Christian deitou Oliver na cama com delicadeza, e não pôde deixar de observar a sombra de incerteza que nublava os seus lindos olhos azuis.
Oliver estava excitado e ao mesmo tempo com medo do que viria a seguir. Mas ele não tinha razões para temer. Por mais que Christian quisesse subjuga-lo aos seus desejos sombrios, nada era maior e nem mais forte do que a sua vontade de fazê-lo feliz.
Christian disse com a voz baixa e insegura.
- A dor vai ser inevitável. Mas eu prometo fazer o possível para não te machucar.
Oliver sentia o corpo queimar por baixo da roupa, ansioso para sentir as mãos de Christian em sua pele.
A preocupação estampada no rosto negro, só fez com que Oliver o amasse ainda mais.- É só me dar todo o prazer que eu mereço. Eu farei o mesmo com você.
Christian e Oliver se despiram lentamente como se tivessem todo o tempo do mundo. E talvez tivessem, porque naquele
Ben suspirou pela terceira vez em menos de cinco minutos. Nunca achou que trinta dias pudesse passar tão depressa. Com a chegada do inverno e o fechamento do parque pelos próximos três meses, ele se sentia inevitavelmente melancólico.Mas esse não era o principal motivo do seu desalento. Contrariando as suas próprias crenças de não se apegar a nada e nem ninguém, estava profundamente triste e angustiado com a partida de Christian e Oliver.Não deveria, mas se afeiçoou aos dois grandalhões e foi a testemunha do nascimento de um amor puro, sincero e verdadeiro.No primeiro dia não deu nada pelos dois. Achou que seria apenas dois policiais encrenqueiros que lhe trariam problemas. Agora, Ben os via partir deixando valiosos ensinamentos. O amor tudo suporta.Christian e Oliver colocaram as malas na picape e olharam para o chalé pela última vez. O lugar inesquecível que marcou suas vidas para sempre. A caminho do ae
Mel levou Christian para o luxuoso e confortável quarto do casal. Christian estava tendo uma crise de choro incontrolável e Mel o deitou na cama, tirou os seus sapatos e deitou ao lado dele até a tempestade passar.Deitados de lado, frente a frente, Mel puxou um lenço de papel da caixa deixada na cabeceira da cama de casal e entregou para Christian.Trêmulo, ele secou o rosto, dobrou o lenço e ficou passando o polegar na ponta do papel branco e úmido com as suas lágrimas.Mel ajeitou a cabeça no travesseiro e respirou fundo.- Meus pais vieram semana passada. Ficaram alguns dias. Meu pai desmontou os móveis. Eu achei melhor fazer isso sem você aqui.Christian encarou a esposa. Seus olhos negros brilhavam de raiva.- Você não tinha esse direito.- Ainda está tudo lá, nas caixas. Algumas coisas estão aqui no armário. Temos que fechar aquela porta, Christian. Porque
Oliver não pôde evitar o desânimo que se abateu sobre ele ao chegar no apartamento ainda sem mobília, com suas coisas em caixas de papelão, dispensa vazia, poeira por todos os lados e o síndico o lembrando que o aluguel vence em dois dias. Sem salário, ele teria que recorrer aos pais e isso o deixou profundamente chateado.Sua mãe não perderia a chance de dizer que ele tem que guardar dinheiro para eventuais emergências. Seu pai, mais compreensivo, apenas perguntaria de quanto ele estava precisando e faria a transferência para a sua conta bancária quase vazia. Seria constrangedor de qualquer jeito.Oliver queria saber como Christian estava e ele não atendia o telefone e nem retornava as suas ligações. Provavelmente estava tendo uma longa conversa com a esposa. Embora sabendo que não tinha motivos para isso, Oliver ficou com ciúmes.Do frio extrem
