Capítulo 5
Ele estava ainda mais maduro e estável do que eu lembrava.

As pessoas da Família Barros o respeitavam profundamente, levantando-se para cumprimentá-lo.

Lélio e sua irmã, Nair, perderam os pais quando eram jovens, e dependeram um do outro desde então.

Foi Ana Franco, a matriarca da Família Barros, quem os adotou.

Quando cresceu, Nair, casou-se com o chefe da Família Barros, César Barros, enquanto Lélio foi para o exterior construir sua carreira.

Ao longo dos anos, a Família Barros já era apenas uma fachada, sustentada pela ajuda de Lélio, que reconstruiu o patrimônio da família.

Desde que a mãe de Vital faleceu, para evitar que Lélio se afastasse da Família Barros, eles se tornaram completamente submissos a ele, temendo ofender essa fonte de riqueza.

Todos o olhavam com sorrisos nos olhos.

Mas seu rosto permanecia impassível, exceto quando olhava para mim, quando um leve sorriso surgia nos lábios.

Ele se aproximou da cadeira ao meu lado, observando Vital de cima.

Eu me senti como uma criança que fez algo errado, sem saber o que dizer.

Vital, no entanto, levantou-se rapidamente, inventando uma desculpa para sair.

No momento seguinte, ele se sentou na cadeira vaga ao meu lado.

— Hoje é um jantar de família, todos podem ficar à vontade, vamos comer.

Disse ele, começando a colocar comida no meu prato e descascar camarão para mim.

Eu me inclinei e expliquei baixinho em seu ouvido. — Ele se sentou sozinho, eu não...

Ele colocou o camarão descascado no meu prato e sorriu. — Eu sei, vamos comer primeiro.

Em poucos minutos, meu prato estava cheio de comida.

Os camarões estavam descascados, o peixe sem espinhas, e até a salsa da sopa foi retirada.

Cada prato era exatamente do meu gosto, sem nada que eu não gostasse.

Foi a refeição mais agradável que tive desde que renasci.

Ele sorriu, pegou o guardanapo e limpou meu rosto, dizendo: — Coma devagar.

Assim que engoli o último pedaço e me preparei para falar, a porta da sala de jantar se abriu.

A voz brincalhona de Miriam ecoou.

— Oi, tios e tias.

Todos se viraram para olhar, e ao reconhecerem quem era, suas expressões se tornaram mais sérias.

César bateu o garfo na mesa com força e resmungou. — Uma bastarda...

Ele não continuou, mas o desdém em seu olhar era evidente.

A mãe de Miriam era uma amante que conquistou seu lugar, não era minha mãe biológica.

Para as famílias tradicionais de Cidade Sol, ela não era diferente de uma bastarda, alguém que não merecia respeito.

Mas meu pai adorava Miriam, até mais do que a mim.

Por isso, ela podia frequentar todos os eventos importantes, tornando-se a invejada segunda senhorita da Família Amaral.

Vital ignorou tudo isso, puxando uma cadeira para Miriam se sentar.

César gritou irritado. — Vital! Você perdeu a cabeça?

— Como ousa trazer uma estranha para o jantar de família!

Miriam, assustada com a bronca, apertou a mão de Vital com os olhos vermelhos.

Vital, não querendo perder a face diante de sua amada, rebateu: — Miriam é irmã da Estela, minha cunhada, como não seria parte da Família Barros!

Ele então olhou para mim, esperando que eu o apoiasse.

Mas, ao fazer isso, viu Lélio limpando minha boca.

Seu rosto se fechou imediatamente, mas ele não ousou dizer mais nada, apenas me lançou um olhar severo.

Lélio, como se não tivesse visto nada, continuava sorrindo e colocando comida no meu prato.

Vital sentou-se com raiva, fazendo questão de fazer um barulho enorme, tentando me mostrar que estava irritada.

Mas eu nem me dei ao trabalho de levantar os olhos, ignorando completamente sua presença.

O celular em cima da mesa vibrou de repente.

Olhei e era uma mensagem de Vital.

— Você fez isso de propósito! Se quer se arriscar, tudo bem, mas envolver meu tio? Você está louca!

— Não se esqueça de quem é seu noivo! Venha aqui agora!
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