Murilo se aproximou dos rapazes com as mãos nos bolsos e suspirou:
- Cara! Que dia mais cansativo!
Os outros olharam atravessado para ele, que se limitou a rir alto.
- Quê? Todos vocês tavam de folga, só o escravo do sistema aqui teve que bater cartão hoje...
Rubens, Mauro, Douglas e Hector responderam ao mesmo tempo:
- Vai se f***r!
- Imbecil!
- Va
Enquanto os homens estavam reunidos ao redor da churrasqueira, comendo e bebendo cerveja, as mulheres estavam divididas entre a sala e a cozinha, conversando e preparando arroz e saladas que possivelmente apenas elas iriam comer novamente. Érica não suportando mais a curiosidade coletiva, fez a pergunta suspensa no ar: - Kátia, quem é o cara? - O quê? - Não se faz de sonsa, quem é o cara que veio de Joinville contigo? - Ah! O Edgar? Um amigo que fiz ontem a noite quando fui janta
Depois que Kátia e Murilo se despediram e entraram no carro, Edgar também pediu licença para Juliana e foi para o quarto dele. De repente o cansaço dos últimos três dias parecia que tinha o alcançado e por mais que ele quisesse sair da pousada e tomar um banho de mar, achou melhor tomar um banho na pousada mesmo e dormir cedo e se reorganizar logo pela manhã, ele que era conhecido por ser um homem metódico agora estava com seu cronograma todo bagunçado, e para a própria surpresa, não estava muito preocupado com isso. Foi então que ele, esvaziando a mochila onde levava seu “escritório” percebeu o telefone celular que já tinha at&eac
Kátia abriu os olhos e não acreditou onde estava, tudo na noite de ontem parecia um sonho, ela olhou para o relógio, nove e meia da manhã e ela não tinha nada o que fazer, estava sozinha e sem emprego, já tinha se formado e o dinheiro que ela ainda possuía estava numa conta poupança que ela abriu para emergências quando ainda era solteira o que foi sua salvação após o divórcio. Ela olhou o celular e no aplicativo de mensagens apareciam mais de uma centena de mensagens, inclusive as fotos do churrasco, Rita tinha essa mania, sempre que se reuniam ela batia várias fotos e depois publicava no grupo. Mas as mais de trinta mensagens em outro grupo do qual ela faz parte a deixou preocupada e i
Kátia sentou na cama e olhou ao redor e se surpreendeu com o que viu. Tudo estava lá, o mancebo de madeira envernizada com as bolsas e chapéus que ela costumava usar na praia, a poltrona branca estofada com a almofada que tinha como estampa um gato branco com óculos escuros. Ela riu ao lembrar da história da almofada ganha em um bingo da igreja que ela convenceu o irmão mais velho a leva-la, ele reclamou tanto, que uma moça reparou nele e pediu Irineu em namoro na saída do evento, o rapaz, então com vinte e um anos ficou vermelho e um dos primos tirou uma foto dele nesse momento. - O Galo odeia aquela foto...
Edgar acordou cedo e as sete e meia já tinha tomado café da manhã, na noite anterior tinha atacado alguns pacotes de sequilho e um chocolate quente. Realmente, isso era muito confortável e talvez ele adotasse isso no próprio escritório em São Paulo. Durante o café na sala de jantar da pousada, ele finalmente conheceu Douglas que após alguns minutos de conversa cedeu um dos seus ajudantes para ser guia de Edgar pela cidades de Camboriú e Balneário, Júlio o “guia”, era um homem de meia idade que sempre morou na região e desde que foi assaltado em Florianópolis, deixou o Taxi e virou auxiliar de cozinha na pousada. Edgar tinha voltado ao q
Mais tarde, naquele mesmo dia, a mãe de Kátia ligou para ela: - Tata, o Galo me disse que tu ligou mais cedo e que já está em Camboriú, o que tu tá fazendo aí filha, vem pra casa, teu lugar é aqui com a gente. - Mãe, eu tou bem. Meus amigos me arrumaram uma casa numa rua tranquila não muito longe do centro. Eu estou bem instalada, pode ficar tranquila. - Tu já disse isso Tata, mas a mãe não consegue acreditar, como teus amigos montaram uma casa tão rápido pra ti? - Mãe, parte dos mó
Edgar foi trabalhar a tarde e o fato de ter um guia local ajudou bastante, ele conversou com Júlio e passou a ele todas as especificações da área que estava procurando, depois de visitarem os imóveis já agendados, Júlio levou Edgar para ver uma área que já estava a venda a mais de dez anos e que pertencia a uma antiga indústria que fechou no início dos anos oitenta, o prédio formado por vários galpões já tinha sido demolido e agora o terreno de quinhentos metros de frente estava entregue ao capim. Júlio contou ao engenheiro que os donos do terreno moravam em São Paulo e que se dizia que raramente apareciam, como estavam pedindo muito dinheiro, nem mesmo as imobiliárias tentavam mais vender o i
Mal o Sol raiou o telefone de Edgar começou a tocar.Ainda sonolento ele atendeu sem nem mesmo olhar quem estava ligando.- Alô?- Edgar, que voz é essa? Ainda dormindo? Eu achei que já estava a caminho, a menos é claro que venha de avião.Do outro lado da linha, Dona Isabel Lia estava animada, naquela noite muitas coisas boas iriam acontecer e a presença de Edgar era fundamental.- Oi mãe. Eu ainda estou na cama, eu não vou pro jantar hoje a noite, tenho que aproveitar que os proprietários do terreno que escolhi vão estar aqui na cidade hoje pra conversar com eles a tarde.- Filho, você é como seu pai, ontem enquanto eu corria como uma louca preparando o jantar de hoje, ele ficou trancado no escritório o dia todo resolvendo problemas de uma obra lá em Minas.- Problemas?- É, foi o que ele me disse mas não espec