Amber
O pânico apertava meu peito como um torno de aço.
As ruas de California Springs passavam rápido demais pelas janelas do carro, borrões de luzes neon e postes, enquanto o veículo cortava o trânsito em alta velocidade. O motor rugia, as rodas cantavam no asfalto, e meu coração martelava freneticamente dentro do peito.
O motorista olhava pelo retrovisor a cada segundo, seu maxilar travado, os dedos apertando o volante com força suficiente para esbranquiçar os nós dos dedos.
"Senhorita Bayer," ele disse, sua voz tensa e carregada de urgência. "Tem dois carros nos seguindo."
Meu estômago despencou.
"Como é que é?" Minha cabeça virou bruscamente para trás, e o que vi fez meu sangue gelar.
Dois SUVs enormes, pretos, avançavam rapidamente, mantendo uma distância curta, mas ameaçadora. Os faróis al
AmberO pânico tomava conta do meu corpo, cada célula tremendo em alerta máximo. Minha respiração estava errática, e a dor em meu ventre só aumentava a cada solavanco do carro. Eu sentia uma pressão incômoda, diferente de qualquer coisa que já tivesse experimentado antes. Meu coração batia descompassado, o medo me sufocando.Eu não podia perder esses bebês.O motorista continuava em alta velocidade, desviando bruscamente entre os carros, tentando manter distância dos dois SUVs que nos perseguiam. Minhas mãos agarravam o cinto de segurança com tanta força que minhas articulações doíam."Magnus, eles ainda estão atrás de nós," o motorista avisou pelo viva-voz, sua voz carregada de tensão.Minha esperança estava se esvaindo, até que ouvi o som desirenes
LeonardoAmber estava sentada na cama, a expressão serena enquanto ouvia atentamente o médico explicar os próximos passos. Mas, mesmo com o tom otimista dele, minha mente estava a mil.Uma semana.Sete dias inteiros entre a casa, o hospital e a empresa. Sete dias tentando manter Amber quieta, segura e, acima de tudo, viva. Foi um esforço desumano para convencê-la a descansar, mesmo quando o corpo dela claramente precisava. E agora, finalmente, estávamos aqui, ouvindo que o risco maior havia passado.“Os bebês estão bem,” o médico dizia, as palavras ecoando como um bálsamo para meus nervos desgastados. “Mas é essencial que ela evite grandes esforços físicos ou qualquer situação de estresse extremo. Não há necessidade de repouso absoluto, mas cuidados redobrados são imprescindíveis.”Minha mand&iac
LeonardoDirigir até o aeroporto com Amber ao meu lado era uma sensação quase surreal. Tê-la finalmente fora daquele ambiente impessoal e estéril do hospital me trazia um alívio que eu não sabia precisar. Durante aqueles dias intermináveis, eu só pensava em tirá-la de lá e levá-la para um lugar onde pudesse respirar sem o peso do medo pairando no ar.Olhei para ela brevemente, suas mãos repousavam sobre o ventre, e um sorriso pequeno brincava em seus lábios enquanto olhava pela janela. Sabia que ela estava ansiosa. Não apenas por deixar o hospital, mas porque, em poucos minutos, veria Bella e Louis. Todos os dias, eles perguntavam por ela, enchendo o telefone de chamadas de vídeo. Eles queriam a mãe. Precisavam dela.E agora, esse reencontro estava prestes a acontecer.Chegamos ao aeroporto privado, e a familiaridade do lu
MagnusEu me dirigi à MGroup, ainda sem a localização exata do dono do drone, mas determinado a reunir todas as peças que tínhamos. A tensão em meus ombros era constante, como uma faca pressionando lentamente, me lembrando de que essa ameaça precisava ser eliminada – não apenas pelo meu trabalho, mas pela minha amizade com Leonardo e Amber. Já era hora de dar a eles um pouco de paz.Assim que entrei na sala de segurança, minha equipe já estava reunida, os olhos atentos aos monitores e documentos espalhados pela mesa. A energia ali dentro era elétrica, carregada de urgência."Atualizem-me," ordenei, cruzando os braços enquanto encarava Rinaldi, que estava digitando freneticamente em seu computador."Estamos rastreando a transação do drone," ele respondeu sem desviar o olhar da tela. "Já sabemos que o equipamento foi c
