Três dias de cama sofrendo com os sintomas da abstinência do álcool, e Christian foi ao inferno e voltou incontáveis vezes.
Tremores, dores de cabeça, alterações de humor e crises de ansiedade, o fizeram perceber o quanto estava dependente e intoxicado. Imaginar que Oliver e Ben tinham escondido toda aquela quantidade de bebida alcoólica, levou Christian a uma viagem dolorosa, mas necessária, para dentro de si mesmo.
Ben possui um verdadeiro arsenal de sobrevivência e Christian foi obrigado a ingerir remédios para controlar os efeitos devastadores da abstinência e foi colocado no soro, já que nada parava no seu estômago.
Oliver se manteve o tempo todo calmo e confiante. Christian nunca sentiu tanta vergonha em sua vida quando vomitou na frente de Oliver, e ele simplesmente disse que estava tudo bem.
Às vezes chegava a ser irritante o cuidado e atenção que Oliver dava a ele. Um sacrifício que Christian nunca te
Duas semanas longe de Christian e Mel já se sente uma nova mulher. Não vê mais no marido aquele alguém que ela conheceu e se apaixonou perdidamente. Já não consegue suportar olhar para ele e muito menos ser tocada por Christian. Estar ao lado dele a faz viver de passado.Mel respirou fundo e levou a mão na maçaneta da porta. Estava prestes a fazer a sua última viagem ao passado. Depois de enfrentar os seus medos sozinha, se sentiria muito mais confiante para seguir em frente. Muito mais forte e resistente.O quarto de Gabriel estava intocado desde sua partida há três anos. Mel abriu as janelas e deixou o sol entrar, espantado as sombras do passado. As lágrimas que escorriam pelo seu rosto negro, não eram de dor. Eram da sensação de dever cumprido.Da certeza absoluta que deu o seu melhor. Que amou, protegeu e carregou Gabriel nos braços até o último momento. Que as noites mal dormidas não foram em vão. Que suas orações não fi
Christian deitou Oliver na cama com delicadeza, e não pôde deixar de observar a sombra de incerteza que nublava os seus lindos olhos azuis.Oliver estava excitado e ao mesmo tempo com medo do que viria a seguir. Mas ele não tinha razões para temer. Por mais que Christian quisesse subjuga-lo aos seus desejos sombrios, nada era maior e nem mais forte do que a sua vontade de fazê-lo feliz.Christian disse com a voz baixa e insegura.- A dor vai ser inevitável. Mas eu prometo fazer o possível para não te machucar.Oliver sentia o corpo queimar por baixo da roupa, ansioso para sentir as mãos de Christian em sua pele.A preocupação estampada no rosto negro, só fez com que Oliver o amasse ainda mais.- É só me dar todo o prazer que eu mereço. Eu farei o mesmo com você.Christian e Oliver se despiram lentamente como se tivessem todo o tempo do mundo. E talvez tivessem, porque naquele
Ben suspirou pela terceira vez em menos de cinco minutos. Nunca achou que trinta dias pudesse passar tão depressa. Com a chegada do inverno e o fechamento do parque pelos próximos três meses, ele se sentia inevitavelmente melancólico.Mas esse não era o principal motivo do seu desalento. Contrariando as suas próprias crenças de não se apegar a nada e nem ninguém, estava profundamente triste e angustiado com a partida de Christian e Oliver.Não deveria, mas se afeiçoou aos dois grandalhões e foi a testemunha do nascimento de um amor puro, sincero e verdadeiro.No primeiro dia não deu nada pelos dois. Achou que seria apenas dois policiais encrenqueiros que lhe trariam problemas. Agora, Ben os via partir deixando valiosos ensinamentos. O amor tudo suporta.Christian e Oliver colocaram as malas na picape e olharam para o chalé pela última vez. O lugar inesquecível que marcou suas vidas para sempre. A caminho do ae
