Rosa…O dia que passamos em Paris fora inesquecível. Tive a oportunidade de contemplar a Torre Eiffel, como se estivesse realizando um sonho, e Ashton me conduziu ao Palácio e aos jardins de Vercailes, onde tudo parecia pertencer a um mundo de fadas do qual eu jamais desejaria escapar. Fizemos um tour gastronômico e até participamos de uma degustação de vinhos; na noite anterior, ele me levou ao rio para um cruzeiro embalado por música – tudo era perfeito, até que eu acabei estragando tudo.Ao retornarmos ao quarto do hotel, Ashton quis me beijar, mas eu o impedi.— Não acho que devamos continuar com isso. — Declarei.Queria confessar que estava me apaixonando por ele, mas o receio de me machucar novamente me impediu de dar o próximo passo.— Por quê? Rosa, eu adoro estar com você. Eu quero… — Replicou ele.Interrompi-o:— Por favor, não diga nada. Não posso fazer isso agora. Ainda sou casada.Passei por ele e fui para o banheiro, pois precisava manter distância entre nós. Informei a B
Rosa…Os dias seguintes passaram rápido, e Ashton continuava frio comigo. Cheguei mais cedo hoje e preparei café para todos. Levei o café do Ashton até o escritório dele e deixei-o em sua mesa.— Obrigado. — Disse ele suavemente.— O prazer é meu. — Respondi, voltando para o nosso escritório e pensando nele. Ele continuava distante, e, para ser sincera, eu odiava isso. Queria que pudéssemos voltar ao jeito que tudo era antes de irmos a Paris. Sentia falta do jeito como ele me olhava quando eu entrava em seu escritório, sentia falta de como ele me beijava e do brilho em seus olhos quando os encontrava.Peguei o arquivo que ele me pediu para preparar para a viagem a Los Angeles, sabendo que tinha que terminá-lo antes do fim do dia, pois ele partiria em poucos dias. Perguntei-me se ele iria sozinho ou se Max o acompanharia. Quando terminei, fui até o escritório dele e bati à porta, aguardando uma resposta.— Entre. — Ouvi sua voz, e abri a porta.Entrei e, assim que ele me viu, voltou sua
Ashton…Eu caminhei de um lado para o outro na sala, inquieto e questionando-me se deveria ligar para ela, pois precisava, com urgência, apresentar minhas desculpas pelo comportamento desmedido daquela manhã. Eu mesmo queria me autoaplicar um tapa, depois de ter perdido a paciência com ela, pois, ao observar seu semblante, percebia que ela estava à beira das lágrimas, e sabia, com pesar, que toda aquela desordem era de minha inteira responsabilidade.— Droga, o que eu fiz! — Resmunguei.Meu pai adentrou a sala com um olhar preocupado e, com voz contida, indagou:— Filho, o que há de errado?Balancei a cabeça e murmurei, enquanto esfregava o rosto com desgosto:— Não sei. Sinto que estraguei tudo.— Aconteceu algo na empresa? — Inquiriu, com certa hesitação.— Não, está tudo bem. É outra coisa... algo meio complicado. — Neguei com a cabeça e respondi.Meu pai arqueou a sobrancelha e comentou, numa tentativa de elucidar a situação:— Acho que alguma mulher tem algo a ver com isso.— Não
Ashton…Fechei meus olhos e sorri.— O nome dela é Rosa Ettore. Mãe, ela é a mulher mais linda que eu já vi. Tem cabelos ruivos brilhantes. Seus olhos parecem esmeraldas esquisitas e inestimáveis. Ela é trabalhadora, e o jeito como ri ilumina o dia de qualquer um. Adoro aquele jeitinho que ela faz com o nariz quando fica brava, e, nossa, ela sabe mesmo como me provocar. Mas, por trás de tudo isso, há uma mulher frágil, com medo de se arriscar quando o assunto é homem.Minha mãe me olhou e disse:— Aconteceu algo com ela?— Sim, o marido dela a traiu e a deixou.— Ah, isso machucaria qualquer mulher.Eu já sabia do que havia acontecido entre ela e pai antes de eu nascer. Minha mãe sempre me ensinara a nunca tratar uma mulher como se não valesse nada, a escolher meu parceiro de vida acima de qualquer outra pessoa e a nunca dar crédito a outrem em detrimento da minha esposa. Ela queria ter certeza de que jamais cometeríamos o mesmo erro que meu pai cometera. Nos últimos anos, pai vinha se
