2. Homem misterioso

Julie

Gosto de pensar que sou forte. Em tudo, em cada momento difícil da minha vida, eu encontrava uma fuga através do trabalho e da escola. Sempre que eu não estava trabalhando ou sendo perseguida por Scott e sua gangue, eu estava estudando, a única coisa em que eu era realmente boa.

Eu tinha o maior nota da escola, o que nunca pensei que significasse muita coisa, já que morávamos na parte mais pobre da cidade, onde nenhum aluno se importava e só tinha tempo para drogas e álcool.

Embora, quando Scott Wayans descobriu minhas conquistas, passou a me obrigar a fazer todos os seus trabalhos escolares, incluindo os de Mark, Jackson e Emmy.

– Bom trabalho, Cooper, meus pais realmente acham que eu posso ir para Harvard com essa merda. – Jacksom ri histericamente, me empurrando com força pelas costas enquanto empurra o papel que eu tinha escrito na frente do meu rosto.

– Que tal jogarmos um joguinho depois da escola hoje? Hein? – Scott diz enquanto eles me seguem pelos corredores vazios da escola.

– N..Não, estou bem.– Eu digo baixinho, meu lábio tremendo quando ele me empurra contra um armário. Eu olho para baixo, então meu cabelo Está cobrindo meu rosto, com medo de dizer outra palavra.

– Vadia gaguejante. – Ele cospe, agarrando meu cabelo e puxando minha cabeça para cima.

– Evan, é melhor irmos agora. – Mark diz nervosamente quando o som das chaves de um professor ecoa pelo corredor.

– Não pense que terminei com você. – Ele franze a testa antes de bater minha cabeça de volta no armário e ir embora com Mark.

Minha cabeça dói com a força do impacto enquanto seguro as lágrimas caminhando em direção à minha primeira aula do dia.

Assim que o sinal toca para minha última aula, eu me levanto, minhas pernas me empurrando em direção à saída. Talvez se eu fosse rápido o suficiente, eles não me pegariam hoje.

Abro a pesada porta, revelando o sol brilhante no meu rosto e o calor na minha pele. Meus olhos procuram freneticamente pelo ônibus, uma sensação revivida na boca do meu estômago quando o vejo parar.

Corro mais rápido do que nunca e me escondo no banco de trás, esperando que não tenham me visto entrar.

Meus olhos espiam pela janela, observando enquanto Scott olha furiosamente ao redor procurando por mim com sua gangue, empurrando os outros alunos em seu caminho. Eu podia sentir meu coração na boca do estômago, se eles me encontrassem eu estaria morta.

A porta do ônibus se fecha, e o alívio me invade. Eu estava segura, por enquanto.

Ontem à noite, decidi que encontrar um emprego na parte pobre da cidade não era a melhor ideia. Com Scott e Sebastian morando na mesma área, isso só pioraria as coisas.

Então pego o ônibus até o fim da rota, onde qualquer um sonharia em morar.

A vida agitada da cidade, as ruas limpas e as casas extravagantes que se alinhavam em cada rua e os cidadãos vestidos da cabeça aos pés com roupas que valiam mais do que meu aluguel.

Desço do ônibus e imediatamente inspiro o ar puro.

Os olhares que recebi foram incontáveis ​​enquanto eu caminhava pela rua, sentindo os olhos de todos em mim como se eu fosse um alienígena, como se eu nem fosse humano.

Todos eles foram criados com dinheiro e nunca passavam um dia sem se preocupar se conseguiriam comer na semana seguinte.

Eu invejava isso, mas sabia que era um futuro que alguém como eu jamais poderia esperar.

Uma brisa suave sopra em meus cabelos enquanto abro a porta de um café bonito, o sino acima de mim toca, notificando os funcionários sobre um cliente.

Havia uma garota trabalhando lá, que parecia ter uns 24 anos, vestida com um avental rosa com o nome da loja escrito em letra cursiva.

Café Lamour

– Sinto muito, senhorita, mas acho que este lugar não é o ideal para você. – Ela diz lentamente enquanto estou diante do caixa.

