ver todos os dias, então, quando a minha filha nasceu, resolvi fazer uma tatuagem, assim quando eu olhasse para o meu braço, não veria uma coisa feia, mas sim algo bonito, uma marca da minha sobrevivência, de que consegui sair do inferno em que vivia e superei. Falando em minha filha, quando soube que seria uma menina, resolvi colocar seu nome Clara: Que significa "brilhante", "clara", "luminosa" e "ilustre". É exatamente is
CamillyHoje, como todos os sábados, me dedico a minha filha, passo todo o tempo livre ao seu lado, dou a ela tudo que não recebi da minha mãe, sim, não a chamo pelo nome, afinal de contas, foi ela quem me criou e no fim de tudo, deu sua vida para que eu não fosse estuprada. Até agora não sei o que aconteceu com ela naquele momento para me defender, poderia ter me deixado ser abusada pelo Victor, mas não deixou, não estou dizendo que a perdoei, mas não guardo tanto ódio como antes.Depois que almoçamos, coloquei a minha pequena para dormir, terminei as lições da faculdade já era quase 18h00min, fui ao quarto da minha pequena e a acordei, estava na hora de ela tomar um banho e se arrumar para encontrar o seu pai.Assim que ela estava pronta, levei para o meu pai ficar com ela, enquanto eu me arrumava. Coloquei um vestido solto, todo rendado, prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e passei um pouco de perfume. Já pronta, desci, assim que cheguei ao primeiro degrau da escada, escutei
Eu fui até a porta e bati, assim que o homem apareceu, eu parti para cima dele, fiquei cego, comecei a desferir várias facadas, só quando percebi que seu corpo estava sem vida foi que parei, eu olhei para todos os lados daquele apartamento, eu sabia que tinha o outro, então comecei a procurar, subi as malditas escadas, e quando parei numa porta, o que vi, me fez voltar ao dia em que eles abusaram de mim, ele estava deitado e ao seu lado tinha um garotinho pelado, todo machucado, nem mesmo dei chance para que ele se levantasse, parti para cima dele e fiz o mesmo que tinha feito com o outro, desferir várias facadas em seu peito. Hernandes pegou o menino no colo e desceu as escadas, assim que terminei, larguei o corpo morto na cama, ele estava com os olhos abertos, foi bom que ele tenha visto quem o matou.“— O que vamos fazer com a criança e com os corpos?” Perguntei a ele.“— A criança, vamos deixar na igreja, já os corpos, podemos usar o carro deles e levar para aquele terreno vazio e
CamillyOs dias foram se passando, assim como os meses, estávamos nos dando muito bem, minha filha estava cada vez envolvida com o pai, toda vez que a gente falava que ele estava vindo vê-la, ela dava gritinhos e batia palmas.Por outro lado, ele mudou um pouco, consegui perceber, ele estava mais atencioso, não ficava bravo com facilidade, sua empresa estava indo bem, fui visitar sua casa algumas vezes, ela era linda, tinha um quarto para Clarinha, com muitos brinquedos e várias roupas que ela nunca iria usar, por serem tantas, mas não adiantava eu falar, todas as vezes que saíamos com ela, ele comprava algo.Saímos algumas vezes, cantávamos e jogávamos conversa fora, ele sorria, coisa que nunca imaginei ver, estava mais comunicativo. Tinha dia que estava saindo da faculdade e lá estava ele com um enorme sorriso, se eu disser que não gostava de vê-lo, estaria mentindo, quando ele me abraçava, o meu corpo todo incendiava, não sei explicar o porquê, mas, o meu coração não sentia tanto ó
