Ashton…Eu observei enquanto Rosa pegava sua bolsa e se dirigia ao banheiro, ciente de que ela se encontrava desolada com o fato de termos que compartilhar um quarto e uma cama. Naquele exato momento do check-in, optei por não mencionar meus receios, pois sabia que a responsabilidade recaía sobre Brigitta – eu havia solicitado a reserva de dois quartos, mas ela acabou marcando apenas um. Mal sabia eu como seria árduo manter o autocontrole sabendo que ela dormiria ao meu lado.Sem demora, peguei o telefone e liguei para Brigitta, pois ela precisava me oferecer explicações. Saí para a varanda e fechei a porta.— Ashton, como está Paris? — Respondeu Brigitta.— Quero saber por que você reservou apenas um quarto — respondi, ignorando sua tentativa de desviar a conversa.— Ah, foi um pequeno mal-entendido do hotel.Eu já discernia a mentira em suas palavras.— Não fale besteira. Sei muito bem o que você está aprontando. Rosa não parece nem um pouco satisfeita com isso.— Não se preocupe com
Rosa…Senti alguém me sacudir levemente e, ao abrir os olhos, deparei-me com um par de olhos azuis que me fitavam intensamente. Sentei-me e olhei ao redor do quarto, recordando que, de fato, eu estava em Paris com Ashton.— Já pedi o café da manhã; você pode vir comer. Temos um dia cheio hoje. — Disse ele, mas seus olhos não se fixavam em meu rosto. Estavam concentrados em meu corpo, e ao desviar o olhar para baixo, percebi o motivo: eu devia ter retirado meu robe durante a noite.Envergonhada, agarrei o cobertor e o puxei para o peito.— Aqui, use este robe. — Ouvi ele dizer, e aceitei o robe que me entregara. Esperei que ele se virasse e, rapidamente, levantei-me da cama, envolvendo-me no novo robe com certa hesitação.— Agora você pode olhar de novo. — Eu disse.Ele se virou e esboçou um pequeno sorriso.— Bom, agora vamos tomar o café da manhã.— Qual é a nossa agenda para hoje? — Perguntei, enquanto pegava um pouco de bacon e uma fatia de torrada.— Temos nossa reunião com o Sr. B
Rosa…Depois do almoço, voltamos para o hotel, e Ashton me instruiu a descansar antes do evento daquela noite. — Você vai precisar de todo o descanso que puder. Eu lhe queria dizer que sabia como esses eventos funcionavam e o quão exaustivos eles podiam ser, mas optei por não comentar. Dirigi-me para o quarto e subi na cama, ponderando que talvez valesse a pena repousar um pouco, afinal, aquela manhã havia sido extenuante.Algumas horas depois, acordei e decidi me arrumar para o evento noturno. Esperava que o vestido que havia levado fosse apropriado para a ocasião; não queria envergonhar Ashton. Após o banho, Ashton também foi se duchar, e aproveitei o momento para arrumar meu cabelo e me maquiar enquanto ele estava no banheiro. Apliquei meus produtos, deixando meus cachos naturais caírem suavemente, e optei por uma maquiagem leve, pois não gostava de exageros. Quando terminei, Ashton saiu do banheiro.— Eu vou me vestir na sala de estar.Assenti e esperei que ele se retirasse antes
Rosa…Senti um alívio imenso ao ver Ashton parado ao meu lado. Ele me envolveu com os braços e beijou-me nos lábios, antes de me entregar minha bebida.— Se nos der licença. — Disse Ashton, lançando um olhar feroz para o homem que se encontrava próximo.— Não quero que você se aproxime dele novamente. — Acrescentou, enquanto caminhávamos para longe.— Pode ficar tranquila. Não pretendo falar com ele nem o ver de novo. Mas, afinal, quem é esse sujeito?— Outro bilionário. Ele traz muita confusão.Ashton conduziu-me até nossa mesa, onde um garçom nos servia a comida. Jantamos em silêncio, imersos em nossos pensamentos, embora ele lançasse olhares frequentes para o homem de antes – algo lhe dizia que havia mais naquela história do que aparentava.Ao terminar a refeição, Ashton levantou-se e parou à minha frente.— Posso ter esta dança? — Perguntou, estendendo a mão.Aceitei sua mão e deixei que ele me conduzisse até a pista de dança. Ele puxou-me para mais perto enquanto dançávamos ao rit