– E... peço desculpas, eu só estava procurando um emprego, caso você tenha alguma vaga. – Eu digo, tentando ignorar o olhar insistente de um homem de aparência mais velha sentado em uma das mesas.

– Você não se encaixa na nossa descrição de funcionária. Vou ter que pedir que você saia. – Um homem diz, caminhando na frente da garota e assumindo o comando.

Ele provavelmente era o gerente.

Apenas aceno com a cabeça, meus olhos se voltando para o velho assustador que ainda estava me encarando antes de sair rapidamente.

Soltei um suspiro, andando lentamente pelas ruas. Não sei por que pensei que teria alguma chance de conseguir um emprego por aqui, eu era patética.

Enquanto caminho em direção ao ponto de ônibus, sinto uma mão áspera agarrar meu braço, me virando. Meus olhos se arregalam quando fico cara a cara com o velho do café.

Ele tinha rugas em quase todo o rosto e era baixo, enquanto suas mãos trêmulas seguravam um pequeno cartão de visita dourado.

– Você está procurando um emprego, garota? – Ele pergunta, com a voz seca.

Engulo o nó na garganta, pegando lentamente o cartão dourado enquanto olho para ele.

– S..sim. – Eu digo, esfregando meu braço quando ele me solta. Meus olhos se movem sobre a pequena escrita que continha apenas um número de telefone e as palavras Mints State impressas no centro.

– Posso te arranjar um emprego de empregada lá, um bom salário e moradia de graça. – Ele diz, movendo sua mão para a minha e fecho meus dedos firmemente sobre o cartão

Eu o observo, confusão enchendo minha cabeça com seu gesto gentil. Por que ele simplesmente me daria um emprego como esse? Eu não tinha certeza se isso era confiável ou não.

Ao mesmo tempo, me senti mal por chamar o homem de assustador. Afinal, ele só estava tentando ajudar.

– Não dê este cartão a ninguém . Conseguir um emprego na Propriedade Mints é quase impossível, e este cartão é sua única maneira de entrar. – Ele instrui.

Parecia mais uma passagem só de ida para o inferno do que qualquer outra coisa. Esse cara parecia suspeito, mas por mais estranho que parecesse, eu não podia deixar de arriscar.

Bom salário e moradia? Eu poderia morar lá e pagar todo o dinheiro da dívida sem ter medo toda noite, sabendo que Scott sabia onde eu morava.

– Mas por que eu? Não sou nada especial. – Minhas palavras saem fracamente enquanto olho para o velho, que apenas olha para mim com gentileza passando por seus olhos suaves.

– Posso dizer que você tem um coração puro, você merece esse emprego mais do que qualquer outra pessoa nesta cidade. – Ele sorri, antes de se virar e andar pela calçada.

Meu foco volta para o cartão em minha mão, franzo minhas sobrancelhas enquanto penso na oportunidade.

Antes que qualquer outro pensamento passe pela minha cabeça, eu me viro, procurando pelo velho para poder agradecê-lo. Eu nem tinha perguntado o nome dele.

Meus olhos vasculham as ruas movimentadas, procurando pelo velho que tinha acabado de se tornar meu salvador, mas ele não estava em lugar nenhum.

Até onde ele poderia ter ido?

Minha busca pelo homem termina rapidamente quando vejo Scott e sua gangue saindo de um ônibus e olhando para as ruas.

Meu corpo se arrepia, o medo toma conta de mim enquanto desvio o olhar deles e caminho rapidamente em direção a uma lixeira na esquina.

Eu me escondo atrás das latas de lixo, quase vomitando por causa do cheiro horrível do lixo ao meu redor.

Minhas mãos vão até minha boca, bloqueando qualquer tipo de som que possa escapar de mim enquanto ouço suas vozes próximas.

– Vou matar aquela vadia quando a encontrar. – Scott cospe, com veneno escorrendo de cada palavra que sai de sua boca.

De repente, meu cartão cai da minha mão, aterrissando bem ao lado do pé de Jackson, e meu corpo inteiro congela quando olho para cima, seus olhos encontrando os meus.

– Encontrei a fugitiva – Ele diz, com um sorriso assustador no rosto.

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