Ashton…Eu desejava intensamente beijá-la da pista de dança, contudo, sabia que tal ato transgrediria limites imperiosos. Jamais permitiria que sua imagem se maculasse com o rótulo de interesseira, sobretudo em meio à voracidade exagerada dos paparazzi. Ao avistar Zack engajado em conversa com ela, quis arrancar os olhos dele. Como eu desejava que ela fosse minha, para que o mundo inteiro visse que ela me pertencia.Sussurrei para ela que deveríamos voltar para o quarto do hotel, pois não conseguia mais me controlar; se continuasse a dançar com ela, acabaria beijando-a na frente de todos. No instante em que ela entrou no quarto, não pude mais esperar – tive que beijá-la. Beijá-la parecia tão certo; eu adorava o sabor dela, e o perfume inebriante que emanava de sua pele me deixava completamente louco. Amava aqueles lábios carnudos – poderia beijá-los a noite inteira –, e, num ímpeto de desejo, levantei-a, enquanto ela, sem hesitar, enlaçava as pernas em torno da minha cintura.Deitei-a
Rosa…O dia que passamos em Paris fora inesquecível. Tive a oportunidade de contemplar a Torre Eiffel, como se estivesse realizando um sonho, e Ashton me conduziu ao Palácio e aos jardins de Vercailes, onde tudo parecia pertencer a um mundo de fadas do qual eu jamais desejaria escapar. Fizemos um tour gastronômico e até participamos de uma degustação de vinhos; na noite anterior, ele me levou ao rio para um cruzeiro embalado por música – tudo era perfeito, até que eu acabei estragando tudo.Ao retornarmos ao quarto do hotel, Ashton quis me beijar, mas eu o impedi.— Não acho que devamos continuar com isso. — Declarei.Queria confessar que estava me apaixonando por ele, mas o receio de me machucar novamente me impediu de dar o próximo passo.— Por quê? Rosa, eu adoro estar com você. Eu quero… — Replicou ele.Interrompi-o:— Por favor, não diga nada. Não posso fazer isso agora. Ainda sou casada.Passei por ele e fui para o banheiro, pois precisava manter distância entre nós. Informei a B
Rosa…Os dias seguintes passaram rápido, e Ashton continuava frio comigo. Cheguei mais cedo hoje e preparei café para todos. Levei o café do Ashton até o escritório dele e deixei-o em sua mesa.— Obrigado. — Disse ele suavemente.— O prazer é meu. — Respondi, voltando para o nosso escritório e pensando nele. Ele continuava distante, e, para ser sincera, eu odiava isso. Queria que pudéssemos voltar ao jeito que tudo era antes de irmos a Paris. Sentia falta do jeito como ele me olhava quando eu entrava em seu escritório, sentia falta de como ele me beijava e do brilho em seus olhos quando os encontrava.Peguei o arquivo que ele me pediu para preparar para a viagem a Los Angeles, sabendo que tinha que terminá-lo antes do fim do dia, pois ele partiria em poucos dias. Perguntei-me se ele iria sozinho ou se Max o acompanharia. Quando terminei, fui até o escritório dele e bati à porta, aguardando uma resposta.— Entre. — Ouvi sua voz, e abri a porta.Entrei e, assim que ele me viu, voltou sua
Ashton…Eu caminhei de um lado para o outro na sala, inquieto e questionando-me se deveria ligar para ela, pois precisava, com urgência, apresentar minhas desculpas pelo comportamento desmedido daquela manhã. Eu mesmo queria me autoaplicar um tapa, depois de ter perdido a paciência com ela, pois, ao observar seu semblante, percebia que ela estava à beira das lágrimas, e sabia, com pesar, que toda aquela desordem era de minha inteira responsabilidade.— Droga, o que eu fiz! — Resmunguei.Meu pai adentrou a sala com um olhar preocupado e, com voz contida, indagou:— Filho, o que há de errado?Balancei a cabeça e murmurei, enquanto esfregava o rosto com desgosto:— Não sei. Sinto que estraguei tudo.— Aconteceu algo na empresa? — Inquiriu, com certa hesitação.— Não, está tudo bem. É outra coisa... algo meio complicado. — Neguei com a cabeça e respondi.Meu pai arqueou a sobrancelha e comentou, numa tentativa de elucidar a situação:— Acho que alguma mulher tem algo a ver com isso.— Não
