CamillyVê-lo ali deitado sem se mover, me deu uma satisfação tão grande, eu nunca imaginei que ficaria parada sem conseguir ajudar alguém, mas, aconteceu. Não consegui me mover, algo me prendeu ao chão e quando o vi sendo carregado, rezei para que não voltasse. Mas quando o senhor Hernandes ligou para dizer que ele estava bem, eu realmente não sei o que senti, alívio, ódio, raiva, tudo misturado, tanto que não quis esperá-lo quando chegou, me tranquei em meu quarto com a desculpa de que iria tomar banho, graças a Deus que Nina e Sara ficariam aqui, depois que tomei banho, fiquei por um bom tempo sentada na varanda, olhando o pôr do sol, amava fazer isso. Saí dos meus pensamentos quando bateram na porta.— Pode entrar.— Filha.— Oi Nina.— Chegou esse envelope para você.— Quem será que mandou?— Não tem remetente.— Dê-me aqui.Não sabia quem tinha enviado, peguei o papel das mãos dela, não era leve, mas também não era tão pesado, procurei por alguma coisa que indicasse de onde tinh
CarterDepois que voltei do hospital, me tranquei dentro do quarto, nem jantar eu quis, preferi ficar sozinho, o que o médico me disse não saia da cabeça, agora era esperar o diagnóstico. Eu nunca gostei de hospital, sempre me mantive longe, mesmo com as dores sendo forte, me entupia de remédio para não ter que ir aquele lugar.Uma batida na porta chama a minha atenção.— Pode entrar.— Senhor Carte, o senhor Hernandes pediu que fosse até o seu escritório.— Ele disse para quê?— Não, senhor.— Está bem, obrigado.— Por nada, senhor — antes que ela saia, eu peço.— Fale Nina, onde está Camilly?— Em seu quarto.— Ela já jantou?— Não, disse que está sem fome, assim como o senhor.— Entendi, pode ir.Ela não fez o mesmo que fez com o Hernandes, não veio me ver para saber se estou bem ou não, isso só prova que me odeia, que com certeza rezou para que eu morresse. A única pessoa que se importa comigo de verdade é o Hernandes, que mesmo numa cadeira de rodas, não me deixou sozinho no hosp
CarterCom todos os exames realizados, que para mim demorou uma eternidade, resolvi não ir trabalhar. Já tinha perdido praticamente o dia todo, entrei no carro e mandei o motorista voltar para casa, como sempre, a minha cabeça estava doendo, mas não estava tão intenso como das outras vezes, me peguei o caminho pensando em toda a minha vida, no que construí, no que conquistei com os meus esforços e tudo que me aconteceu para chegar onde estou, no meu casamento e na descoberta da verdade sobre a minha mãe, eu sabia que provavelmente não iria sair vivo dessa cirurgia, ou se saísse, alguma sequela poderia ter. E foi ouvido o médico, que decidi deixar tudo que tenho para duas pessoas: Hernandes e Camilly.É tão engraçado saber que o Victor está tentando me matar, se ele soubesse do meu estado de saúde, com certeza iria ficar esperando que o tumor me matasse logo. Pensando nisso, é que terei uma conversa com o meu advogado. Vou mudar o meu testamento, se estou com medo de morrer, não, um di
CamillyEscutar tudo que ele me disse não foi fácil, sim, todos nós merecemos uma segunda chance, mas, o que ele me fez, está gravado em minha alma e não seria de uma noite para o dia que eu iria confiar no homem que me tirou tudo, confesso que o nosso jantar depois de tudo que falei, foi muito agradável, ele me contou como descobriu sobre sua mãe, que estava arrependido de odiá-la tanto e quando soube tudo que ela fez para protegê-lo, que o seu mundo caiu, me pediu que contasse da minha vida, sobre os meus sonhos antes de conhecê-lo, eu falei dos meus pais, da Nina e até do meu amigo da faculdade, percebi a cara dele que não tinha gostado, mas nem liguei, falei do meu sonho em me tornar médica, ele disse seria uma boa, mas não me disse que iria me deixar estudar.Uma semana se passou depois do nosso jantar, as coisas melhoraram, não brigamos, mas, em vez disso conversávamos. Outra novidade era que agora éramos quatro sentados à mesa na hora das refeições. Anna veio me pedir desculpa,