Christian e Oliver se apresentaram no Departamento de Polícia de Los Angeles às 08:00h de segunda-feira. Trajando terno e gravata, os dois chamavam a atenção por onde passavam. Christian cumprimentou os colegas de trabalho e ficou por dentro das notícias.Brooklin não perdeu a chance. Rindo, perguntou:- E ai, Christian? Trinta dias isolado com um viadinho. Eu ouvi dizer que eles fazem o melhor oral de todos.Wes riu alto.- Dizem que engolem até o talo e pedem mais.Na roda de policiais; risos e gritos. Christian olhou para Oliver que tinha ficado mais afastado para evitar comentários homofóbicos como aqueles.A tristeza que viu nos olhos azuis, incomodou Christian profundamente. O preconceito escancarado. Ele sentiu vergonha por tudo que tinha feito Oliver sofrer, com suas palavras e atitudes deprimentes e egoístas.Os dois tinham combinado manter as aparências
Um ano depois...O dia estava nublado. Nuvens cinzentas e esparsas encobriam o vasto céu do Alasca. O inverno se aproximava e com ele, rajadas de vento, tempestades de neve e temperaturas abaixo de zero. Mas para os recém casados, Christian e Oliver, nada disso foi um empecilho para irem passar a lua de mel no lugar onde tudo começou.Jason como padrinho de casamento, os presenteou com uma semana de licença do trabalho. Christian e Oliver não pensaram duas vezes antes de fazerem as malas, e deixarem o agora mobiliado apartamento de frente para a praia de Santa Mônica, para passarem alguns dias no frio do Alasca e na companhia de Ben.Como não poderia ser diferente, o reencontro foi em clima de festa, a confirmação de que o tempo não apaga, e a distância não diminui os laços sólidos de uma amizade verdadeira.Sem cerimônia, como um pai orgulhoso, Ben abr
Christian acordou com um dedo dentro da sua boca e um corpinho quente em cima dele. Antes mesmo de abrir os olhos negros, Christian colocou as mãos nas costas da filha, impedindo Vicky de cair da cama.- Papai. - Vicky tirou o dedo de dentro da boca do pai. - Olli disse que vamos passar o dia na casa da tia Mel!Diante da animação infantil da filha de seis anos, Christian riu e abriu os olhos. Ele deu de cara com um par de olhos escuros brilhantes, bochechas fofas, uma narizinho delicado e uma boquinha em formato de coração. Os cabelos castanhos escuros de Vicky estavam soltos e volumosos, emoldurando o seu lindo rosto negro.Christian ganhou um sorriso de janelinha, deu um longo beijo na bochecha da filha e a apertou em seus braços. Vicky riu e soltando o peso do seu corpinho quente, abraçou o pai.Para Christian, ser acordado por Vicky enquanto Oliver prepara o café da manhã enchendo a casa com o delicioso c
Eram três horas da madrugada e Christian bebia desde o anoitecer. Dispensando o copo, ele agora bebia diretamente da garrafa, e um tremor involuntário percorreu todo o seu corpo enquanto o uísque descia como uma bola de fogo até o seu estômago vazio.Limpando a boca com o dorso da mão, Christian se perguntou por que ainda não estava completamente bêbado. Deveria estar, julgando pela garrafa quase vazia. O álcool sempre foi capaz de afogar as suas mágoas e apagar da sua mente qualquer raciocínio coerente.Mas o efeito desejado não aparecia. Christian fechou os olhos, e apesar de uma leve tontura, as lembranças do funeral do seu filho lhe afloraram na mente com nitidez.Embora já tenha passado três anos, Christian ainda revive aquele dia fatídico como se dormisse e acordasse dentro de um pesadelo sem fim.Gabriel tinha apenas cinco anos quando foi diagnosticado com leucemia aguda. Depois de dois meses de hospita
Christian passou os últimos doze anos trabalhando no Departamento de Polícia de Los Angeles, atuando na Força Policial Civil Municipal, sendo subordinado da Prefeitura e do Chefe de Polícia, Jason Sullivan.Aproximadamente dez mil policiais, como ocorre nas demais forças policiais dos municípios norte americanos, cobrem uma área de 1.230 km², com uma população de mais de quatro milhões de pessoas.É a terceira maior força policial dos Estados Unidos, atrás apenas do Departamento de Polícia de Nova Iorque e do Departamento de Polícia de Chicago.Além do Gabinete do Chefe de Polícia, o prédio de cinco andares do Departamento inclui uma Divisão de Serviços Administrativos e a Divisão de Operações Especiais e Anti-Terrorismo.