Depois da sobremesa, segui com Hugo para a sala, onde ele começou a falar sobre um novo plantio de parreiras, então permiti que ele mantivesse o assunto. Marcela trouxe uma bandeja com café e nos falou que iria se recolher ao seu quarto. Agradeci a ela pelo jantar e ela retribuiu com um sorriso educado. Quem nos visse agora, não acreditaria que dias atrás eu havia levado uma mordida e um belo de um tapa dela.Mas sei que Hugo não me chamou aqui apenas para jantar. Se tem algo que aprendi com ele é que ele não sabe esconder muito bem as coisas."Ok Hugo, agora que sua filha não está mais conosco, me fala, qual o real motivo de me chamar aqui. Que merda a empresa dela aprontou agora?""Por que você pergunta isso?""Porque muito provavelmente ela tenha aprontado mais alguma merda e você não quer que eu vá atrás dela.""Urias, vou relevar sua grosseria ao se referir a Marcela dessa forma.""Ahhh Hugo, você sabe...""Guarda essa língua um pouco dentro dessa sua boca, por favor!... Sim,
"Deixa disso Hugo, depois do meu pai, você e Gregory sempre foram a figura mais próxima de um pai que eu poderia ter. Quando estava estudando, foram vocês que deram muito do que sabem sobre os vinhos para eu trilhar meu próprio caminho. Você sempre se importou com nossa família e isso sem saber que Ícaro era seu filho. Como vou para cima de você?""Espero que isso não mude em nada nossa relação?""Nem pensar, agora que seremos ainda mais próximos!""Foi o que pensei!"E Hugo me puxa para um abraço.“Acho que só ganhamos com isso Urias, Ícaro precisa de uma boa família e nos proporcionaremos ainda mais isso para ele. E outra coisa, moleque, sou pai biológico do Ícaro, mas posso ser seu pai de coração. Quero o mesmo bem que desejo para Marcela para vocês dois, e se você puder me deixar seguir assim, ficarei imensamente grato e feliz.”Não consigo conter a emoção diante das palavras de Hugo e do abraço sincero que compartilhamos. Volto para casa depois da nossa conversa satisfeito, porq
E com essa colocação do Augusto, olho para ele com a cara amarrada. “Eu, man, não precisa me olhar assim”Fico encarando ele. “Ela é linda, cara! Não sei porque você ainda não trouxe ela para sua vida de merda”, comenta meu amigo. “Você já respondeu - falo com raiva - porque minha vida é uma merda”“Ah Urias, até quando você…”“Não Augusto, não agora”“Certo cara, não vamos por esse caminho. Mas eu no teu lugar já teria laçado essa gata e não largaria”“As coisas não são simples assim”, resmungo para meu amigo. “Não são, porque você não quer que sejam”“Basta Augusto! Vamos voltar para nossa conversa”E dizendo isso meu amigo finge que deixou essa história para lá e eu finjo que não estou ligando para a Marcela na companhia de outro cara. Não me desliguei da mesa da Marcela nem por um minuto. Que merda! Saiu para distrair e acabo refém dela. Essa mulher tem a capacidade de mudar as coisas em minha vida como ninguém. Vejo que ela está indo para o banheiro, falo para Augusto pe
Como combinado, os médicos deram alta para meu irmão e este foi direto para a casa da Marcela. Ele queria que eu fosse junto, mas achei melhor ele ir com nossa mãe. Fiquei de falar com ele depois que estivesse instalado. Já tarde da noite, meu telefone toca, é uma chamada de vídeo do Ícaro. "E aí?", saio falando. "Você já sabia, não sabia?", Ícaro já vai falando. "Sabia do quê?", pergunto. "Ah, para seu merda, você sabia que o Hugo era meu pai", dispara meu irmão já irritado."Ei, calma, é tão ruim assim?" Me ajeito na cama enquanto vejo Ícaro coçar a cabeça. "Não é que é ruim, mas caramba, na minha idade, saber que meu pai não era meu pai, é complicado""Não é que seu pai não era seu pai, ele é seu pai! E isso não vai mudar... mas agora você tem mais um pai, cara""Eu sei, eu vejo assim, mas é estranho!" "Coisas que os adultos fazem e que mesmo nos tornando adultos, ainda não entendemos" "É bem isso!" "E como foi com o Hugo?", pergunto. "Hugo é o Hugo, com um coração maior
