POV IsoldeA vida foi boa depois que sai daquele inferno de vila isolada, ainda consegui um bom dinheiro ao vender minha doce irmãzinha. Depois daquele dia, consegui ser adotado pela família Noxus, famosa por suas joias de alta qualidade e que não tinham nenhum herdeiro vivo. Fiz o papel de bom menino, criança doce e gentil que sonhava em ter uma linda família, sozinho no mundo depois de um trágico acidente. Eu já era considerado muito velho para ser adotado, com meus quatorze anos, mas minha beleza e inteligência ajudaram muito.― Isolde, querido, você é realmente uma criança incrível. ― Era o que eu sempre escutava quando me destacava nos estudos ou recebia alguma premiação na escola. Pouco tempo após a minha formatura na faculdade de negócios, ouvi um boato de que um empresário que estava a beira da falência misteriosamente se reergueu. Especulações de todos os tipos rondavam até que fui a uma reunião com meu pai adotivo, onde Octavius estava se gabando sobre seu tesouro mais prec
POV LinneaOs gritos do mestre ecoavam pelo cômodo, Isolde permanecia com um leve sorriso, seus olhos jamais deixando os meus. Todo o meu corpo tremia, não fazia ideia de como ele havia sobrevivido ao ataque da nossa vila, nem onde esteve por todos aqueles anos. Eu não via carinho ou afeto em seus olhos, apenas a frieza e desdém que sempre esteve ali, com seu belo sorriso como uma máscara.― Ah, sim. Fiquei sabendo que sua família não anda muito bem nos negócios. ― Os olhos de Isolde finalmente se voltaram para Octavius, que adotou uma postura de superioridade, cruzando os braços sobre a grande barriga redonda. ― Seu papai não conseguiu administras as amantes e quase foi a ruína. ― Os erros do meu pai não são o ponto aqui. Eu estou te dando a oportunidade de me entregar essa mulher sem que nenhum dado seja necessário ao seu patrimônio ou integridade física. ― A voz calma de Isolde me causava arrepios. Até mesmo suas ameaças eram ditas em tom de cortesia.O cão de guarda de Octavius m
POV KaelA reunião com o ancião e o Beta haviam consumido toda a minha paciência e tudo que mais desejava naquele momento era me perder nas curvas daquele pequeno e quente corpo que esperava por mim no meu quarto, mas quendo abri a porta e olhei ao redor, não a encontrei. O quarto estava vazio e silencioso. Eu havia dado permissão para que Linnea pudesse perambular pela mansão, mas não significava que ela poderia sair como um ratinho, desobedecendo minhas ordens. Rosnei ainda mais irritado, meu lobo estranhamente inquieto dentro de mim, choramingando em meus ouvidos. Fui até o escritório, onde ela mais vinha mostrando interesse, mas ela não estava lá. Fui a cozinha, banheiro, rodei por toda aquela maldita casa para constatar que ela não estava em lugar algum. Sai abrindo as portas com violência, quase as arrancando das dobradiças. Dois seguranças se alertaram com minha presença e baixaram suas cabeças.― A mulher de cabelos brancos, vocês a viram passar aqui? ― Os homens se olharam p
POV KaelEnquanto Fiora fazia o tal feitiço, ordenei a Carter e os meus seguranças pessoais que buscassem por qualquer pista nos arredores que levasse até o rastro de Linnea. Não confiava plenamente naquela bruxa, Fiora sempre tinha segundas intenções em tudo o que fazia e sua repentina boa vontade não me cheirava bem. Para o feitiço, dei a ela a minha camisa que Linnea havia usado quando a resgatei do maldito Torin Kairos, com a promessa de que a roupa não seria danificada.Os minutos passavam e eu estava ficando impaciente com tudo aquilo. Carter ainda não tinha enviado nenhuma mensagem e nem me ligado com informações, Fiora apenas ficava queimando aquelas malditas plantas fedorentas por todo o lugar enquanto Linnea poderia estar correndo perigo. Frustrado por me sentir tão impotente, desferi um forte soco contra a parede, abrindo um grande buraco nela e assustando a bruxa.― Qual é o seu problema? Sabe quanto me custou arrumar tudo da última vez que esteve aqui? Sem contar as bocas