CamillyNão consegui ver para onde estavam me levando, pois assim que o carro começou a andar, vendaram os meus olhos, ainda estou com dor pelo soco que levei no do Victor, mas, o meu pensamento está em Anna, espero que ela sobreviva ao tiro, assim que o carro parou, me arrastaram para dentro de algum lugar, subimos escadas, eu ia tropeçando, já que não conseguia ver nada, ouvi que abriram uma porta e me colocaram sentada numa cadeira, amarram as minhas mãos, mas não tiraram a venda, escutei a porta sendo trancada, depois disso tudo ficou em silêncio, não sei quanto tempo estou aqui, tentei me soltar mas não consegui, escuto a porta sendo aberta e passos que param, acho que em minha frente.— Quem diria que a senhora toda poderosa estaria em um lugar como esse, não e mesmo?— Jessica?— Achou que tinha se livrado de mim, assim tão fácil? — puxa a venda dos meus olhos e eu tento focá-los em seu rosto.— Porque está fazendo isso, nunca te fiz nada, sabe muito bem que ele não vai pagar p
CarterQuando Pedro invadiu a minha sala, informando que Júlio conseguiu uma pista do possível paradeiro de Camilly, saí da sala imediatamente, de maneira alguma eu iria ficar aqui esperando que eles fossem resolver isso sem mim, eu jurei que mataria o Victor e pretendo fazer, e se ele tocou nela, a sua morte será o meu maior prazer.Quando chegamos ao lado de fora da mansão, o Júlio nos contou que um dos seus homens avistou um carro suspeito do lado de fora dos portões e viram quem estava ao volante, porém, ele percebeu que foi descoberto e saiu cantando pneus, mas foi seguido, o carro parou na segunda entrada da comunidade, numa casa, que pelo visto era o esconderijo do Victor, já que estava com muitos homens ao redor e muito bem armados.— E o que estamos esperando, com certeza é lá que estão prendendo a minha mulher.— Temos que ir com cautela, se não ele pode matá-la.— Ele vai matá-la de qualquer jeito, eu conheço o Victor, com certeza não vai me devolvê-la viva.— Carter, fique
CamillyColoquei toda a minha raiva para fora, se eu pudesse o mataria de tanto ódio que carrego dentro de mim.— Filha, oh meu Deus, o que fizeram a você?— Nina, eu estou bem.— Isso não é estar bem, olha como deixaram você, filha.— Eu vou melhorar, mas vou precisar muito de sua ajuda, não posso mais voltar para aquela casa, nunca mais.— Por que não, filha?— Estou grávida e não vou ter o meu filho num lugar daqueles.— Meu Deus do céu, eu vou ser avó, ai que alegria em meio de tantas tragédias, e como pretende sair, ele não vai deixar, sabe bem disso.— Por isso vou fugir, enquanto ele estiver preocupado em pegar o Victor, eu serei livre.— Como filha?— Quero que volte para casa, dentro da minha bolsa que esta no fundo do closet, tem os meus documentos, o celular do meu pai e o cartão, onde tem dinheiro, quero que passe no banco e retire uma boa quantia, mas, além disso, apenas uma muda de roupa, não vou levar nada.— Eu vou com você, e nem adianta me dizer para não.— Eu não
CarterUma varredura estava sendo feita para encontrar os desgraçados. Eu não iria sossegar enquanto não os vissem em minha frente.— Carter, achamos os ratos.— Onde?— Estão numa casa no extremo sul da cidade, os homens do Júlio estão com os dois.— Então vamos que o meu dia acabou de começar.Saímos e Pedro já estava esperando com o carro ligado, assim que entrei, já verifiquei se a minha arma tinha munição suficiente para acabar com os dois, lógico que isso depois da brincadeira que pretendo fazer com eles. Se Victor acha que depois que saí da sede, esqueci como se trata um traidor, está muito enganado, tudo que aprendi com Gonçalves, não esquecerei.O lugar onde foram encontrados ficava fora da cidade, até chegar lá vai demorar cerca de uma hora, meus pensamentos apesar de tudo, estava na Camilly, aproveito para ligar para o segurança. Quero saber como ela passou a noite, poderia perguntar a Nina, mas, ela não foi para casa essa manhã, tenho certeza que ela só sai daquele hospi