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CAPÍTULO 5. Uma coleção indecente

A cabeça de Valeria estava tão metida nos desenhos que ela mal notou que Oli estava olhando para os desenhos.

—Val, isto é incrível.—murmurou ela, seus olhos brilhando de excitação.

Valeria olhou para cima e sorriu.

—Você gosta deles?

—Eu nunca tinha visto projetos como estes antes! Eles são bonitinhos, mas... sexy... é possível? Quer dizer... sentir-se inocente e malvada ao mesmo tempo!

—Sim, essa é a idéia.—explicou Valeria.

—Você sabe que o CEO vai entrar em colapso quando ele ver isso néh? —Oli a advertiu.

—Bom... se ele cair morto no meio da reunião, vamos nos poupar de muitas dores de cabeça.—zombou Valeria. Talvez eu devesse tê-los feito mais atrevidos?

Ambos riram e Oli disse a ela que a reunião estava prestes a começar.

Valeria tinha passado a semana fechada em seu cubículo, e Nick Bennet tinha passado a semana em fúria porque não conseguia obter fundamentos legais para despedi-la. Eles tinham se evitado o máximo possível, mas chegou a hora de apresentar os projetos na reunião e não havia outra escolha senão assistir.

Ela se sentou na sala de reuniões da diretoria no assento mais distante possível e, como sempre, eles começaram com a coleção masculina. O estilo geral daquele Studio era sóbrio e elegante, embora a linha feminina tenha sido destacada por alguns desenhos de verão muito casuais que todos gostaram muito.

Finalmente, foi a vez do departamento de lingerie eValeria abraçou sua pasta de design com entusiasmo. Ela havia trabalhado tão duro naquela pequena coleção que mal tinha dormido. Ela estava exausta, mas ela sabia que valia a pena. Era uma coleção de sutiãs, calcinhas, espartilhos, ligas e conjuntos de meias para recém-casadas, doce e sensual, em cores que variavam do branco ao fúcsia.

Podia ver muitos designers sorrindo curiosamente enquanto ela apresentava os tecidos, os padrões, os esboços.

—O que é isso ? —Nick a interrompeu de repente e o silêncio na sala foi esmagador.

—É uma coleção para "Noites de Casamento", Valeria tentou explicar, mas Nick não a deixou continuar.

—E você acha que há alguma noiva que gostaria de usar algo tão vulgar quanto isso? —Reditou na frente de todos e Valeria engoliu secamente porque ela tinha mais de trinta pares de olhos sobre ela.

—Estes desenhos não são vulgares, são lindos.—defendeu ela mesma. São delicados o suficiente para serem usados por uma noiva, e são sensuais o suficiente para fazer com que seu marido queira dormir com ela, pois caso você não saiba, esse é  o objetivo de uma noite de núpcias.

Os murmúrio começaram a circular pela sala, e houve quem a olhasse com piedade e quem a olhasse com admiração por ousar falar com o CEO de tal forma.

—Você parece não entender o conceito deste estúdio de design, Srta. Williams. —disse Nick com um son escarnecedor, levantando-se de sua cadeira e aproximando-se dela. Somos um estúdio sério, nossas coleções são feitas com mulheres elegantes e sofisticadas... não com strippers!

Ele jogou os desenhos sobre a mesa como se não fossem nada, e seu coração encolheu só de pensar em todo o esforço que ela havia colocado naqueles esboços.

—Bem, mesmo as mulheres sofisticadas gostam de se sentir sexy, posso garantir-lhe. —respondeu Valeria. As pessoas não são pretas e brancas, Sr. Bennet. Há muitas mulheres elegantes que se sentiriam muito bem vestindo estes desenhos.....

—E quando você teve tanto tempo para passar com mulheres elegantes, Srta. Williams? —Nick zombou dela, humilhando-a na frente de todos. —Porque se me lembro corretamente de seu registro de trabalho, você vem de uma universidade pública...

Valeria sentiu um caroço na garganta e corou. Ela não manteve sua educação em segredo, mas ultimamente ela parecia um estigma, e ser usada pelo CEO para envergonhá-la na frente de seus colegas a fazia se sentir pequena, indigna do trabalho que ela fazia. Ela fechou os dentes para conter as lágrimas, e Nick, vendo que ele havia encontrado seu ponto fraco, não parou.

—Estes projetos são medíocres, e o pensamento que neles foi incorporado também deve ser medíocre. A escolha dos tecidos é pobre, os decotes são antiquados e... não há nada de elegante, nada de refinado neles. Diga-me uma coisa: o que você acha que um homem vai pensar quando ver sua esposa usando um sutiã tão vulgar como este? — perguntou ele zombando.

