POV LinneaFechei meus olhos e caminhei me guiando pelos sons e cheiros ao meu redor. Havia tanta gente indo de um lado para o outro que me confundi em vários momentos, até que senti o cheiro característico de gasolina e sons de motores. Caminhei lentamente, minhas mãos estendidas diante de mim até tocar o metal frio da lateral de um veículo. Como esperado, alguém se aproximou com passos cautelosos.― Ei, o que está fazendo? ― O tom do homem era curioso e confuso. Me virei na direção de sua voz.― Sinto muito, eu preciso ir até a feiticeira.― Fiora? O que quer com aquela mulher? Não recebemos qualquer ordem de que você recebeu a permissão do alpha para sair. ― Tentei me manter calma. Pelo meu convívio com Kael, eu já sabia que os lobisomens podiam ouvir meu coração acelerado. Respirei fundo e tentei misturar a realidade com uma boa mentira.― O ancião precisa do remédio do Alpha, mas que apenas Fiora o tem.― Por que o beta não faz isso, ou próprio ancião? ― O homem insistiu já me pu
POV LinneaNão conseguia compreender o que a feiticeira estava falando. Não tinha como ter uma criança crescendo dentro de mim, eu não era casada, se quer havia sido prometida a alguém para que aquilo acontecesse. Com as mãos sobre minha barriga, tentei sentir alguma coisa, mas tudo parecia normal. Ela poderia estar mentindo para me impedir. ― Isso é impossível. Você está mentindo. ― Acusei, mas a mulher apenas balançou sua cabeça para os lados.― Você tem o cheiro de Kael por todo o seu corpo. Se deitou com ele. Sexo sem prevenção pode levar a gravidez querida, nem mesmo você pode ser tão ingênua para não ligar os pontos. ― A mulher se levantou, indo até o canto e acendendo outro cigarro. ― Se não acredita, pode tirar a sua venda e olhar no espelho sobre a mesa. A joia já não está mais em seus olhos.Fiz como ela disse, tirando minha venda e pegando o espelho com as mãos trêmulas. O reflexo de grandes olhos verdes me surpreendeu. Movi minha cabeça, pisquei várias vezes, mas o verde
POV LinneaO carro parou, o grande edifício se estendia, quase tocando as nuvens. Enquanto tentavam me arrancar da parte de trás da ambulância, eu me debatia, sacudindo meu corpo para evitar ao máximo ser levada de volta para aquele pesadelo. Tudo no que eu conseguia pensar era que o mestre me mataria quando descobrisse que eu não possuia mais a joia, mas antes iria me torturar para me punir. ― Por que estão demorando tanto? ― O cão de guarda do mestre se aproximou e me encolhi em um canto, meu corpo trêmulo e estômago revirando novamente. Ele empurrou um dos homens para longe e entrou no veículo. ― Não acha que já deu trabalho de mais para a gente? Vamos logo!Fui arrastada pelos cabelos por todo o caminho até o elevador. Os seguranças do mestre riam e comentavam minha humilhação. Quando as portas se fecharam, a mordaça foi retirada e minhas pernas foram soltas, mas mantiveram as algemas.― O chefe vai se divertir hoje. ― Um dos seguranças comentou chutando de leve minha coxa. Eu e
POV IsoldeA vida foi boa depois que sai daquele inferno de vila isolada, ainda consegui um bom dinheiro ao vender minha doce irmãzinha. Depois daquele dia, consegui ser adotado pela família Noxus, famosa por suas joias de alta qualidade e que não tinham nenhum herdeiro vivo. Fiz o papel de bom menino, criança doce e gentil que sonhava em ter uma linda família, sozinho no mundo depois de um trágico acidente. Eu já era considerado muito velho para ser adotado, com meus quatorze anos, mas minha beleza e inteligência ajudaram muito.― Isolde, querido, você é realmente uma criança incrível. ― Era o que eu sempre escutava quando me destacava nos estudos ou recebia alguma premiação na escola. Pouco tempo após a minha formatura na faculdade de negócios, ouvi um boato de que um empresário que estava a beira da falência misteriosamente se reergueu. Especulações de todos os tipos rondavam até que fui a uma reunião com meu pai adotivo, onde Octavius estava se gabando sobre seu tesouro mais prec
