Amber
O dia do evento chegou, e a casa da família Martinucci estava tomada por uma energia inquieta. Criados iam e vinham, organizando os últimos detalhes, enquanto Eleonora supervisionava tudo com sua habitual elegância e olhar atento. Tomaso estava no escritório, lidando com questões empresariais, e Leonardo havia saído cedo para resolver algo que não havia me contado.
Eu sabia que a noite de hoje não era apenas um evento social. Havia camadas ocultas naquilo tudo. O reencontro de Leonardo com Felipe DeLucca, o ex-namorado de Francesca, não seria fácil. Além disso, era minha primeira aparição oficial como noiva dele na alta sociedade italiana.
Respirei fundo, observando meu reflexo no espelho do enorme quarto que Leonardo e eu dividíamos. Meu vestido, um longo de seda preta com detalhes em prata, moldava meu corpo com perfeição, marcando discretamente
LeonardoA música clássica suave preenchia o salão luxuoso, os cristais pendiam do teto como estrelas capturadas em uma estrutura imponente. Os convidados estavam vestidos com suas melhores roupas, segurando taças de champanhe enquanto conversavam em pequenos grupos. Mas para mim, tudo isso era apenas um ruído de fundo.Os olhares curiosos nos seguiam conforme Amber e eu atravessávamos a entrada principal do evento. Podia sentir os cochichos, os olhares de julgamento, os sorrisos calculados das socialites que pareciam medir cada detalhe da nossa presença.Amber manteve a cabeça erguida, como a mulher forte que era, mas eu conhecia cada nuance dela. Ela estava tensa."Ficaremos apenas o necessário." falei assim que passamos pelos fotógrafos."O tempo que for necessário, Leo. Viemos aqui com um propósito e não sairemos até que você o consiga." a ol
AmberO salão resplandecia em luxo e sofisticação. As luzes douradas das imensas luminárias refletiam no mármore polido, e o som suave da música clássica preenchia o ambiente. Havia champanhe circulando em bandejas, risadas contidas e olhares calculados de todos os lados. Mas eu não me importava com nada disso.Leonardo havia saído para falar com Felipe, e eu permaneci no salão, sendo observada como se fosse um espetáculo à parte. As cochichos eram audíveis, sussurrados por trás de leques e taças de cristal."Então essa é a mulher que Leonardo escolheu?""Não se compara a Martina.""Americana… Claro que deve ser uma golpista."Antes, talvez essas palavras tivessem me afetado. Mas agora, não passavam de um ruído distante. Eu já havia enfrent
LeonardoA viagem de volta para casa foi silenciosa, mas a tensão dentro do carro era quase tangível. Amber não tirava os olhos de mim, e eu sabia que ela estava esperando que eu dissesse algo, que explicasse por que segurei aquele bilhete de Martina como se fosse uma sentença de morte."Leonardo," ela finalmente quebrou o silêncio, sua voz firme, porém baixa. "Você não vai, não é?"Eu apertei o volante com mais força. "Amber, vamos resolver isso em casa.""Lá vem você me afastando de novo." Ela soltou uma risada sarcástica, cruzando os braços. "Você realmente acha que eu vou ignorar o fato de que Martina mandou um bilhete pedindo para te encontrar sozinho? Você ao menos considera a possibilidade de que isso seja uma armadilha?""Eu sei que é uma armadilha," admiti, olhando para frent
MartinaA taça de vinho tremia levemente em meus dedos enquanto eu caminhava de um lado para o outro na suíte do hotel luxuoso onde estava hospedada. Meu coração batia acelerado, e a sensação de sufocamento crescia a cada segundo. Meu plano estava desmoronando diante dos meus olhos, e eu não podia permitir que isso acontecesse.Leonardo e Felipe se encontraram.Essa simples constatação era o suficiente para transformar meu corpo em puro nervosismo. O que eles tinham conversado? O que Felipe contou? Será que ele finalmente havia revelado tudo? Será que Leonardo já sabia... sobre Francesca?"Merda!" xinguei, arremessando a taça contra a parede. O vidro se estilhaçou, o vinho vermelho escorrendo pela parede branca como sangue. Minha respiração estava ofegante, minhas mãos suadas. Peguei meu celular e tentei ligar para Felipe
PeterA dor era insuportável. Cada respiração fazia minhas costelas latejarem, como se estivessem sendo esmagadas por dentro. Meus pulsos ardiam contra as cordas apertadas que prendiam meus braços para trás, e minhas pernas estavam igualmente amarradas, dificultando qualquer tentativa de movimento. O chão frio e úmido do porão onde fui jogado parecia sugar qualquer resquício de dignidade que ainda me restava.Minha mente gritava que aquilo não podia estar acontecendo. Eu fui reduzido a um prisioneiro amarrado como um animal, sem saber se veria a luz do dia novamente.Acima de mim, passos pesados ecoaram pelas tábuas do assoalho. O desgraçado que me mantinha refém estava lá em cima, provavelmente se embebedando ou, pior, planejando qual seria meu destino. Eu sabia que Martina tinha algo a ver com isso. Depois de tudo que fizemos juntos, ela não hesitaria em me
LeonardoO quarto estava silencioso, apenas o som suave da respiração de Amber preenchia o espaço. A luz da manhã começava a entrar pela fresta das cortinas, pintando o ambiente com tons dourados. Olhei para ela uma última vez antes de me levantar devagar, tentando não fazer nenhum movimento brusco que pudesse acordá-la. Ela tinha dormido tão pouco nas últimas noites que eu não queria perturbá-la agora.Passei uma mão pelo cabelo, sentindo a tensão se acumular em meus músculos. Eu sabia que o que estava prestes a fazer não seria algo que Amber aprovaria. Mas eu também sabia que não poderia envolvê-la nisso. Não quando havia tanto em risco.Peguei meu celular e um blusão de frio e saí do quarto em silêncio absoluto, fechando a porta com o máximo de cuidado. Assim que comecei a descer as escadas, a te
GabrielaO vento frio de Missoula acariciava meu rosto enquanto eu caminhava pela calçada movimentada. O cheiro de café fresco misturado ao de pão recém-saído do forno flutuava no ar, um convite para esquecer, nem que fosse por alguns minutos, a inquietação que me acompanhava nos últimos dias.Mas eu não conseguia ignorá-la.Desde que voltei para casa, sentia algo diferente.Uma presença.Sempre que saía, umcarro pretoparecia surgir de algum lugar—estacionado do outro lado da rua, movendo-se devagar pelo bairro, aparecendo nos retrovisores toda vez que eu dirigia.Talvez fosse paranoia. Ou talvez não.Engoli seco e olhei discretamente para o outro lado da rua.Ele estava lá de novo.Meu coração deu um salto. A respiração ficou um pouco
GabrielaAgarrei o telefone com mais força ao perceber que o carro preto não se movia. O vidro escuro impossibilitava que eu enxergasse quem estava dentro, mas a sensação de estar sendo observada se intensificava a cada segundo. Magnus continuava do outro lado da linha, sua respiração controlada, mas eu podia sentir a tensão no seu tom."Magnus... ele não saiu dali. Está me esperando.""Fique dentro do café. Meu contato chega em menos de cinco minutos. Não faça nada imprudente."Engoli em seco, meus olhos ainda fixos no carro. Meu coração acelerava a cada batida, e a lógica me dizia para fazer exatamente o que Magnus mandava. Mas então, a porta do veículo se abriu.E de dentro dele saiuDylan.O choque percorreu minha espinha como um raio, meus músculos s