Os dias em Aspen tinham sido um bálsamo para nossa alma. Desde que chegamos, cada momento parecia um presente, uma pausa na tempestade que havíamos enfrentado. As semanas passaram rápidas, e hoje finalmente tinha chegado o dia que meus filhos tanto esperaram.
Bella, com um vestido lilás cheio de brilhos, e Louis, com um suéter azul e uma gravata-borboleta que insistia em desajeitar. Amber os ajudava com os retoques finais, seu sorriso iluminando o ambiente. A paz dela era o que eu mais prezava, e vê-la interagir com as crianças sem a sombra do medo era tudo o que eu poderia pedir.
A festa estava montada no salão principal da casa, decorada com balões coloridos e mesas cobertas com doces e lanches. O tema escolhido por Bella e Louis – uma combinação peculiar de unicórnios e dinossauros – tinha deixado os decoradores confusos, mas o resultado fo
LeonardoA vista de Aspen era um cenário digno de um cartão-postal, mas hoje, enquanto falava com Vancelos pelo telefone, minha mente estava longe de apreciar a beleza ao redor. As negociações com o Grupo Delux estavam em seu clímax, e eu sabia que o momento de assinar o contrato era agora."Leonardo," a voz de Vancelos ecoou pela linha, animada. "Estou ansioso para trabalhar com a MGroup. Agora que as festas de final de ano acabaram, acho que não há mais o que esperar. Precisamos fechar esse contrato em Las Vegas o quanto antes."Respirei fundo, apertando o telefone contra o ouvido enquanto girava a poltrona do escritório. "Concordo, Vancelos. Esse contrato é tão importante para nós quanto para você. Podemos marcar para a próxima semana. Estarei em Las Vegas para a assinatura e para conhecer as instalações."Do outro lado, ele riu, claramente satisfeit
MagnusO nomeAlbus Cannonecoava em minha mente como um alerta constante, um enigma que precisava ser resolvido. Ele era um fantasma, um jogador que estava sempre um passo à frente, mas que eu sabia que precisava capturar para acabar com as ameaças contra Leonardo e Amber. E, embora a investigação sobre Derek Myers também exigisse minha atenção, Albus Cannon era o problema mais urgente no momento.Assim que Leonardo deu sua autorização, fui direto até Gabriela. Ela estava na biblioteca, lendo, com a serenidade que eu desejava poder sentir. Mas não havia tempo para hesitar."Gabi," chamei, entrando e fechando a porta atrás de mim.Ela ergueu os olhos do livro, franzindo o cenho ao ver minha expressão. "O que foi? Parece que vai me dar más notícias."Suspirei, passando a mão pelos cabelos. "Preciso sair por algun
MagnusA noite estava fria, mas eu não sentia nada além da adrenalina, correndo em minhas veias. O ruído dos passos rápidos ecoou pela rua, e tudo ao meu redor se tornou secundário. Os passos abruptamente pararam, mas antes que eu pudesse identificar a direção, um dos meus homens gritou pelo rádio:"Ele está fugindo! Indo para o lado leste!"Meu corpo reagiu antes mesmo que minha mente pudesse processar completamente. "Cubram todos os lados! Quero ele cercado!" gritei pelo rádio, já começando a correr. Meus passos ressoavam pelo pavimento, e eu ajustava o fone no ouvido enquanto dava as instruções. "Ninguém deixa esse desgraçado escapar!"A figura à frente era menor do que eu esperava, mas se movia com agilidade, desaparecendo por entre os becos estreitos do subúrbio. A cada curva, minha determinação aumentava. Ele n&
LeonardoEntrei no quarto e a encontrei exatamente como imaginei: Amber estava debruçada sobre a cama, dobrando roupas com cuidado enquanto montava as malas para a viagem. Cada movimento seu era meticuloso, como se arrumar as malas fosse mais do que uma tarefa prática; era quase um ritual.Minha mente, no entanto, não estava focada na viagem. Estava presa em Magnus, que havia partido há horas e ainda não havia me dado qualquer notícia. A tensão pulsava em mim, transformando meu humor em algo fechado e sombrio.Amber ergueu os olhos enquanto colocava uma blusa dobrada na mala. "Se você continuar andando de um lado para o outro desse jeito, vai acabar furando o chão."Parecia que ela queria aliviar o peso que pairava no quarto, mas o sorriso no canto de seus lábios não encontrou eco em mim. Parei de andar e fiquei ali, a encarando por um momento antes de caminhar at
LeonardoMagnus estava no telefone, a seriedade habitual em sua voz, mas havia algo diferente – suas respostas eram curtas, quase calculadas, como se ele estivesse me preparando para algo muito pior. Conforme começava a passar as informações sobre Albus Cannon, senti minha paciência se desgastando com cada palavra que ele dizia."O garoto é um fantasma," ele começou, direto ao ponto. "Não está no banco de dados do governo ou da polícia, nenhum registro, nada. Não há pistas sobre ele em lugar algum. Parece que ele é apenas um laranja, alguém que traz e leva informações para terceiros.""Um laranja?" repeti, a frustração crescendo no meu peito. "Magnus, você está me dizendo que todo esse tempo, tudo o que temos é um moleque que nem sabe o que está fazendo?""Não exatamente," respondeu ele, com um tom c
AmberO som alto e repentino havia me tirado da cama. Assim como Louis, minha curiosidade foi mais forte do que a vontade de permanecer no quarto. Caminhei silenciosamente até a porta, entreabrindo uma fresta, vendo meu pequeno parado na frente de Leonardo, e por um momento, fiquei apenas observando. A ternura do jeito que Leo falava com Louis, explicando que o barulho era de um "bichinho na parede", quase me fez sorrir, mas eu sabia que aquilo era apenas para não impressionar o meu pequeno.Esperei até Louis voltar para a sala antes de me mover. Meu instinto me dizia que Leo estava carregando mais do que estava disposto a admitir. Quando ele desligou o telefone, abri a porta lentamente, ficando na soleira enquanto o encarava."Então?" perguntei, minha voz baixa, mas carregada de expectativa.Leonardo suspirou, passando a mão pelos cabelos em um gesto que só fazia quando estava completamente exasp
LeonardoA viagem para Vegas foi mais curta do que eu imaginava, mas para Amber, parecia que tinha durado uma eternidade. Desde o momento em que o avião começou a perder altitude, percebi algo errado. Seu rosto estava pálido, e ela segurava o braço da poltrona com tanta força que seus dedos estavam brancos."Amber," murmurei, inclinando-me para perto dela. "Você está bem?"Ela balançou a cabeça levemente, os olhos fechados enquanto respirava fundo. "Estou... só um pouco enjoada," respondeu, mas sua voz fraca não ajudou em nada a acalmar minha preocupação.Assim que o avião pousou, pedi para todos esperarem enquanto nos preparávamos para sair. Amber tentou se levantar, mas cambaleou levemente, e eu a segurei antes que ela pudesse cair."Amor, você não está bem," disse, minha voz mais dura do que pretendia
LeonardoVegas tinha um brilho único, uma energia que parecia pulsar no ar desde o momento em que aterrissamos. Apesar disso, minha mente estava focada na Delux e no contrato que estava prestes a ser assinado. Um passo importante para a MGroup, mas, no fundo, minha maior preocupação era Amber. Ela havia passado mal assim que desembarcamos, e isso me deixou ainda mais alerta.Estava terminando de ajustar a gravata em frente ao espelho quando ouvi a porta do banheiro se abrir. Virei-me e a vi sair, desl