Leonardo
Assim que chegamos no hotel, tive que mandar que tanto Amber quanto as crianças saíssem escoltadas e cobertas pelos ternos dos seguranças. Uma leva de repórteres e paparazzis já nos esperavam.
"Foi igualzinho no desenho..." Bella falou rindo assim que entramos na suíte."
"Somos cebelidades." Louis falou e todos acabaram rindo.
"Crianças, fiquem com as babás. Sua mãe e eu precisamos conversar." eles me olharam um pouco impactados pelo timbre mais firme da minha voz, mas não questionaram.
"Preciso que você venha comigo," falei assim que as babás as levaram para o quarto.
"Agora?"
"Agora." minha voz não deixava espaço para discussão. "Precisamos intervir antes que as palavras de Calton se tornem verdades abso
AmberFechei a porta do escritório com tanta força que meus dedos formigaram. A raiva e o medo se misturavam em meu estômago enquanto corria pelos corredores do hotel. Leonardo ia destruir tudo, me expor, nos colocar em risco. E para quê? Para provar que podia vencer Peter em seu próprio jogo? Que me c
LeonardoO estrondo da porta fez com que eu me soltasse na cadeira, esmurrando o apoio do braço.
LeonardoO sangue fugiu do meu rosto quando Magnus soltou a bomba. Mas foi só por um instante, antes de sentir a ira explodir dentro de mim, queimando como fogo. Era uma fúria que não sentia há anos, algo tão visceral que minhas mãos tremiam.
AmberA sala estava mergulhada num silêncio sufocante, quebrado apenas pelo som monótono da televisão. As imagens que passavam na tela pareciam zombar de mim, uma realidade que eu queria esquecer, mas que insistia em me encarar de frente. As manchetes rodavam em um ciclo infinito:“Leonardo Martinucci apresenta sua defesa”, “O CEO mantém postura impecável durante coletiva”.Deixei escapar um suspiro pesado, os olhos queimando enquanto o nó na garganta apertava. Caminhei até o controle remoto, que estava jogado no chão. Minhas mãos tremiam enquanto tentava juntar os pedaços do controle. Uma pilha aqui, outra ali, tentando fazer funcionar o que Leonardo tinha quebrado em sua fúria."Vamos, funciona," murmurei, apertando os botões que ainda restavam.
LeonardoMinha cabeça ainda latejava, os nós dos dedos pulsando em sincronia com a raiva que eu tentava domar. Subir de volta para a suíte era o último lugar onde queria estar, mas quando Magnus avisou que a manutenção havia sido chamada, imaginei o pior. Talvez Amber tivesse destruído tudo, dando continuidade ao caos que já tínhamos vivido. Parte de mim queria ficar no escritório, enterrado em reuniões e contratos. Mas outra, uma parte teimosa e incômoda, queria garantir que ela estivesse... bem.O elevador parecia se mover devagar demais, cada andar aumentando meu nervosismo. Quando finalmente a porta se abriu, o que vi me desarmou. Nada estava quebrado, nenhuma tempestade me aguardava. Apenas uma pequena mancha na parede, discreta, mas inconfundível: sangue que eu sabia já ter sido limpo por alguém e o papel rasgado, mas não insubstituível.Am
AmberA sala da suíte estava mergulhada na luz dourada da tarde, criando sombras suaves nos móveis caros. Do meu lugar perto do sofá, observava com um sorriso nos lábios enquanto Leonardo lutava com os fios dourados de Bella. Suas mãos grandes, acostumadas a assinar contratos milionários, agora tentavam, sem sucesso, fazer uma simples trança."Não, não é assim," ri baixinho quando ele embaraçou mais uma vez os cabelos dela. "Aqui, deixa eu te mostrar."Me aproximei do sofá, sentindo meu coração acelerar ao colocar minhas mãos sobre as dele. Eram mãos fortes e quentes, os dedos longos agora tentando ser delicados com os fios sedosos da nossa pequena. Bella já lutava contra o sono, seus olhinhos pesados piscando devagar, enquanto se apoiava no braço do sofá."Você separa em três partes iguais," expliquei suavemente
LeonardoAtendi o telefone por puro reflexo, mas assim que ouvi a voz estridente de Martina, percebi que tinha feito a escolha errada. Ainda assim, era melhor que enfrentar os olhos marejados de Amber naquele momento, olhos que me faziam querer mandar tudo para o inferno e simplesmente abraçá-la e beijá-la até que todo o mal-entendido entre nós se dissipasse."Como assim não posso subir?" Martina gritou do outro lado da linha. "Estou na recepção e esses incompetentes não querem me deixar passar! Sou sua noiva, isso é um ultraje!""É exatamente isso," não consegui conter o riso amargo. A palavra 'noiva' agora tinha um gosto estranho na boca. "Você não vai subir.""Não pode me impedir de ir ao seu quarto! Ainda sou sua..."<
LeonardoO silêncio que seguiu os tiros parecia irreal depois do caos. O restaurante luxuoso, que minutos antes era um símbolo de poder e elegância, agora estava mergulhado em destruição. Os cristais dos lustres estavam em milhares de fragmentos espalhados pelo chão, misturando-se aos cacos dos pratos e taças quebradas."Você está bem?" perguntei a Martina, ainda cobrindo seu corpo com o meu. Suas mãos apertavam meu braço com força, seus dedos finos tremendo contra o tecido do meu terno.Ela ergueu os olhos para mim, o rosto pálido, destacando ainda mais a maquiagem perfeita. Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha quando sussurrou: "Você... você está sangrando."<