Ashton…Fechei meus olhos e sorri.— O nome dela é Rosa Ettore. Mãe, ela é a mulher mais linda que eu já vi. Tem cabelos ruivos brilhantes. Seus olhos parecem esmeraldas esquisitas e inestimáveis. Ela é trabalhadora, e o jeito como ri ilumina o dia de qualquer um. Adoro aquele jeitinho que ela faz com o nariz quando fica brava, e, nossa, ela sabe mesmo como me provocar. Mas, por trás de tudo isso, há uma mulher frágil, com medo de se arriscar quando o assunto é homem.Minha mãe me olhou e disse:— Aconteceu algo com ela?— Sim, o marido dela a traiu e a deixou.— Ah, isso machucaria qualquer mulher.Eu já sabia do que havia acontecido entre ela e pai antes de eu nascer. Minha mãe sempre me ensinara a nunca tratar uma mulher como se não valesse nada, a escolher meu parceiro de vida acima de qualquer outra pessoa e a nunca dar crédito a outrem em detrimento da minha esposa. Ela queria ter certeza de que jamais cometeríamos o mesmo erro que meu pai cometera. Nos últimos anos, pai vinha se
Ashton…Eu me encontrava em frente ao apartamento dela e percebi que as luzes permaneciam acesas – felizmente, ela ainda não dormira. Subi e bati na porta diversas vezes; em certo momento, ouvi passos, contudo, ninguém veio atender, e tentei espiar pelo olho mágico.— Ashton, que diabos você está fazendo aqui? — Perguntou Rosa pela porta, com tom abrupto.— Vim para falar com você. Poderia, por favor, abrir a porta? — Respondi, tentando manter a calma.— Não, estou ocupada. Te vejo amanhã no escritório. Agora, se me der licença. — Replicou ela, de forma ríspida.Eu compreendi que talvez merecesse tal resposta, mas não estava disposto a recuar. Eu cheguei com uma missão e, de jeito nenhum, sairia dali sem antes conversar com ela.— Não vou sair enquanto você não abrir a porta, Rosa. — Insisti, determinado.— Ashton, não tenho tempo para joguinhos. Vá para casa; já está tarde. — Respondeu ela, enquanto a porta continuava trancada.— Rosa, por favor, abra a porta. Preciso muito conversar
Rosa…Eu não podia acreditar no que Ashton me contara. Queria manifestar-lhe que também nutria sentimentos por ele, mas o medo me dominava e inúmeros “e se” turbilhonavam minha mente; mesmo assim, convidei-o a adentrar, pois, embora estivesse sentado à minha pequena mesa de jantar enquanto eu persistia em trabalhar na minha apresentação. Algo que, convicto, deveria realizar sozinha, mesmo diante da oferta de ajuda dele.— Não sei quanto a você, mas estou com fome. Vou buscar algo para comermos. Já volto. Ashton beijou minha bochecha e saiu, e aproveitei a oportunidade para ligar para Brigitta, na esperança de relatar o ocorrido e, quem sabe, receber algum conselho.— Rosa? Está tudo bem? — Perguntou Brigitta após alguns toques, e não pude deixar de rir, pois ela sempre se preocupava quando eu a ligava tarde da noite.— Está tudo bem. Preciso conversar com você sobre algo. — Rosa, são meia-noite. Pensei que algo tivesse acontecido com você. — Replicou ela, com voz carregada de preocup
Brigitta…Eu não consegui dormir depois da ligação da Rosa. Eu sabia que ela estava cheia de dúvidas e precisava de conselhos. Meu amigo de sexo estava aqui comigo. Adam estava fazendo carinho nas minhas pernas enquanto eu mandava mensagem para Rosa.— Quem você tá mandando mensagem a essa hora? — Ele perguntou, dando um beijo no meu ombro.— Rosa. — Respondi, e mandei outra mensagem pra ela. Fiquei me perguntando se os dois já tinham transado.— Por quê? Aconteceu alguma coisa?Balancei a cabeça e olhei pra ele:— Não, é que o Ashton tá na casa dela.— O quê? Ele finalmente contou pra ela o que sente? Putz, a gente precisa ajudar esses dois. — Ele pulou da cama, completamente esquecendo que ainda estava pelado. Ai, o que eu não faria com o pau dele de novo… Fiquei olhando pra ele com um sorrisão no rosto.— Gostou do que viu? — Ele perguntou, mexendo as sobrancelhas.— Com certeza. Acho que vou montar em você de novo antes de mandar outra mensagem pra ela.O quê? Não dá pra me culpar.