Amber
Leonardo se sentou na beira da cama, soltando um longo suspiro enquanto passava as mãos pelo rosto. Seus ombros estavam tensos, e o peso do dia parecia pressioná-lo como uma maré implacável. O silêncio entre nós se alongou, pesado e carregado de palavras não ditas.
"Vai me dizer por que não me contou na hora o que aconteceu, ou pretende continuar me escondendo as coisas sempre que algo fugir do seu controle?" Minha voz saiu firme, mas sem agressividade. Eu não queria começar uma briga, mas precisava entender o que se passava na cabeça dele.
Ele ergueu os olhos para mim, visivelmente cansado. O olhar dele vagou pelo quarto por um segundo antes de finalmente me encarar. "Amber, eu..." Ele hesitou, escolhendo as palavras. "Eu não queria te preocupar mais do que já está."
Cruzei os braços, inclinando-me um pouco para frente. "Essa desculpa já e
PeterO mundo estava uma merda.Minha cabeça latejava, minha mandíbula doía do soco que levei, e o gosto de sangue ainda estava na minha boca. Aquele desgraçado que me tirou da prisão parecia se divertir em me tratar como um pedaço de lixo.Mas eu não era lixo.Eu era Peter Calton.E se ele achava que podia me jogar de um lado para o outro como um peão, estava enganado.O carro seguia pela estrada escura sem nenhuma placa, sem nenhuma referência. Eu tentava entender para onde diabos estavam me levando, mas tudo o que via era o nada. O nada absoluto. Só as luzes do painel e o reflexo opaco dos faróis iluminando o asfalto gasto.A única certeza que eu tinha era de que essa fuga não foi um presente do destino.Não.Alguémfacilitou minha saída. Alguém poderoso. Mas a pergun
AmberA primeira coisa que senti ao acordar foi o frio no espaço ao meu lado. Estiquei a mão, encontrando apenas o lençol ligeiramente amassado, mas já sem qualquer resquício do calor de Leonardo. Suspirei, abrindo os olhos devagar, sentindo o peso da noite anterior ainda sobre mim.Ele tinha saído cedo. De novo.Uma parte de mim se sentiu frustrada. Depois da conversa intensa que tivemos na noite passada, eu esperava que ele estivesse aqui ao meu lado pela manhã. Mas não. Ele continuava com esse hábito irritante de resolver tudo sozinho.Me sentei na cama, passando as mãos pelos cabelos e tentando afastar a irritação. Talvez fosse besteira. Talvez ele só tivesse acordado antes de mim e não quisesse me perturbar. Respirei fundo, decidindo que não deixaria isso estragar o meu dia.Joguei um robe por cima do pijama e saí do
LeonardoO café da manhã seguiu seu curso normalmente, apesar do peso que aquele envelope carregava. Bella e Louis estavam distraídos demais para notar a mudança em meu humor, e eu me esforcei ao máximo para não transparecer a tensão que se acumulava em meu peito.Assim que terminaram de comer, as babás os levaram para brincar no jardim. Eles saíram correndo empolgados, disputando quem chegaria primeiro até a fonte. Apenas observei por um momento, sentindo o calor do sol da manhã aquecer minha pele.Amber se levantou ao meu lado, ajeitando o vestido com um leve movimento das mãos. Eu sabia que ela estava esperando por respostas, mas também sabia que ela não me pressionaria até que eu estivesse pronto para falar."Quer dar uma volta pelo jardim?" perguntei, entrelaçando meus dedos nos dela.Ela me olhou por um instante, es