POV KaelDecidi ir até a empresa, lá eu teria acesso mais rápido e fácil aos recursos necessários para encontrar Linnea, especialmente um que eu não gostaria de usar, mas que se mostrava necessário. Carter passava as informações aos meus seguranças enquanto íamos até a minha sala nos andares mais altos do prédio.A singela mineradora que eu havia herdado ao me tornar o alpha da Silentmoon havia se tornando a maior de toda São Francisco, com clientes de todos os países buscando nossos materiais, especialmente as pedras preciosas que extraímos de locais secretos. Noventa por cento dos funcionários eram lobos, os poucos humanos envolvidos eram em posições estratégicas, como o jurídico, onde a característica mais explosiva dos lobisomens não se encaixava muito bem.Ao atravessar o corredor, me deparei com a pequena e desajeitada Emma, minha secretária. Ele baixou sua cabeça assim que nos viu chegando e nos seguiu para dentro da sala.― O que deseja, meu alpha? ― Sua atitude profissional e
POV IsoldeAo menos aquele humano idiota fez algo que prestasse, Linnea permaneceu calada e imóvel enquanto meu segurança colocava a coleira em seu fino pescoço e a prendia ao pé da cama. Aquele tom escuro em seus cabelos me incomodava, mas seria por pouco tempo, apenas até conseguir despistar o maldito Dark Wolf. Aquele lobisomem acabaria perdendo o interesse em Linnea eventualmente, mas eu teria de lidar com Torin de uma maneira especial. O miserável era famoso por ser obcecado com tudo o que não podia ter. Peguei meu celular e enviei uma mensagem a ele, perguntando se estava livre para uma pequena reunião. Não demorou para que ele me respondesse que estava em sua casa de leilões. Estalei meus dedos e dois seguranças surgiram.― Coloquem um segurança nessa porta, não é permitida a entrada de ninguém até que eu retorne. Você, peque o carro. Preciso ir à casa de leilões.A casa de leilões estava movimentada, pessoas poderosas iam e vinham pelos corredores observando os itens que seri
POV LinneaMeu irmão estava completamente louco, não havia como restaurar nosso povo, nem mesmo com os meus poderes. O passado não podia ser alterado, nem com o poder primordial da deidade. Passei a mão pelos meus cabelos, agora negros, e senti meus olhos se encherem com lágrimas. A imagem de Kael e até mesmo seu perfume tão exótico e quente inundaram a minha mente, então eu pensei na pequena semente em meu ventre. Eu precisava ser forte, precisava pensar em uma maneira de escapar e encontrar Kael.Olhei ao redor daquele quarto de hotel, muito básico e comum, com duas camas, abajures simples, uma pequena mesa ao cando com uma cadeira e a porta que deveria levar até o banheiro. Era a primeira vez que eu pensava em um plano de fuga, estava nervosa e com medo, pois o menor erro custaria não apenas a minha vida, mas a do meu bebê. Meu estômago roncou e então comecei a juntar as pequenas peças em minha mente.Isolde precisava que eu estivesse bem se saúde para seus planos, isso incluia que
POV LinneaSenti uma grande mão segurando meu braço e me erguendo, então fui puxada para o lado. Olhei para o homem assustador, que fez um sinal para que eu ficasse em silêncio. Ele me colocou atrás de várias caixas empilhadas, me abaixei e cobri minha boca com as mãos, tentando normalizar minha respiração enquanto ouvia vários passos se aproximarem. Eu não sabia se aquele homem era de confiança ou não, mas era tudo o que eu tinha. ― Ei cara. ― A voz de um homem ecoou pelo beco. ― Você viu uma mulher de cabelo preto e venda passar aqui? ― Olhei assustada para o homem, meu coração acelerado enquanto eu implorava do fundo do meu coração para que ele fosse uma boa pessoa.― Foi mal, estou aqui esperando meu chefe. Não vi ninguém passar. ― O homem disse e me senti um pouco mais tranquila.― Tem certeza?― Absoluta. Uma mulher com uma venda não é algo que passe batido. ― O silêncio perdurou por mais alguns segundos.― Beleza, vamos nos separar e continuar procurando.― Boa sorte para voc