Ashton…Eu desejava intensamente beijá-la da pista de dança, contudo, sabia que tal ato transgrediria limites imperiosos. Jamais permitiria que sua imagem se maculasse com o rótulo de interesseira, sobretudo em meio à voracidade exagerada dos paparazzi. Ao avistar Zack engajado em conversa com ela, quis arrancar os olhos dele. Como eu desejava que ela fosse minha, para que o mundo inteiro visse que ela me pertencia.Sussurrei para ela que deveríamos voltar para o quarto do hotel, pois não conseguia mais me controlar; se continuasse a dançar com ela, acabaria beijando-a na frente de todos. No instante em que ela entrou no quarto, não pude mais esperar – tive que beijá-la. Beijá-la parecia tão certo; eu adorava o sabor dela, e o perfume inebriante que emanava de sua pele me deixava completamente louco. Amava aqueles lábios carnudos – poderia beijá-los a noite inteira –, e, num ímpeto de desejo, levantei-a, enquanto ela, sem hesitar, enlaçava as pernas em torno da minha cintura.Deitei-a
Rosa…O dia que passamos em Paris fora inesquecível. Tive a oportunidade de contemplar a Torre Eiffel, como se estivesse realizando um sonho, e Ashton me conduziu ao Palácio e aos jardins de Vercailes, onde tudo parecia pertencer a um mundo de fadas do qual eu jamais desejaria escapar. Fizemos um tour gastronômico e até participamos de uma degustação de vinhos; na noite anterior, ele me levou ao rio para um cruzeiro embalado por música – tudo era perfeito, até que eu acabei estragando tudo.Ao retornarmos ao quarto do hotel, Ashton quis me beijar, mas eu o impedi.— Não acho que devamos continuar com isso. — Declarei.Queria confessar que estava me apaixonando por ele, mas o receio de me machucar novamente me impediu de dar o próximo passo.— Por quê? Rosa, eu adoro estar com você. Eu quero… — Replicou ele.Interrompi-o:— Por favor, não diga nada. Não posso fazer isso agora. Ainda sou casada.Passei por ele e fui para o banheiro, pois precisava manter distância entre nós. Informei a B
Rosa…Os dias seguintes passaram rápido, e Ashton continuava frio comigo. Cheguei mais cedo hoje e preparei café para todos. Levei o café do Ashton até o escritório dele e deixei-o em sua mesa.— Obrigado. — Disse ele suavemente.— O prazer é meu. — Respondi, voltando para o nosso escritório e pensando nele. Ele continuava distante, e, para ser sincera, eu odiava isso. Queria que pudéssemos voltar ao jeito que tudo era antes de irmos a Paris. Sentia falta do jeito como ele me olhava quando eu entrava em seu escritório, sentia falta de como ele me beijava e do brilho em seus olhos quando os encontrava.Peguei o arquivo que ele me pediu para preparar para a viagem a Los Angeles, sabendo que tinha que terminá-lo antes do fim do dia, pois ele partiria em poucos dias. Perguntei-me se ele iria sozinho ou se Max o acompanharia. Quando terminei, fui até o escritório dele e bati à porta, aguardando uma resposta.— Entre. — Ouvi sua voz, e abri a porta.Entrei e, assim que ele me viu, voltou sua
Ashton…Eu caminhei de um lado para o outro na sala, inquieto e questionando-me se deveria ligar para ela, pois precisava, com urgência, apresentar minhas desculpas pelo comportamento desmedido daquela manhã. Eu mesmo queria me autoaplicar um tapa, depois de ter perdido a paciência com ela, pois, ao observar seu semblante, percebia que ela estava à beira das lágrimas, e sabia, com pesar, que toda aquela desordem era de minha inteira responsabilidade.— Droga, o que eu fiz! — Resmunguei.Meu pai adentrou a sala com um olhar preocupado e, com voz contida, indagou:— Filho, o que há de errado?Balancei a cabeça e murmurei, enquanto esfregava o rosto com desgosto:— Não sei. Sinto que estraguei tudo.— Aconteceu algo na empresa? — Inquiriu, com certa hesitação.— Não, está tudo bem. É outra coisa... algo meio complicado. — Neguei com a cabeça e respondi.Meu pai arqueou a sobrancelha e comentou, numa tentativa de elucidar a situação:— Acho que alguma mulher tem algo a ver com isso.— Não