Capítulo 15

PÉNELOPE VERONESI

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

Porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém rouba mais de mim.

Com um marcador azul, tracei linhas sob as palavras escolhidas. Em seguida, comecei a transcrever a poesia no caderno em branco que descobri entre os pertences de Ezra, localizado em seu escritório.

Deitada sobre um pano de piquenique, sinto a textura da grama úmida contra as minhas costas. O calor do sol paira implacavelmente sobre a minha cabeça, envolvendo-me no seu abraço ardente. É um daqueles dias em que o clima e a natureza parecem contraditórios, uma dança entre o calor abafado e o frescor das gotas de orvalho na relva.

À medida que me estendo, a relva molhada cede sob o meu peso, deixando uma sensação agradável de frescor na minha
Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP