Tess correu assim que pôde, indo para onde sabia que ele estava. Ela podia sentir a preocupação dele e queria poder ter respondido as dezenas de vezes que ele a chamou.
Mas não pôde, porque Clio e Garnett fizeram várias perguntas. Bem, Garnett fez as perguntas. Clio ficou em silêncio, com o corpo, alto e magro como uma lâmina, tenso.
Rowan fez com que ela descongelasse a sala. Uma "sessão de treinamento gratuita", como ele disse. Ela descobriu que ele, assim como ela, por ser filho de Maeve mas ter linhagem em Mora, havia recebido neve e gelo na cota de poderes dele.
Ela correu para o hall de corredores familiar e bateu na porta dele.
Alek abriu a porta com cara de sono. Tess se esforçou para não olhar para o peito nu do rapaz e e
Tess havia acabado de chegar em casa, pois estava na casa da vizinha, Maddeline, desde cedo. O sol já começava a ir dormir, como a mãe dizia. Ela entrou na pequena cozinha, seguindo o delicioso cheiro de torta de frutas.Ela segurava a boneca de pano que havia ganhado dos pais no aniversário de dez anos. "Mamãe! " Ela gritou e se atirou no colo de Lyra. " Ora, mas como chegou tarde, mocinha. " A mãe cutucou a ponta do nariz dela, fazendo-a rir. Os olhos da mãe, de um azul idêntico ao dela, brilhavam cheios de amor e diversão. " Venha, me ajude a arrumar a mesa de jantar. Finn e seu pai já devem estar chegando." E assim Tess o fez. Mas
Passou-se uma hora e meia até que suas lágrimas cessassem. Alek não falou sequer uma vez e Tess estava grata por isso. Após parar de chorar, ele lhe deu mais dez minutos para se recompor, sempre abraçando-a e beijando seu cabelo. "Quer me contar sobre isso?" Ele perguntou delicadamente, enquanto acariciava seu cabelo. Ela não respondeu de imediato, mas suspirou, sabendo que ele merecia a verdade. Então, ao invés de falar, ela lhe mostrou. Com um pensamento, ela mostrou a ele tudo o que acontecera naquele dia. E nos dias, meses e anos após. Mostrou seus amigos em Joraele e em Bernau, mostrou o jeito como o irmão sempre cuidou dela. Ela mostrou também os melhores roubos que ela fe
Tess não foi ao treino. Talvez por birra ou talvez porque a desculpa que deu à sua governanta fosse verdadeira: ela estava cansada de tudo. Já não chorava mais por seu irmão ou por seus pais, mas ainda estava deprimida, como se algo ainda estivesse faltando. Por isso, pediu à Therae que levasse chá e bolo para que ela tomasse o desjejum. A governanta o fez rapidamente e se despediu da garota com um aceno de cabeça. Tess tomou o café da manhã e arrastou a poltrona de veludo vermelho para a varanda. Ela pegou uma manta fina e ficou um tempo na varanda, olhando o florescer das mais diversas espécies de flores e plantas. Mas após um tempo, ela se sentiu claustrofóbica no quarto. Num acesso de rebeldia, ela tomou a forma animal e voou
"Como é Holirya? " Rowan perguntou assim que se sentaram numa pequena mesa retangular no canto do refeitório quase vazio. Ele comia uma enorme coxa de cordeiro assado com batatas e legumes no vapor. Tess comia uma fatia de torta de amora e bebia licor de grascow, uma erva de gosto amargo que era misturada com chocolate no prepararo da bebida. " Ah, muitas pessoas com ouro e jóias fáceis e boa diversão nos teatros. Finnick adorava ver uma peça chamada Galhos de Cristal, sobre uma garota que fica presa num buraco e é salva dias depois por um caçador. " Ela disse, sorrindo ao se lembrar de como o irmão sorria quando a garota era finalmente resgatada. " Finnick deve ser seu irmão, certo?" Ela assentiu. " Finn cuida de mim desde que eu
O quarto de Rowan era quase três vezes maior que o de Tess. Mas ela não se importou com os detalhes, apenas com a sala de combate onde eles treinaram por horas com afinco. Ele a derrubava com vento ou mesmo com um movimento da espada. Ele emprestou à ela uma espada reserva que ele tinha, mas a arma era tão magnífica que custaria, talvez, duas bolsinhas de ouro. Ela era revestida de bronze e aço e o punho tinha arabescos de bronze e encrustado com minúsculas safiras azuis. Um floco de neve de madrepérola finalizava a espada. Na lâmina, uma inscrição antiga numa língua que ela não reconhecia nomeava a espada. "Gantsain. Significa neve de aço em uma língua quase esquecida, cujo nome não me lembro." Rowan disse ao entregar a espada à ela. " Foi um presente, de um feérico que conheci há
Rowan, por algum milagre, havia conseguido fazer o que ela pediu. Krisa bateu em sua porta um segundo antes de ela sair para o treinamento. "Adivinha! Teremos treinamento especial no jardim hoje." Krisa disse, claramente animada demais. Mas Tess não se importou muito. Ela fingiu uma expressão de júbilo e surpresa. Antes que Krisa a puxasse para o jardim, ela bateu à porta de Alek, mas ninguém se incomodou em abrir.Com um biquinho nos lábios, ela se virou para Krisa, que mordia o lábio. " Diga." Tess exigiu. " Alek não passou a noite no quarto. " Krisa disparou. Tess franziu o cenho. " Onde ele passou a noite?"
Ninguém a impediu enquanto ela voava para longe. Ela não sabia direito o caminho até Holirya, apenas direções básicas que ela vira em um mapa. Mas os instintos pareciam saber para onde de ela queria ir. Ela logo encontrou o Muro dos Três Reinos, guardado por dezenas de feéricos. Nenhum deles se incomodou em pará-la para um interrogatório. Foi fácil demais. Onde você está?Alek perguntou. Ele parecia preocupado. Em Naskra.Ela respondeu. Euseique você está em Naskra, é claro que está. Masonde?
O Garras de Tigre estava lotado como sempre, mas ninguém--nem mesmo os "bravos" mercenários e veteranos de guerra--ousou enfrentar a feérica com uma espada antiga. Para o bem deles, Tess esperava que não tivesse que transformar o bar numa caverna de gelo. Ela atirou algumas moedas para o atendente, que correu para buscar o licor dela e a cerveja dele. " Então, quem deu a espada?" Finnick perguntou enquanto bebericava a cerveja. " Rowan. Ele me ajuda a treinar. " Ela deu de ombros, como se não fosse nada. Finnick ergueu a sobrancelha. "Príncipe Rowan, filho da rainha Maevete deu isso?" Tess assentiu e riu c