CarterA minha intensão essa noite, era ficar com as duas mulheres que mudaram a minha vida, sim mudei, estou fazendo terapia, e com a convivência das pessoas que se importam comigo, já sinto os benefícios e o bem que está fazendo em ser outra pessoa, não vou dizer que não está me fazendo bem, porque estaria mentindo. Se eu não fosse tão teimoso, teria feito isso antes, talvez a dor que me consumia não teria chegado a tanto e eu não teria machucado tantas pessoa, não posso voltar a trás e mudar tudo que fiz, mas vou mudar o meu futuro e reconquistar a minha mulher e criar a minha filha, dar a ela o que não tivemos, amor, isso é o que me move.Olhando-a em minha frente, tão linda, o seu perfume está espalhado por todo o ambiente, e isso me deixa louco, sei que ela ainda não confia em mim totalmente, não tiro sua razão, eu fui um monstro, mas, quero mostrar que um monstro também pode ser capaz de dar amor e prazer.— Camilly, você lembra-se da noite em que começamos a brincar na sala e
CarterUm jovem empresário muito respeitado e dono de uma grande fortuna, mas, que esconde um passado obscuro. Cresceu nas ruas e para se livrar da pobreza, entrou para o tráfico.Dono de uma reputação incomparável, porém o que ninguém imagina, é que ele possui um coração frio e amargurado pelo abandono. O ódio consome sua vida e a busca por vingança o motiva a seguir em frente, pois, não é capaz de perdoar quem lhe feriu no passado.Seu objetivo é tornar-se cada vez mais rico e não se importa de usar quem quer que seja para conseguir seus objetivos. Para ele as pessoas são para serem usadas ao seu bel prazer ou para humilhar."Eu ainda vou achá-la e se não estiver morta, eu mesmo irei matá-la."Camilly Não foi fácil crescer em uma casa sem amor, onde o único carinho recebido era de sua babá, Nina, que a criou como uma filha. Seus pais nunca se importaram com ela e a convivência familiar sempre foi escassa.Porém, por mais difícil que fosse, ela jamais imaginou que eles fossem capaz
CamillyEu nunca entendi o porquê dos meus pais me odiarem tanto, desde pequena, nunca tive nada deles, nem amor, atenção ou algo parecido, tudo que eu recebi de afeto foi da minha babá, que se parecia mais com uma mãe. Hoje estou completando quinze anos, e para variar, os meus pais nem se lembraram. Minha mãe mal fica em casa, vive em salões de beleza ou em clínicas de estéticas, quando não é isso, sempre está em festas. Meu pai vive para o trabalho e para bancar os gastos que tem com a minha mãe. Eu nunca pude sair sozinha ou mesmo ir a qualquer festa porque nunca deixaram e com eles não tinha conversa, se eu fizesse qualquer coisa errada, era surra na certa. Minha mãe não tinha dó, eu guardava em meu corpo as marcas, o meu pai nunca ligou, ele sempre fingia que não via, era omisso. Sempre me perguntei por que eles me odiavam tanto.Se eles não queriam ter tido um filho, por que me colocaram no mundo?Levanto-me, vou fazer a minha higiene, tomo meu banho, escovo o meu cabelo, coloc
CamillyO meu aniversário chegou e depois do que ouvi no escritório do meu pai, um mês atrás, as coisas em casa pioraram. Eram brigas todos os dias, minha mãe já não falava mais comigo, o meu pai parecia uma barata tonta de tanto que falava ao telefone ou ficava trancando dentro do escritório. Mas hoje, eu estava muito feliz, já tinha combinado tudo com Nina, que iria embora daqui a uma semana, sem ninguém ver, só estava esperando a documentação que viria da faculdade para isso. Deixei Nina responsável por qualquer correspondência no meu nome, para que os meus pais não a pegasse e descobrissem o que eu pretendia. Estava em meu quarto quando minha mãe entrou, pela primeira vez em anos, me surpreendendo. — Hoje é seu aniversário, vamos fazer uma comemoração entre alguns amigos de seu pai.— Por que hoje? Se nunca se lembraram do meu aniversário. — Por que sempre tem que questionar tudo?— Não estou questionando nada, há dezoito anos vocês nunca se lembraram de mim e hoje do nada resol