Ashton…Eu me encontrava em frente ao apartamento dela e percebi que as luzes permaneciam acesas – felizmente, ela ainda não dormira. Subi e bati na porta diversas vezes; em certo momento, ouvi passos, contudo, ninguém veio atender, e tentei espiar pelo olho mágico.— Ashton, que diabos você está fazendo aqui? — Perguntou Rosa pela porta, com tom abrupto.— Vim para falar com você. Poderia, por favor, abrir a porta? — Respondi, tentando manter a calma.— Não, estou ocupada. Te vejo amanhã no escritório. Agora, se me der licença. — Replicou ela, de forma ríspida.Eu compreendi que talvez merecesse tal resposta, mas não estava disposto a recuar. Eu cheguei com uma missão e, de jeito nenhum, sairia dali sem antes conversar com ela.— Não vou sair enquanto você não abrir a porta, Rosa. — Insisti, determinado.— Ashton, não tenho tempo para joguinhos. Vá para casa; já está tarde. — Respondeu ela, enquanto a porta continuava trancada.— Rosa, por favor, abra a porta. Preciso muito conversar
Rosa…Eu não podia acreditar no que Ashton me contara. Queria manifestar-lhe que também nutria sentimentos por ele, mas o medo me dominava e inúmeros “e se” turbilhonavam minha mente; mesmo assim, convidei-o a adentrar, pois, embora estivesse sentado à minha pequena mesa de jantar enquanto eu persistia em trabalhar na minha apresentação. Algo que, convicto, deveria realizar sozinha, mesmo diante da oferta de ajuda dele.— Não sei quanto a você, mas estou com fome. Vou buscar algo para comermos. Já volto. Ashton beijou minha bochecha e saiu, e aproveitei a oportunidade para ligar para Brigitta, na esperança de relatar o ocorrido e, quem sabe, receber algum conselho.— Rosa? Está tudo bem? — Perguntou Brigitta após alguns toques, e não pude deixar de rir, pois ela sempre se preocupava quando eu a ligava tarde da noite.— Está tudo bem. Preciso conversar com você sobre algo. — Rosa, são meia-noite. Pensei que algo tivesse acontecido com você. — Replicou ela, com voz carregada de preocup
Brigitta…Eu não consegui dormir depois da ligação da Rosa. Eu sabia que ela estava cheia de dúvidas e precisava de conselhos. Meu amigo de sexo estava aqui comigo. Adam estava fazendo carinho nas minhas pernas enquanto eu mandava mensagem para Rosa.— Quem você tá mandando mensagem a essa hora? — Ele perguntou, dando um beijo no meu ombro.— Rosa. — Respondi, e mandei outra mensagem pra ela. Fiquei me perguntando se os dois já tinham transado.— Por quê? Aconteceu alguma coisa?Balancei a cabeça e olhei pra ele:— Não, é que o Ashton tá na casa dela.— O quê? Ele finalmente contou pra ela o que sente? Putz, a gente precisa ajudar esses dois. — Ele pulou da cama, completamente esquecendo que ainda estava pelado. Ai, o que eu não faria com o pau dele de novo… Fiquei olhando pra ele com um sorrisão no rosto.— Gostou do que viu? — Ele perguntou, mexendo as sobrancelhas.— Com certeza. Acho que vou montar em você de novo antes de mandar outra mensagem pra ela.O quê? Não dá pra me culpar.
Rosa...Eu estava esperando a resposta dela. Já tinha respondido, mas ela ainda não leu. Fico me perguntando o que ela está fazendo que a impede de me mandar uma mensagem.— Pau melhora tudo? — Ouço a voz do Ashton. Olho pra cima e vejo ele parado do meu lado, lendo minha mensagem. Ah, merda. Que ótimo. Espero que ele não tenha visto a minha resposta.— Quando foi que você chegou? — Levantei e olhei pra ele. Quando diabos ele entrou aqui? Como eu não ouvi nada?Ashton me segurou pela cintura e disse:— Brigitta e Adam devem estar juntos essa noite, porque eu também recebi mensagem dele. Fico imaginando o que tá rolando entre os dois.— É, a Brigitta sempre fica com um sorriso no rosto quando fala dele ou quando ele fala com ela. Fico me perguntando se eles estão namorando.Enlacei os braços ao redor do pescoço dele.— Você pode esquecer a mensagem que ela me mandou? — Perguntei.— Aquela do "pau melhora tudo"? Ou a parte do "eu sei, e o pau dele parece enorme"?Escondi o rosto contra o