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CAPÍTULO 6. Um hospital de emergência

Teria sido uma mentira dizer que a bofetada não tinha doído, tinha a mão pesada  garotinha rebelde, mas as lágrimas que corriam pelas bochechas dela tinham um impacto maior sobre ele. Eram lágrimas de fúria sincera e silenciosa, do tipo que transbordava e destruía o que estava à sua frente, e ele entendia perfeitamente porque a sua era exatamente a mesma.

Valeria não disse mais uma palavra, ela saiu do escritório chorando, deixando-o com aquele sentimento horrível de ter cometido um grande erro, de ter feito algo errado, muito errado.

Ele demorou a se acalmar. Ele teve que se acalmar porque na última semana havia perdido completamente o controle. O que diabos estava acontecendo com ele? Ele não era assim! E ela não era a primeira mulher fácil que se cruzava no caminho dele. Então o que o estava incomodando tanto nela, exatamente?

Ele andou pelo escritório, esfregando a parte de trás do pescoço com uma mão, e viu jogada em um canto a pasta que onde estavam guardados oscuro desenhos de Valérie. Ele nem mesmo tinha visto corretamente da primeira vez, mas não as abriu. Ele pressionou o botão de intercomunicação e o Oli veio em segundos mais tarde.

—Diga-me, senhor.

—Por favor, entregue a pasta da senhorita Williams.—ele pediu.

Oli pegou a pasta com um movimento hesitante.

—Mmmm... claro senhor, eu vou dar a ela.

—Há algo errado? —assimou Nick com um cenho.

—Bom... Valéria já foi embarazo. —respondeu a menina e Nick olhou para seu relógio.

—são apenas duas horas da tarde.—disse ele como se fosse uma pergunta.

—Ela estava bastante chateada. —Oli murmurou, olhando para o chão.— Ela saiu chorando. Ela disse que só queria ir embora.

Nick não sabia por que ele tinha aquele nó no estômago quando ouviu aquilo.

—Bom... por mais teimosa que ela seja, ela estará de volta na segunda-feira. —ele grunhiu, embora não soubesse se estava falando com a Oli ou se estava tentando se convencer.

—Espero que sim. —ouviu a menina sussurrar.—Porque eu não conheço uma pessoa melhor para o trabalho... ou que precise mais dele.

Nick virou-se para perguntar a ela o que isso significava, mas Oli já tinha saído.

Pela segunda vez em menos de quinze dias, o fim de semana de Nicholas Bennet foi uma porcaria. Ele estava tão inquieto que não conseguia conseguia respirar dentro do seu apartamento. Ele seu para correr, foi ao cinema, reuniu-se com amigos, conferiu o trabalho, foi a um bar... e além de beber, o resto ele não conseguiu terminar nada.

Na segunda-feira ele finalmente entrou em seu escritório com a maior calma possível, e pediu ao Oli seu café da manhã. Ele notou que a Valeria ainda não tinha chegado, mas não eram nem as oito da manhã ainda. Ela chegaria daqui a pouco. Entretanto, Valeria não chegou às oito, nem às nove, nem às dez da manhã.

—Oli! —Chamou  pelo intercomunicador e olhou para a janela, ouvindo a porta abrir.—A Srta. Williams avisou por que ela não veio trabalhar?

—Não sou a Oli.

Nick virou-se ao som da voz de sua mãe, que fechou a porta e caminhou até uma confortável cadeira em frente à mesa.

—Só vim falar da estupidez que você fez na sexta-feira.—disse Layla com um voz fria, sem dizer olá.

—Eu não fiz nada. —grunhiu Nick em resposta. —Ela tem os parafusos soltos.

—Os parafusos da Valeria se soltar al porque você a humilhou na frente de todos. —respondeu Layla. —E se ela tivesse só um poco da maldade que eu tenho, o que você teria na sua frente neste momento seria um processo por assédio no local de trabalho, agressão verbal e abuso psicológico.

—Não exagera!

—Me escueta com muita atenção, Nicholas Bennet! —Não sei o que você tem contra ou com essa garota, mas isso não muda o que você fez. Você faltou ao respecto a ela na frente de todos, chamou-a de medíocre, ofendeu o trabalho dela, e depois a trouxe para o seu escritório e falou com ela como se ela fosse uma vadia! —Eu sei que minha aprovação não significa nada para você, mas você deveria pensar se esse foi o tipo de homem que seu pai criou!

Nick se virou com a resposta na ponta da língua, mas Layla já  tinha dado ás costas para ele, dando a conversa por terminada. E quer ele gostasse ou não, merda, a que le olhar... Droga, quando ela olhou para elegir daquele jeito, sim... aquele olhar...!

—Merda! — exclamou, jogando metade do que estava sobre a mesa no chão.

Ele respirou fundo e tirou o arquivo de emprego de Valeria de uma de suas gavetas. Ele escreveu o endereço dela e deixou o escritório sem dar explicações a ninguém.

Ele dirigiu por quase meia hora até chegar àquela parte da cidade onde deveria ter ido de preferência de táxi... ou não deveria ter ido. Ele rezou para que ele ainda tivesse pneus quando voltasse e olhou para o endereço que havia escrito. O prédio era incrivelmente feio, com paredes grafitadas e escadas de corrimão. Ficou claro que Valeria estava feliz com um emprego que eventualmente lhe permitiria viver em outro lugar.

