CAPÍTULO 44 Valéria Muniz O meu corpo parecia estar em chamas. A cada segundo eu sentia mais que pertencia a ele, como se o meu corpo não fosse mais meu, e se na minha mente não tivesse mais nada, além de Theodoro. Ele me faz se sentir bem, me faz ver sem abrir os olhos, sentir com o coração. Seus beijos me deixam sem ar, suas mãos ao me tocarem, me dão um misto de tranquilidade e desejo, que fazem o meu corpo chegar a convulsionar de prazer. Consigo confiar nele, sinto que esse homem jamais me machucaria, até mesmo as minhas cicatrizes, se tornaram menores agora. (...) — Como se sente? — ouço a sua voz grave, e as suas mãos grandes passando pela minha barriga, me arrepio a cada vez. — Estou ótima! — sorri, procurando pela sua voz, tocando o seu rosto, tão lisinho, sem barba nenhuma. Ele me acariciou nos seios devagar. Subiu pelos meus braços e notei que encontrou uma cicatriz; paralisei. — Posso tocar as cicatrizes agora? —
CAPÍTULO 45 Theodoro Almeida Acordei completamente torto, com o corpo dolorido. Dormi no sofá para não correr o risco de machucá-la durante a noite, já que tem apenas uma cama no quarto. “Quem garante que ela conseguiria me trazer de volta de uma nova crise?“ Olhei para o seu belo corpo espalhado na cama num vestido longo, tentando pensar num modo de ajudá-la a usar roupas diferentes, já que fica desconfortável só com calças, e vestidos que cobrem até os pés. Embora fique linda nesses vestidos, deve se sentir incomodada. Passei as mãos no rosto e me levantei indo até a cama, fiquei poucos minutos olhando pra ela e já acordou. Na primeira esticada que deu com o braço, me encontrou. — Théo? — perguntou baixinho. — Sim. Bom dia, esposa! — beijei suavemente seu rosto. — Bom dia! — Acabei dormindo no sofá, vim agora pra cá, mas está um dia lindo lá fora, podemos fazer algumas coisas. — ela sorriu. — Está bem. “Como pode
CAPÍTULO 46 Valéria Muniz Segurando na minha mão, ele me puxava na água, e me senti livre... batendo os pés naquela mágica flutuante tão gostosa. Theodoro é incrível, bendita seja a noite em que o destino nos uniu, porque sou a mulher mais feliz, ao lado dele. — Val, já está escurecendo... vamos sair agora? — gargalhei. — Não vi o tempo passar, esse lugar é um paraíso! — o ouvir gargalhar. — Quando eu tiver dinheiro, vou comprar uma piscina pra gente... aliás, uma casa com piscina! — Não precisa, podemos visitar esse lugar outras vezes. — senti o beijando minha bochecha. — Vamos ter esperanças, Val! Estamos perto da escada, pode subir devagar, estou te segurando. — ele não me soltou em nenhum momento, mas fiquei exausta. Caminhei pesada até o quarto, Theodoro me deixou no banho e foi pedir o jantar no quarto, para descansarmos. Quando eu estava terminando ele chegou, me abraçando por trás, e suas mãos foram diretamente nos meus se
CAPÍTULO 47 Theodoro Almeida Olhei para ela e para o sofá... não sabia se as minhas costas aguentariam uma segunda noite ali, a água e a adrenalina da lua de mel, me deixaram cansado. Valéria colocou outro dos seus vestidos longos e se deitou na cama, enquanto me enrolei, mexendo no celular. — Você, vem? Não me diga que não está com sono, porque deve estar exausto. — Valéria perguntou, tinha um sorriso bonito no rosto. — Já vou... — Fui até o banheiro, pensei, pensei... acabei deitando com ela. “Espero que hoje o sono seja tranquilo!“ Valéria não me encostou, ela é muito madura, e até centrada demais, penso que ela entenda meus motivos de me afastar, isso é bom. Amanhã voltaremos para a casa, teremos quartos individuais. . Amanheci abraçado a ela, sem nenhuma crise psicótica noturna, e tivemos outro dia maravilhoso. De manhã, fomos conhecer o resort, a ajudei a tocar em tudo que tinha como o fazer, e depois do almoço, voltam