Mel levou Christian para o luxuoso e confortável quarto do casal. Christian estava tendo uma crise de choro incontrolável e Mel o deitou na cama, tirou os seus sapatos e deitou ao lado dele até a tempestade passar.Deitados de lado, frente a frente, Mel puxou um lenço de papel da caixa deixada na cabeceira da cama de casal e entregou para Christian.Trêmulo, ele secou o rosto, dobrou o lenço e ficou passando o polegar na ponta do papel branco e úmido com as suas lágrimas.Mel ajeitou a cabeça no travesseiro e respirou fundo.- Meus pais vieram semana passada. Ficaram alguns dias. Meu pai desmontou os móveis. Eu achei melhor fazer isso sem você aqui.Christian encarou a esposa. Seus olhos negros brilhavam de raiva.- Você não tinha esse direito.- Ainda está tudo lá, nas caixas. Algumas coisas estão aqui no armário. Temos que fechar aquela porta, Christian. Porque
Oliver não pôde evitar o desânimo que se abateu sobre ele ao chegar no apartamento ainda sem mobília, com suas coisas em caixas de papelão, dispensa vazia, poeira por todos os lados e o síndico o lembrando que o aluguel vence em dois dias. Sem salário, ele teria que recorrer aos pais e isso o deixou profundamente chateado.Sua mãe não perderia a chance de dizer que ele tem que guardar dinheiro para eventuais emergências. Seu pai, mais compreensivo, apenas perguntaria de quanto ele estava precisando e faria a transferência para a sua conta bancária quase vazia. Seria constrangedor de qualquer jeito.Oliver queria saber como Christian estava e ele não atendia o telefone e nem retornava as suas ligações. Provavelmente estava tendo uma longa conversa com a esposa. Embora sabendo que não tinha motivos para isso, Oliver ficou com ciúmes.Do frio extrem
Christian e Oliver se apresentaram no Departamento de Polícia de Los Angeles às 08:00h de segunda-feira. Trajando terno e gravata, os dois chamavam a atenção por onde passavam. Christian cumprimentou os colegas de trabalho e ficou por dentro das notícias.Brooklin não perdeu a chance. Rindo, perguntou:- E ai, Christian? Trinta dias isolado com um viadinho. Eu ouvi dizer que eles fazem o melhor oral de todos.Wes riu alto.- Dizem que engolem até o talo e pedem mais.Na roda de policiais; risos e gritos. Christian olhou para Oliver que tinha ficado mais afastado para evitar comentários homofóbicos como aqueles.A tristeza que viu nos olhos azuis, incomodou Christian profundamente. O preconceito escancarado. Ele sentiu vergonha por tudo que tinha feito Oliver sofrer, com suas palavras e atitudes deprimentes e egoístas.Os dois tinham combinado manter as aparências
Um ano depois...O dia estava nublado. Nuvens cinzentas e esparsas encobriam o vasto céu do Alasca. O inverno se aproximava e com ele, rajadas de vento, tempestades de neve e temperaturas abaixo de zero. Mas para os recém casados, Christian e Oliver, nada disso foi um empecilho para irem passar a lua de mel no lugar onde tudo começou.Jason como padrinho de casamento, os presenteou com uma semana de licença do trabalho. Christian e Oliver não pensaram duas vezes antes de fazerem as malas, e deixarem o agora mobiliado apartamento de frente para a praia de Santa Mônica, para passarem alguns dias no frio do Alasca e na companhia de Ben.Como não poderia ser diferente, o reencontro foi em clima de festa, a confirmação de que o tempo não apaga, e a distância não diminui os laços sólidos de uma amizade verdadeira.Sem cerimônia, como um pai orgulhoso, Ben abr
Christian acordou com um dedo dentro da sua boca e um corpinho quente em cima dele. Antes mesmo de abrir os olhos negros, Christian colocou as mãos nas costas da filha, impedindo Vicky de cair da cama.- Papai. - Vicky tirou o dedo de dentro da boca do pai. - Olli disse que vamos passar o dia na casa da tia Mel!Diante da animação infantil da filha de seis anos, Christian riu e abriu os olhos. Ele deu de cara com um par de olhos escuros brilhantes, bochechas fofas, uma narizinho delicado e uma boquinha em formato de coração. Os cabelos castanhos escuros de Vicky estavam soltos e volumosos, emoldurando o seu lindo rosto negro.Christian ganhou um sorriso de janelinha, deu um longo beijo na bochecha da filha e a apertou em seus braços. Vicky riu e soltando o peso do seu corpinho quente, abraçou o pai.Para Christian, ser acordado por Vicky enquanto Oliver prepara o café da manhã enchendo a casa com o delicioso c