Ele chegou ao terceiro andar e bateu na primeira porta à direita, a número trinta e seis. Alguém estava entrando como se estivesse com pressa, e Valeria abriu a porta quando terminou de colocar uma camiseta.

— Sr. Bennet...? — perguntou em confusão enquanto amarrava seus cabelos fazendo um rabo de cavalo.

—Você não foi trabalhar.—Nick a acusou sem sequer dizer olá.

—E desde quando você vai até a casa dos seus empregados...? Sabe de uma coisa? Eu não tenho tempo para isso!

Nick estava prestes a responder, mas a voz dela estava angustiada quando ela deu a volta no sofá.

—Venha, querida, vamos. —Ele viu Ela carregar a criança e pegar uma mochila que ela jogou nas costas. Agora, agora, está tudo bem.

Os olhos da menina estavam fechados e ela chorava. Ela estava suada e vermelha como se tivesse corrido muito.

—Desculpe, Sr. Bennet, mas você pode gritar comigo mais tarde. —murmurou Valeria, fechando a porta. ——Preciso ir agora para o hospital.

— Ela está doente? —Nick perguntou preocupado.

—Sim, ela está com febre. Desculpe—me.—respondeu Valeria tentando evitá-lo.

—Espera, deixa eu levar ela... Deixa eu ajudar. —Gritou para levar a menina porque três lances de escada eram perigosos, mas a menina se afastou.

—Não toque nela.

—Ei, eu só quero ajudar....—Nick ficou bravo.

—Ela não gosta de ser tocada. —explicou Valeria. —Alice é uma criança que precisa de cuidados especiais, ela não gosta de ser tocada por ninguém além de mim.

—Ah... OK, então... deixe-me levar a mochila. Vou descer primeiro, tenha cuidado.—disse ele, descendo alguns degraus antes dela, caso precisasse de apoio.

Valeria nem sequer hesitou quando ele abriu a porta do carro para ela. Ela subiu no banco de trás com Alice e a embalou nervosamente.

—Que hospital? —Nick perguntou com determinação, ficando atrás do volante.

—Está a uns dez minutos de distância. —disse Valeria tirando seu telefone celular.—O General de Emergência, você o conhece?

—Sim, vamos chegar lá rápido. —garantiu Nick, voando no trânsito em pouco tempo. Ele pode ser um idiota, mas tinha uma habilidade especial para reconhecer uma emergência e resolvê-la.

Valeria estava enviando mensagens de texto a uma velocidade impressionante, lágrimas brotando em seus olhos e seus dentes gratinados. Por sorte, havia poucos carros e não demorou muito para chegar ao hospital. Ele nem sequer conseguiu abrir a porta do carro para ela. Valeria ela abriu rápido e saiu correndo em direção à porta do hospital com a criança nos braços, e ele a seguiu segurando sua mochila.

Não era o melhor hospital do distrito, mas aparentemente eles já a conheciam.

—Sara! Sara...! —A menina entrou, olhando em volta, e uma enfermeira mais velha veio correndo para ela.

—Eu estou aqui, querida, não se preocupe.

—Ela está novamente com febre. —disse Valeria com uma voz angustiada.

—Eu sei, relaxe. Você sabe como é. —Ela deu uma injeção na coxa de Alice e a garota quase não reclamou. Alguns minutos depois, ela estava completamente adormecida. Era a única maneira que os médicos podiam verificá-la. —Venha, coloque-a na maca. Vou levá-la para a ala infantil. Você preenche o formulário de admissão e eu a enviarei ao médico imediatamente, certo?

Valeria acenou com a cabeça, soltando cuidadosamente a mão de Alice enquanto Sara a levava para longe, e cobriu a boca com uma mão para segurar seus soluços. Ela nem notou a figura de Nick, que assistiu à cena, chocado, enquanto ele segurava a mochila dela. Ele a viu passar as mãos sobre sua cabeça e enxugar suas lágrimas com os dedos trêmulos. Ela estava claramente muito assustada. Depois ela pegou uma placa de dados na recepção.

De repente ela tocou seu ombro onde sua mochila deveria estar e só então ela se virou, procurando por Nick.

— Obrigado...— ela murmurou, aproximando-se dele e tirando a mochila de suas mãos.

—O que há de errado com ela? — perguntou ele com sincera preocupação.

—Sua febre está muito alta...— ele gaguejava.—Eu costumo controlar a tempo, mas minha amiga Emma estava cuidando dela... e Alice não gosta de ser tocada, ela não deixou a Emma tirar sua temperatura...

—E se a ela é assim, por que você a deixou com outra pessoa? —Nick rosnou com raiva. Ele tinha muita experiência com mães que deixavam seus filhos ao cuidado de outros. Ele era o exemplo vivo, e aparentemente ele não tinha se enganado sobre isso com ela.

—Tive que sair. — se defendeu Valeria.

—Certo, claro. Uma mulher como você não pode ficar em casa cuidando de uma criança. Além disso, está claro que você não está qualificada para cuidar dela. O que poderia ser mais importante do que a menina?

—Eu estava procurando um emprego! —Valeria respondeu e Nick deu um passo atrás. ——Sabe, meu chefe não gosta de mim e está se esforçando para me despedir. E como você pode ver, uma mulher na minha situação não pode perder seu sustento de um dia para o outro. Você acha ou não que isso é importante?

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