LeonardoA reunião já durava mais de quarenta minutos, e minha paciência estava no limite.Na tela, Vancelos, CEO do Grupo Delux, mantinha sua expressão calculista, mas eu via a tensão no olhar dele. Ele sabia que estava pressionado, e eu adorava essa parte do jogo. O problema era que ele queria negociarcomo se estivéssemos três anos atrás, e aquilo era uma afronta ao que a MGroup se tornara."Trinta milhões, Martinucci. Esse foi o valor acordado anteriormente. Você sabe que é um preço justo", ele disse, cruzando os braços e se recostando na cadeira, como se tivesse a vantagem.Soltei uma risada seca, sem um pingo de humor."Justo? Você me procura depois de se arriscar com o Calton, perder milhões em um contrato mal gerido, e acha que eu vou estender a mão como se nada tivesse acontecido?"Vancel
AmberO cenário era exatamente o mesmo.A mesma sala. A mesma postura controlada. O mesmo homem.Minha mente estava plena, ativa, desperta para tudo que havia sido roubado de mim. Durante três anos, vivi na ignorância. Quando ele me encontrou, acreditei nas meias verdades, nos olhares suaves de Leonardo, nas promessas sussurradas no escuro. Mas agora, tudo estava claro. Cada peça se encaixava, e eu via a mentira em sua forma mais crua.Eu estava grávida dele.De novo.E, de novo, ele tentava me manipular.Respirei fundo, lutando contra a onda de fúria que me consumia, e bati a porta atrás de mim com força. O som ecoou pela sala, quebrando o silêncio pesado que pairava entre nós. Leonardo não reagiu imediatamente. Apenas soltou o ar lentamente, como se tentasse reunir todas as provas antes de falar."Entre e sente-se",
LeonardoPermaneci ao lado dela enquanto os acessos continuavam, seu corpo estremecendo a cada onda de náusea. Sua respiração vinha entrecortada, o peito subindo e descendo de forma irregular. Mas, aos poucos, ela foi recuperando o controle, os tremores diminuindo até que apenas s
MartinaA voz de Amber ecoava nos meus ouvidos como um maldito martelo batendo contra minha cabeça.
AmberO silêncio dentro do carro era insuportável.Leonardo estava ao meu lado, com os braços cruzados e o maxilar travado, enquanto eu permanecia o mais distante possível, com os olhos fixos na paisagem do lado de fora. Cada curva da estrada passava sem que trocássemos uma única palavra, mas o peso do que havia acontecido ainda pairava no ar como uma tempestade prestes a desabar.Magnus, ao volante, parecia o único consciente do quão sufocante o clima estava.E pela primeira vez desde que o conheço, ele parecia incomodado.Seu olhar alternava entre mim e Leonardo pelo retrovisor, analisando cada expressão tensa, cada suspiro pesado, como se estivesse prestes a intervir.Ele limpou a garganta, tentando quebrar o gelo."Bom, pelo menos a enfermeira disse que está tudo bem com o bebê, né?"Nada. Nenhuma resposta.
LeonardoAmber suspirou, soltando as mãos de minha avó e erguendo os olhos para mim."Com licença, preciso ver as crianças", disse baixinho.De imediato, dei um passo à frente. "Eu também vou..."Mas antes que pudesse continuar, sentio golpe firme da bengala de Nonna Rosa acertando minhas canelas, me fazendo travar no lugar."No, ragazzo", (Não, garoto) ela disse, sem hesitação.Minha mandíbula se contraiu. "Nonna, eu..."Ela bateu a bengala com mais força, me obrigando a dar um passo para trás."Temos assuntos a resolver antes."Soltei um suspiro irritado e observei Amberaproveitar a distração para subir as escadas sem olhar para trás.Ótimo.Mais um momento em que eu queria estar com ela eela me evitava.R
"Positivo."Meus joelhos quase cederam quando vi as duas linhas rosas. Eu estava grávida. Leonardo e eu íamos ter um bebê. Por um momento, a felicidade tomou conta de mim. Imaginei o sorriso dele ao ouvir a notícia, o abraço quente que ele me daria, e como tudo finalmente faria sentido. Nós não precisaríamos mais esconder nosso relacionamento. Estávamos construindo uma família.Respirei fundo e voltei à minha mesa, tentando disfarçar o turbilhão de emoções. Ninguém na MGroup sabia do nosso romance, e era melhor assim. Se alguém descobrisse, com certeza pensariam que o meu cargo de Diretora de Segurança Cibernética era por causa dele, e não por minhas habilidades.Sentei-me e liguei o computador. Precisava pensar em uma maneira especial de contar a notícia. Algo que fosse a nossa cara. Leonardo e eu sempre adoramos jogos e enigmas tecnológicos, então imaginei esconder a mensagem em um código, algo que ele teria que desvendar."Você vai adorar essa surpresa, Léo", murmurei com um sorris
LeonardoAs mensagens recusadas e as insistentes tentativas de Amber, estavam me fazendo falhar e aquilo era intolerável para mim. "Se precisar de um minuto, senhor Martinucci." o Ceo do Grupo Taurus falou."Não, estou apenas com um problema..." não tive tempo de terminar.A porta da minha sala se abriu com violência, interrompendo minha videochamada com os diretores do Grupo Taurus. Por um momento, pensei que tivesse enlouquecido, aquela não podia ser a Amber, minha sempre controlada e profissional diretora. Mas era ela, seus cabelos ruivos emoldurando um rosto que eu nunca tinha visto tão transtornado."Que merda você está fazendo? Saia já daqui. Eu disse que falaria com você depois." Pausei a chamada e me ergui. As palavras saíram mais duras do que eu pretendia, mas estava no meio de uma negociação crucial."Eu preciso falar com você, senhor!" Sua voz tremeu ligeiramente, e aquilo me desarmou por um segundo. Em doze meses de relacionamento, eu nunca a tinha visto vacilar."Seguran