—Bom, eu não sei, você me diz, você passou dez minutos olhando para o meu há uma semana! — disse Valeria, incapaz de se conter, apontando para sua blusa. Um dia ela iria morrer pela boca, mas não podia se permitir ser humilhada de tal maneira, e ela gostava da lividez papal de Nick.— Ou você estava olhando meus seios ao invés do desenho do meu sutiã, Sr. Bennet?

Nick não precisava nem mesmo dar uma ordem. Os designers se levantaram como um rebanho assustado de ovelhas e fugiram da sala de reuniões.

Era aí que a próxima bomba atômica iria explodir e todos eles puderam senti-la! Os murmúrios iam do riso à indignação, mas Valéria não se importava, Nick já a havia humilhado o suficiente de qualquer maneira, o que o resto dos designers pensavam naquele ponto não importava para ela. Ele, por outro lado, parecia estar à beira de um ataque de fúria.

—Meu escritório, agora! —lhe rugia pelos dentes, saindo dali como uma tempestade.

—Não me diga...—respondeu Valeria, incapaz de ficar calada.

Ela pegou seus desenhos e o seguiu até o escritório, pisando seus saltos bem alto.

—Como você se atreve? —Nick a sacudiu assim que fechou a porta, agarrando seu braço com firmeza.

—Se você valoriza seus órgãos genitais, sugiro que você me solte. —respondeu Valeria, tensionando seu corpo e olhando-o nos olhos.— Não sei a que tipo de mulheres você está acostumado, mas não sou uma mulher que se deixe humilhar.

Nick a soltou com um rugido.

—O que você acabou de fazer é grosseiramente desrespeitoso! Motivos claros para a demissão...

—E o que você esperava que eu fizesse, que me deixasse insultar por você na frente de todos? —perguntou Valeria. —Se você não gostou dos desenhos, é para isso que serve seu escritório, você teria me chamado e me dito. Não me importa ser corrigida, mas os chefes não deven humilham seus funcionários publicamente.

—Agora você vai me dizer como fazer meu trabalho também?!

— Nem parece que esteja fazendo um.

Nick se aproximou perigosamente dela, mas Valeria não deu um único passo atrás. Eles estavam a menos de dez centímetros um do outro, ambos respirando com raiva, era mais do que óbvio que não podiam tolerar um ao outro, e mesmo assim os lábios de Valeria tremeram por causa dos dentes rangidos e Nick não podia deixar de desviar seu olhar para a boca dela.

— Essa coleção é lixo. —ele rugiu, abaixando a cabeça e desafiando-a com seu olhar.

—Sua opinião é irrelevante para mim.—respondeu Valeria.

—Eu sou seu chefe...— ele rosnou, deixando cair toda formalidade.

—Mas você não é um homem. — A expressão de Nick virou uma máscara de raiva. —Ainda não conheci um homem que não gostasse de ver uma mulher em lingerie sexy.

—Nem todo homem precisa de uma prostituta em sua cama. —respondeu Nick com um sorriso, mas eu imagino que você conhece muitos homens.

Ele deu alguns passos atrás, rindo zombando, e a olhou de cima para baixo como se ela fosse um pequeno inseto.

—Desculpe-me? —Valéria perguntou com indignação.

—Bom... Eu posso dizer que você é uma qualquer, você não tem muita vergonha a ponto de não se importar de se despir em um banheiro na frente de um estranho, e sua filha....

O rosto da Valeria cheio de consternação.

—O que a Alice tem a ver com isso?

—Bom... para uma mulher jovem, ter um filha daquela idade sem ser casada... Imagino que você deve ter sido uma vagabunda quando era jovem.—ele a atacou. Você deve pelo menos ter se casado depois... Para encobrir as aparências, pois o resto de seu caráter é impossível de esconder.

Valeria pouco se importava que ele acreditasse que Alice fosse sua filha, mas ouvi-lo falar assim era como se ele estivesse falando de sua mãe, que a teve sozinha, quando era jovem.

—Ninguém tem o direito de julgar a situação em que uma mulher tem seus filhos, muito menos um homem... E muito menos um homem como você! —Respondeu ferozmente. —Não lhe permitirei mais uma ofensa!

—E não vou aceitar ameaças de uma mulher fácil!

O tapa foi seco. Seco, duro, e ecoou por todo o escritório. O rosto de Nick virou-se da bofetada, e quando ele se virou com raiva, encontrou olhos furiosos e cheios de lágrimas.

—Você não sabe como pode ser difícil.—disse ela com raiva, deixando de lado as formalidades.

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