HernandesDepois que passei na loja e comprei os uniformes, passei numa loja de doces, sou um verdadeiro comilão, amo muito doces, comprei muitos, pois pretendo dividir com a Camilly e Sara, vou andando para o meu carro, mas quando chego bem perto dele, escuto alguém me chamar.— Hernandes.Não reconheço a voz, mas me viro para olhar, tem dois homens de pé perto de um carro preto, um deles pergunta novamente.— Você é o Hernandes certo?— Sim, sou. O que querem?— Mandar um recado.Um deles saca a arma e aponta para mim, tento correr, mas não dá tempo, sinto a minha coxa e o meu ombro queimar, sei que fui atingido em dois lugares, mas, eles não querem me matar, se fosse este o caso, o tiro seria na cabeça, caio no chão e vejo a minha roupa logo ficar ensopada de sangue, a dor é horrível.Caralho!Em seguida, escuto passos, vou me arrastando, tentando me esconder, mas no estacionamento não tem lugar para isso, então consigo ver um deles parar em minha frente e falar.— Não atiramos des
CamillyCheguei à cozinha, estava com muita sede, Sara já estava com tudo pronto para o jantar, quando ela se virou para mim, vi que estava chorando.— O que foi Sara, por que está chorando?— Pedro veio nos avisar que o Hernandes foi baleado e está no hospital.— Ai meu Deus, ele só disse isso?— Sim. O senhor Carter ligou para que ele tomasse cuidado com a segurança da casa, mas não disse como ele está, estou agoniada sem notícias.— Não podemos ligar para ele e perguntar?— Eu não posso fazer isso, menina.— Mas, eu vou fazer, vamos até a sala agora.Não sabia qual seria a reação dele comigo ao telefone, mas, para falar a verdade, não me importava, estava preocupada com o senhor Hernandes e não ia me importar se ele brigasse ou até mesmo me batesse.— Alô?— O que foi Camilly?— Soubemos o que houve com o senhor Hernandes e gostaríamos de saber se o senhor tem notícias dele.— Ele está fora de perigo. As balas não atingiram nenhuma parte vital, pode ficar sossegada, que ele vai viv
CarlosOs dias se passavam lentamente dentro desse quarto, não saia muito, não queria dar sorte para o azar.Não tive nenhumas notícias de Paola, mas, algo me dizia que essa mulher não vai me deixar em paz, logo agora que estou com todo o dinheiro e mulher como ela vive só para isso, eu não sei onde estava com a cabeça quando me casei com ela.Saio dos meus pensamentos quando o meu celular toca, vejo no visor que é o meu advogado.— Alô?— Carlos, tudo bem? Só liguei para te dizer que o testamento está finalizado, pode vir assinar, tenho um amigo que é juiz e que vai fazer todo o processo por uma boa quantia, sem que não haja nenhum jeito de mudança.— Perfeito, posso ir aí hoje se estiver tudo pronto.— Sim, pode. Só me avise a que horas poderá vir.— Vou depois do almoço, não tem um horário certo.— Tudo bem, eu vou ficar te esperando.— Até mais.Depois que desliguei o celular, fui arrumar o apartamento, agora que moro sozinho, sou eu que tenho que fazer tudo.Quando tudo está arru
NinaHá dias vinha tentando arrumar um emprego e quando a agência me ligou, eu não pensei duas vezes em aceitar, mesmo que não desse certo, porque eu quase não fazia o mesmo serviço que as outras na casa dos Barrett, fui contratada para cuidar mesmo da Camilly, mas estava muito esperançosa de que iria conseguir, eles me mandaram o endereço e o horário que seria a entrevista.Quando cheguei ao local, fiquei admirada com o lugar, que era uma mansão enorme. Nervosa, estava tremendo. Outra candidata chegou alguns segundos depois de mim, a sua função era o que eles realmente estavam precisando, o segurança abriu o portão e depois que nos identificamos, eles nos levaram para uma sala que ficava nos fundos, longe da casa principal. A Lucy, a moça que chegou depois de mim, foi primeiro, fiquei sentada num banco do lado de fora. De onde estava, podia ver a imensidão do lugar, era muito bonita por fora, mas por dentro, eu imaginava que era ainda mais linda.Quando chegou a minha vez, já estava