CAPÍTULO 48 Valéria Muniz O tempo passou e Theodoro não voltou pra casa. Abri a janela e não vi a luz do dia, já havia escurececido. Pelo menos, se a Edineia já estivesse aqui, eu ficaria bem melhor, mas só vem na quarta-feira. Lembrei que posso ligar pra ele, peguei meu celular e apertei o botão que me ensinou: — Val? Está tudo bem? — Oi... sim, só fiquei preocupada. Onde está? — A caminho de casa, está com fome? — Há, vou fazer alguma coisa no micro-ondas! — Não! Eu vou comprar, fique tranquila. — Está bem. Theodoro me deixou mais tranquila, agora, já estava pensando que pudesse ter acontecido alguma coisa. Deitei na cama e o esperei, embora ainda tenha demorado para chegar. Quando ouvi o barulho na casa, logo levantei, mas além do cheiro da comida, senti aquele cheiro de perfume feminino caro, que senti lá no hotel, e só poderia ser daquela mulher. “O que ela faria, aqui?“ — Théo? Está sozinho? — ajeitei
CAPÍTULO 49 Valéria Muniz Senti o corpo dele se movendo vagarosamente de baixo de mim. As suas mãos voltaram para as minhas coxas, apertando-as de um modo forte, e algo dentro de mim parecia preso, precisava sair. — VOCÊ É MEU! — me abaixei o beijando, encostando parcialmente o meu corpo no dele, enquanto a minha mente gritava que não o deixaria pra ela... Aquele mulher que está atrás do homem que eu amo. Quando levantei o meu tronco, Théo puxou o meu vestido pra baixo, praticamente o arrancou, o fazendo ficar todo sobre a minha barriga. Ele rapidamente soltou o fecho do meu sutiã e notei que o jogou longe pelo barulho. As suas mãos correram, deslizando nos meus seios, e me senti eufórica, desejosa. Theodoro abria e esticava as mãos, acariciava e apertava entre a minha cintura e meus seios, novamente. Percebi que o seu corpo não parava, ele continuava mexendo de baixo de mim, e eu sentia seu membro duro esfregar nas minhas partes de baixo
CAPÍTULO 50 Valéria Muniz Era inconfundível aquele cheiro de perfume, Carla estava aqui. Era só o que faltava, essa mulher começar a incomodar... — O que faz aqui, Carla? — ajeitei meus óculos, tentando ver pelo menos um pouquinho para saber como essa bruxa era, porém só vi o seu vulto, parece magra. — Como sabe quem é? Por acaso está tirando onda com o Théo? Não é cega? — respirei fundo, tentando não me estressar com ela, “sou cega, não idiota!“ — pensei, pois ouço e sinto cheiros muito bem, além de várias outras percepções que são bem apuradas. — Acredito que não seja da sua conta, e com certeza não é esse o motivo que te trouxe até aqui, não é? Então seja direta, por favor que não tenho o dia todo! — tantos já me humilharam, essa mulher não vai conseguir, não vou deixar. — Enfim, tirou as asas pra fora! Está mostrando a cara, tirou até o pano de freira da cabeça! — me empurrou levemente, passando por mim, impregnando aquele cheiro de perfume por
CAPÍTULO 51 Carla Eu não acredito que apanhei daquela cega, e mesmo com uma faca quente, a Anelise conseguiu me dominar e tirar de mim! Que ódio, como isso é possível? Eu já estava conquistando aquele homem, mesmo cego de amores por uma mulher que nem olhava pra ele, ele sempre me escolhia para fazer programas, estava tão perto... Não sei o que aquela cega tem no meio das pernas, que conseguiu amarrar o tenente desse jeito, mas vou pegá-lo de volta, ah vou! Saí toda dolorida daquela casa, virei o pé na porta e acho que inchou. Peguei um ônibus antes que aquela personal me esmagasse, “que mulher forte, igual aquela cega!“ Já não basta os machucados que aquele velho me deixou, agora vou ficar roxa com as begaladas da cega... Preciso encontrar o Theodoro, dizer a minha versão, antes que ele ouça àquelas duas... Fui até o hospital e falei com uma atendente. Menti que estava passando mal, fiz um escândalo e avisei para ligarem no contato de emergê