POV LinneaOs gritos do mestre ecoavam pelo cômodo, Isolde permanecia com um leve sorriso, seus olhos jamais deixando os meus. Todo o meu corpo tremia, não fazia ideia de como ele havia sobrevivido ao ataque da nossa vila, nem onde esteve por todos aqueles anos. Eu não via carinho ou afeto em seus olhos, apenas a frieza e desdém que sempre esteve ali, com seu belo sorriso como uma máscara.― Ah, sim. Fiquei sabendo que sua família não anda muito bem nos negócios. ― Os olhos de Isolde finalmente se voltaram para Octavius, que adotou uma postura de superioridade, cruzando os braços sobre a grande barriga redonda. ― Seu papai não conseguiu administras as amantes e quase foi a ruína. ― Os erros do meu pai não são o ponto aqui. Eu estou te dando a oportunidade de me entregar essa mulher sem que nenhum dado seja necessário ao seu patrimônio ou integridade física. ― A voz calma de Isolde me causava arrepios. Até mesmo suas ameaças eram ditas em tom de cortesia.O cão de guarda de Octavius m
POV KaelA reunião com o ancião e o Beta haviam consumido toda a minha paciência e tudo que mais desejava naquele momento era me perder nas curvas daquele pequeno e quente corpo que esperava por mim no meu quarto, mas quendo abri a porta e olhei ao redor, não a encontrei. O quarto estava vazio e silencioso. Eu havia dado permissão para que Linnea pudesse perambular pela mansão, mas não significava que ela poderia sair como um ratinho, desobedecendo minhas ordens. Rosnei ainda mais irritado, meu lobo estranhamente inquieto dentro de mim, choramingando em meus ouvidos. Fui até o escritório, onde ela mais vinha mostrando interesse, mas ela não estava lá. Fui a cozinha, banheiro, rodei por toda aquela maldita casa para constatar que ela não estava em lugar algum. Sai abrindo as portas com violência, quase as arrancando das dobradiças. Dois seguranças se alertaram com minha presença e baixaram suas cabeças.― A mulher de cabelos brancos, vocês a viram passar aqui? ― Os homens se olharam p
POV KaelEnquanto Fiora fazia o tal feitiço, ordenei a Carter e os meus seguranças pessoais que buscassem por qualquer pista nos arredores que levasse até o rastro de Linnea. Não confiava plenamente naquela bruxa, Fiora sempre tinha segundas intenções em tudo o que fazia e sua repentina boa vontade não me cheirava bem. Para o feitiço, dei a ela a minha camisa que Linnea havia usado quando a resgatei do maldito Torin Kairos, com a promessa de que a roupa não seria danificada.Os minutos passavam e eu estava ficando impaciente com tudo aquilo. Carter ainda não tinha enviado nenhuma mensagem e nem me ligado com informações, Fiora apenas ficava queimando aquelas malditas plantas fedorentas por todo o lugar enquanto Linnea poderia estar correndo perigo. Frustrado por me sentir tão impotente, desferi um forte soco contra a parede, abrindo um grande buraco nela e assustando a bruxa.― Qual é o seu problema? Sabe quanto me custou arrumar tudo da última vez que esteve aqui? Sem contar as bocas
POV KaelDecidi ir até a empresa, lá eu teria acesso mais rápido e fácil aos recursos necessários para encontrar Linnea, especialmente um que eu não gostaria de usar, mas que se mostrava necessário. Carter passava as informações aos meus seguranças enquanto íamos até a minha sala nos andares mais altos do prédio.A singela mineradora que eu havia herdado ao me tornar o alpha da Silentmoon havia se tornando a maior de toda São Francisco, com clientes de todos os países buscando nossos materiais, especialmente as pedras preciosas que extraímos de locais secretos. Noventa por cento dos funcionários eram lobos, os poucos humanos envolvidos eram em posições estratégicas, como o jurídico, onde a característica mais explosiva dos lobisomens não se encaixava muito bem.Ao atravessar o corredor, me deparei com a pequena e desajeitada Emma, minha secretária. Ele baixou sua cabeça assim que nos viu chegando e nos seguiu para dentro da sala.― O que deseja, meu alpha? ― Sua atitude profissional e