MagnusAs informações sobre Albus Cannon estavam se encaixando como um quebra-cabeça maldito, e tudo apontava para atividades ilegais envolvendo o nome. Era um pseudônimo, um fantasma criado para encobrir negócios sujos. Enquanto minha equipe começava a cruzar os dados, eu sentia o peso da responsabilidade em cada decisão que tomava. A ameaça estava longe de ser eliminada, e eu precisava descobrir quem estava atrás de Leonardo, Amber e as crianças antes que algo pior acontecesse.Peguei o celular, passando os olhos pelas mensagens. E então, lembrei-me de Gabriela.Eu prometi que a veria, mas o dia tinha me engolido."Certo, eu tenho que ir agora. Me mantenham informado de tudo que descobrirem." falei para a equipe e saí as pressas, entrando no carro e só parando assim que cheguei na frente da clínica onde seu carro ainda estava parado.Digitei rap
MagnusGabriela ainda estava aninhada no meu peito, os soluços diminuindo, mas sua tensão ainda era palpável. Passei a mão pelos cabelos dela, tentando acalmá-la, enquanto meu coração batia acelerado, uma mistura de frustração, preocupação e algo que eu sabia que não podia ignorar."Você vai fazer suas malas," declarei, minha voz firme, mas sem elevar o tom.Ela ergueu a cabeça para me encarar, seus olhos vermelhos e arregalados. "O quê?""Você vai fazer suas malas, Gabriela," repeti, mantendo o olhar fixo no dela. "Você vai para Aspen comigo."Ela se afastou do meu peito, cruzando os braços e olhando para o lado. "Foi para isso que te chamei aqui... para te dizer que não vou para Aspen."Minha risada saiu seca, quase cortante. "Você vai sim." Me aproximei novamente, impondo minha presen&cced
AmberEstávamos há três dias em Aspen, e, pela primeira vez em semanas, o peso que carregava nos ombros parecia mais leve. A casa era aconchegante, cercada por montanhas cobertas de neve, e o ambiente calmo era exatamente o que precisávamos. Eu seguia as recomendações médicas à risca, me cuidando e descansando, e, embora os problemas em California Springs ainda pairassem sobre nós, naquele momento, tudo parecia em paz.Na sala de estar, Leonardo, Nonna Rosa, as crianças e eu estávamos reunidos em torno de uma mesinha baixa. Bella e Louis estavam no chão, concentrados, com lápis coloridos e folhas espalhadas por todos os lados, enquanto desenhavam freneticamente. A tarefa? Criar desenhos para que nós, adultos, adivinhássemos."Cabei!" Bella anunciou, segurando uma folha com o entusiasmo de quem estava apresentando uma obra-prima. Ela ergueu o papel e olhou dire
LeonardoO escritório em Aspen era uma mistura de funcionalidade e luxo, um refúgio que usávamos para reuniões importantes ou momentos como esse, em que precisávamos clarear as ideias. As prateleiras de madeira escura estavam repletas de livros e decorações cuidadosamente escolhidas, mas meu olhar estava fixo no decanter de cristal sobre a mesa.Servi dois copos de uísque, sentindo o líquido dourado escorrer pelo vidro, antes de entregar um deles a Magnus, que estava parado próximo à janela. Ele aceitou sem uma palavra, sua expressão fechada como se carregasse o peso do mundo nos ombros."Então," comecei, me sentando na poltrona de couro. "Tem alguma coisa nova sobre o tal de Albus Cannon?"Magnus deu um gole longo antes de me responder, seu olhar perdido no horizonte coberto de neve. "Ainda não. Estamos apurando, mas esse desgraçado é um fantas