Vinte e sete anos atrás...Fiquei ali ouvindo toda a discussão entre o meu chefe e sua prostituta, mais uma vez, era sempre assim, no fim eles sempre acabavam na cama. Mas, daquela vez algo estava diferente.— Sabe muito bem que eu não posso assumir essa criança — disse Celio.— Eu sei muito bem disso — fala Vera chorando.— Então dê um jeito, não posso ter um filho bastardo na minha posição.— Nunca pensou na sua posição quando vinha me procurar.— Eu sempre procurei o que minha mulher não me dá casa, mas nem por isso penso em me separar dela ou dos meus filhos por causa de uma puta que achou que podia me prender com um filho bastardo.— Eu jamais imaginei isso, sempre me cuidei, estou nessa vida há muito tempo e foi à única fez que engravidei.— E achou de engravida logo de mim, acha mesmo que caio nessa, não vou assumir essa criança, lhe darei o dinheiro que precisa para abortar.— Eu não quero.— E desde quando puta tem de querer? Pois fique sabendo que se não tirar essa criança,
CarterO som estridente do telefone tira minha concentração do que estava fazendo, assim que o coloco no ouvido, ouço:— Carter!— O que foi, não vai me dizer que já enjoou do hospital.— Sim, vou ter alta amanhã, acho que as enfermeiras e os médicos estão me odiando.— Que merda você fez aí, Hernandes?— Eu, nada. Só implorei para ir embora com muita delicadeza.— Só isso, duvido, foi para isso que me ligou, para dizer que está infernizando todos aí?— Lógico que não, jamais tomaria seu tempo com uma bobagem dessa, liguei porque tenho uma notícia nada agradável para contar.— Fala logo, porra, sabe que não gosto de suspense.— O segurança responsável pela vigilância dos Barrett, falou que Paola está aqui também, se juntou a outra mulher que ele não sabe quem é, e o pior é que ela se encontrou com o Victor, juntos, eles foram tentar sequestrar o pai de Camilly, mas deu errado e o advogado foi quem levou a pior, por não ter entregado o testamento em que ele colocou só a senhora como su
CamillyVê-lo ali deitado sem se mover, me deu uma satisfação tão grande, eu nunca imaginei que ficaria parada sem conseguir ajudar alguém, mas, aconteceu. Não consegui me mover, algo me prendeu ao chão e quando o vi sendo carregado, rezei para que não voltasse. Mas quando o senhor Hernandes ligou para dizer que ele estava bem, eu realmente não sei o que senti, alívio, ódio, raiva, tudo misturado, tanto que não quis esperá-lo quando chegou, me tranquei em meu quarto com a desculpa de que iria tomar banho, graças a Deus que Nina e Sara ficariam aqui, depois que tomei banho, fiquei por um bom tempo sentada na varanda, olhando o pôr do sol, amava fazer isso. Saí dos meus pensamentos quando bateram na porta.— Pode entrar.— Filha.— Oi Nina.— Chegou esse envelope para você.— Quem será que mandou?— Não tem remetente.— Dê-me aqui.Não sabia quem tinha enviado, peguei o papel das mãos dela, não era leve, mas também não era tão pesado, procurei por alguma coisa que indicasse de onde tinh
CarterDepois que voltei do hospital, me tranquei dentro do quarto, nem jantar eu quis, preferi ficar sozinho, o que o médico me disse não saia da cabeça, agora era esperar o diagnóstico. Eu nunca gostei de hospital, sempre me mantive longe, mesmo com as dores sendo forte, me entupia de remédio para não ter que ir aquele lugar.Uma batida na porta chama a minha atenção.— Pode entrar.— Senhor Carte, o senhor Hernandes pediu que fosse até o seu escritório.— Ele disse para quê?— Não, senhor.— Está bem, obrigado.— Por nada, senhor — antes que ela saia, eu peço.— Fale Nina, onde está Camilly?— Em seu quarto.— Ela já jantou?— Não, disse que está sem fome, assim como o senhor.— Entendi, pode ir.Ela não fez o mesmo que fez com o Hernandes, não veio me ver para saber se estou bem ou não, isso só prova que me odeia, que com certeza rezou para que eu morresse. A única pessoa que se importa comigo de verdade é o Hernandes, que mesmo numa cadeira de rodas, não me deixou sozinho no hosp