AmberO dia do evento chegou, e a casa da família Martinucci estava tomada por uma energia inquieta. Criados iam e vinham, organizando os últimos detalhes, enquanto Eleonora supervisionava tudo com sua habitual elegância e olhar atento. Tomaso estava no escritório, lidando com questões empresariais, e Leonardo havia saído cedo para resolver algo que não havia me contado.Eu sabia que a noite de hoje não era apenas um evento social. Havia camadas ocultas naquilo tudo. O reencontro de Leonardo com Felipe DeLucca, o ex-namorado de Francesca, não seria fácil. Além disso, era minha primeira aparição oficial como noiva dele na alta sociedade italiana.Respirei fundo, observando meu reflexo no espelho do enorme quarto que Leonardo e eu dividíamos. Meu vestido, um longo de seda preta com detalhes em prata, moldava meu corpo com perfeição, marcando discretamente
LeonardoA música clássica suave preenchia o salão luxuoso, os cristais pendiam do teto como estrelas capturadas em uma estrutura imponente. Os convidados estavam vestidos com suas melhores roupas, segurando taças de champanhe enquanto conversavam em pequenos grupos. Mas para mim, tudo isso era apenas um ruído de fundo.Os olhares curiosos nos seguiam conforme Amber e eu atravessávamos a entrada principal do evento. Podia sentir os cochichos, os olhares de julgamento, os sorrisos calculados das socialites que pareciam medir cada detalhe da nossa presença.Amber manteve a cabeça erguida, como a mulher forte que era, mas eu conhecia cada nuance dela. Ela estava tensa."Ficaremos apenas o necessário." falei assim que passamos pelos fotógrafos."O tempo que for necessário, Leo. Viemos aqui com um propósito e não sairemos até que você o consiga." a ol
AmberO salão resplandecia em luxo e sofisticação. As luzes douradas das imensas luminárias refletiam no mármore polido, e o som suave da música clássica preenchia o ambiente. Havia champanhe circulando em bandejas, risadas contidas e olhares calculados de todos os lados. Mas eu não me importava com nada disso.Leonardo havia saído para falar com Felipe, e eu permaneci no salão, sendo observada como se fosse um espetáculo à parte. As cochichos eram audíveis, sussurrados por trás de leques e taças de cristal."Então essa é a mulher que Leonardo escolheu?""Não se compara a Martina.""Americana… Claro que deve ser uma golpista."Antes, talvez essas palavras tivessem me afetado. Mas agora, não passavam de um ruído distante. Eu já havia enfrent
LeonardoA viagem de volta para casa foi silenciosa, mas a tensão dentro do carro era quase tangível. Amber não tirava os olhos de mim, e eu sabia que ela estava esperando que eu dissesse algo, que explicasse por que segurei aquele bilhete de Martina como se fosse uma sentença de morte."Leonardo," ela finalmente quebrou o silêncio, sua voz firme, porém baixa. "Você não vai, não é?"Eu apertei o volante com mais força. "Amber, vamos resolver isso em casa.""Lá vem você me afastando de novo." Ela soltou uma risada sarcástica, cruzando os braços. "Você realmente acha que eu vou ignorar o fato de que Martina mandou um bilhete pedindo para te encontrar sozinho? Você ao menos considera a possibilidade de que isso seja uma armadilha?""Eu sei que é uma armadilha," admiti, olhando para frent
MartinaA taça de vinho tremia levemente em meus dedos enquanto eu caminhava de um lado para o outro na suíte do hotel luxuoso onde estava hospedada. Meu coração batia acelerado, e a sensação de sufocamento crescia a cada segundo. Meu plano estava desmoronando diante dos meus olhos, e eu não podia permitir que isso acontecesse.Leonardo e Felipe se encontraram.Essa simples constatação era o suficiente para transformar meu corpo em puro nervosismo. O que eles tinham conversado? O que Felipe contou? Será que ele finalmente havia revelado tudo? Será que Leonardo já sabia... sobre Francesca?"Merda!" xinguei, arremessando a taça contra a parede. O vidro se estilhaçou, o vinho vermelho escorrendo pela parede branca como sangue. Minha respiração estava ofegante, minhas mãos suadas. Peguei meu celular e tentei ligar para Felipe