Assim que nossa maratona de filmes acaba, ajudo Marcela a recolher nossa bagunça. Hugo nos deseja boa noite e me pergunta se eu não quero ficar."Ah, Hugo, a casa já está cheia, meu irmão já está ocupando muito do espaço de vocês.""Para com isso, cara, aqui somos família! Você sempre será muito bem-vindo em nossa casa! Decidi, Marcela, filha, arrume o quarto de hóspedes, por favor. Amanhã é sábado mesmo, vou fazer um churrasco para nós, aproveitando que Ícaro está bem melhor. Vamos aproveitar o dia quente que teremos"E dizendo isso, Hugo segue para seu quarto.Me parece que Marcela não se importa que seu pai decida as coisas em casa, o que acho interessante, pois, por mais que a casa seja dela, ela nunca se opõe ao Hugo.Levamos toda a bagunça para a cozinha, e acabo ajudando ela com tudo, pois é o mínimo que posso fazer.Seguimos fazendo as coisas, cada um em seu próprio silêncio.Depois, Marcela me pede tranquilamente para subir com ela até o quarto que estarei ocupando. Ela deixa
Trocamos carícias ardentes, explorando os limites do prazer e da entrega mútua. Cada toque, cada movimento, nos levando mais fundo nesse abismo de desejo insaciável. E então, quando atingimos o clímax do êxtase, desabamos na cama, extasiados e exaustos, nossos corpos ainda tremendo com a intensidade do que acabamos de compartilhar. No entanto, no silêncio que se segue, a realidade cruel se impõe sobre nós, como uma sombra escura pairando sobre nossa felicidade momentânea. A consciência do que acabamos de fazer me atinge com força, trazendo à tona todas as dúvidas e temores que tenho lutado para ignorar. Não posso me permitir cair nesse abismo novamente, não posso me entregar a um relacionamento que sei que está fadado ao fracasso. Marcela merece mais do que eu posso oferecer, mais do que essa vida de segredos e arrependimentos. Com um peso no coração, me visto, ignorando os olhos dela em mim. Não quero falar nada! Não tenho o que falar, essa é a verdade! Mas nosso silêncio s
Adentrei minha sala e indiquei uma cadeira para que ela se sentasse. Observando-a mais de perto, percebi sua expressão determinada, o olhar curioso e a postura confiante. Era evidente que ela estava ali com um propósito claro, e isso me intrigava."Então, sobre o que gostaria de saber mais?"A jovem jornalista não perdeu tempo e começou a fazer uma série de perguntas sobre a história da empresa, o processo de produção do vinho, as estratégias de marketing e distribuição, entre outros aspectos. Respondi a cada uma delas com sinceridade e detalhes, impressionado com o profissionalismo e o interesse genuíno dela.À medida que a entrevista avançava, pude perceber que havia mais do que apenas curiosidade jornalística naquela visita. Eva demonstrava um profundo apreço pela arte da vinicultura e um respeito genuíno pela tradição e pela qualidade dos produtos da nossa empresa.Enquanto conversávamos, o tempo parecia voar. Trocamos ideias, experiências e até mesmo algumas risadas. Sua ener
Caramba, por poucos centímetros ela não acertou meu amigo. Faltou muito pouco mesmo! Mas isso não vai ficar assim. Me recomponho da forma que dá e saio atrás dela. Vejo que está na calçada, esperando que lhe tragam seu carro. Me apresso para alcançá-la. Seu carro chega. E quando ela vai abrir a porta, a viro, colocando-a contra o carro, e chego bem perto do seu rosto."Só vou deixar essa passar batida porque, infelizmente, você é irmã do meu irmão. Mas tenha certeza que não haverá próxima!!!"Ela me encara com raiva nos olhos, enquanto solta:"É só você ficar longe de mim e tudo ficará bem!"A encaro, pois minha paciência está prestes a ir ralo abaixo. "Então, é só você não se abrir tanto para mim!"Quando me dou conta, seus cinco dedos estão se espalhando pelo meu rosto com muita força. Sinto meus olhos fecharem com o impacto e ganho um pouco de distância entre nós. E antes dela entrar em seu carro, me diz: "O último biscoito do pacote é aquele mais esfarelado, mais quebra