Cléris
Guiados pelo criado que os chamara, os quatro escolhidos seguiram até uma cortina vermelha em um palco alto.
Alana espia, há uma multidão de pessoas em um burburinho de conversas aleatórias, provavelmente se perguntando o que o príncipe teria de tão importante para dizer. Ela vê Nathan de frente para as pessoas, em pé. Rei e rainha Rick e Lorena Velásquez estavam sentados ambos cada qual em seus tronos, rodeados de fadas que lhes alcançavam o que comer, frutos e guloseimas.
-Espero que toda aquela comida seja fornecida para nós também – cochicha Ulisses perto de Alana, tentando ver o que acontecia.
Ela olha para ele, contente.
ClérisNa manhã que sucede, antes mesmo do café, a bruxa Amanda desce correndo os degraus largos de madeira, desesperada. Suas vestes finas e escuras arrastam-se pelo piso. Ela dá de frente com Alana que está saindo da cozinha com uma beterraba descascada na mão.-O que houve, Amanda?- Alana arregala os olhos para a feiticeira.A bruxa toma fôlego para falar, então nota a beterraba.-Uma beterraba?Alana olha para o alimento que segura em suas mãos avermelhadas pela cor que o mesmo espalha em sua pele.-Sim, uma beterraba.-Você come beterrabas cruas de manh&atild
{Península do rio Athena, passagem de Estelar do Norte para Cléris}Sem dúvidas o destino do jovem lobo estava muito longe de se concretizar. Vinha de uma alcatéia caçadora e protetora das florestas aos arredores de todos os reinos, mas sabia que talvez não fosse fácil continuar uma jornada. Não com os ferimentos provocados pelo pai durante a briga.O jovem Saymon sobe em uma pedra e ali toma sua forma humana mais uma vez. Respira fundo, alguns raios de sol vão de encontro com seus cabelos loiros também dando um toque amendoado aos olhos castanhos. Observa que logo mais abaixo está o muro que divide Estelar do Norte ( o reino dos lobos e lobisomens) do reino de Montelite ( o reino dos homens, assim como Cléris).Receia que não consig
MonteliteA notícia da morte da rainha logo se expandiu pelos reinos. Era um mistério muito temido apesar de curioso. Rei Rick pediu à Nathan que ele e os companheiros encontrassem logo o assassino e o trouxessem até ele. Com toda a certeza, o assassino de Sophia era o mesmo da rainha Lorena.Alana, Victor, Ulisses e a bruxa Amanda seguem pelos campos de Montelite, após um dia inteiro de cavalgada. Nathan ficara no castelo com a promessa de ir atrás deles depois que seu pai e a irmã estivessem mais conformados com o luto da rainha. Fazia um dia frio e ventoso como sempre, mas naquele dia especialmente caía muita neve.As bruxas dos bosques espiavam atentas aos passos dos cavalos em que seguiam. Quando passavam, as pessoas se rendiam a abaixarem-se em respeito à
Montelite(Página 73 do diário de Alana Forgari)“Querido diário,Ainda estou por absorver na mente tudo o que Amanda acabara de me contar. Esta manhã pelo meio-dia almocei com má vontade os peixes que conseguimos no rio Athena. Eu jamais poderia imaginar aquilo tudo, que por causa dela esta missão tenha sido nos dada. Eu apenas não entendo o porquê de eu e os outros estarmos envolvidos nisso tudo. Tenho em mente que ela não conseguiria sozinha.Não sou ninguém para julgá-la pelo que fez, visto que sua mãe fora morta injustamente, eu presumo. Bem, ela não me deu detalhe algum sobre isto. Me veio com a história de que sinto algo por Nathan...de fato sinto. Gratidão.Sei que o que ela fez foi errado, matar uma pessoa e depois querer concertar o erro feito como se concerta uma boneca velh
Portão central do reino de Cléris.Reverenciados por todos quando passavam, assim seguiram adentrando pelos imensos jardins do castelo. As pessoas estranhavam um lobo, mas cochichavam entre si, outras apenas olhavam sem dizer nada. Foram recebidos por um grupo de músicos que tocavam uma melodia para recebê-los com educação. Ao ouvir a música de chegada de seus companheiros, príncipe Nathan salta de uma das enormes portas para vê-los.-Peço desculpas mas infelizmente meu pai estava muito abalado. – ele diz parado em frente aos companheiros montados em seus cavalos. Saymon chega segundos depois, eufórico.-Aí está nosso novo integrante. –diz Nathan – Quem faltava entre nós.
“Se manchas de sangue, na neve encontrarSe facas de prata, em corações entrarNão chores mocinha, se ninguém voltarSiga em frente com o vento a gelarMansinho assoviando a amedrontar...”Península do rio Athena, uma das fronteiras onde deságua o oceano.(Narração em páginas do diário de Alana Forgari)>Página 80<“ Inverno de 1513.Diário guerreiro ( guerreiro p
Capítulo XXI>página 101<“Olá diárioSinto dor e fraqueza desde o dia em que separamos nosso grupo em dois. Notei que a neve caía cada vez mais, talvez por fazer dias que o sol não nascia. Tomei a iniciativa de deixá-lo sobre alguma mesa dos lugares que chegamos para dormir, afim de esquecê-lo em um quarto qualquer e não pegá-lo mais para escrever e contar do destino que estou tendo, desse sentimento de insegurança. A dias que venho a pensar nos meus irmãos mortos, nos meus pais e em tantos outros corpos que vi estirados em lagos e sobre a neve com o sangue escorrendo manchando a dignidade das cortes.Éramos eu, Nathan e Victor seguindo o mapa que eu havia recebido de Sophi
>Página 106<“Diário, bom dia...Foi dia de trocarmos nossas roupas comuns por roupas mais fechadas e seguras. As enormes capas de couro nos protegiam do frio, mas talvez não de sermos mortos. Jasminy mesmo nos cedeu armas maravilhosas para uma possível guerra. Havíamos analisado a profecia no mesmo dia em que a recebemos. Tratei de escrevê-la em um papel velho amarelado manchado de café para ter certeza de que não esqueceria, mesmo sabendo que era impossível esquecer, eram palavras perturbadoras demais para serem deixadas de lado. Assim que acabamos de nos vestir e arrumarmos todas nossas armas, fui até o quarto onde Nathan estava, ainda sem ter acordado. O observei, pegando em sua mão. Sabia que o tempo era curto demais e ele ainda não havia despertado.