O vento frio da noite cortava minha pele, mas nada se comparava à tempestade dentro de mim. Meus pés batiam contra a calçada molhada, e cada passo ecoava no silêncio das ruas vazias. Eu não sabia ao certo para onde estava indo. Meu corpo apenas seguia em frente, como se fugir fosse a única opção.Meu coração ainda pulsava forte dentro do peito, e a lembrança do olhar de Andrew cravado em mim como uma lâmina ardia mais do que a marca da mão de Laura em meu rosto. Eu deveria estar acostumada com os jogos dele, com os sentimentos contraditórios que ele insistia em despertar em mim, mas desta vez… desta vez foi diferente.Quando seus dedos apertaram meu braço e ele me puxou para aquele carro, eu vi nos olhos dele algo além do ciúme. Era dor. Era raiva. Mas, acima de tudo, era um desespero que eu não conseguia entender.“Você acha que pode seguir em frente? Com Maxwell? Você acha que ele pode te dar o que eu te dei?” Ele cuspiu as palavras, sua voz carregada de algo que eu não sabia nomear
Laura deslizou os dedos pela pele nua de Andrew, seus lábios roçando levemente seu pescoço. A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas do quarto, iluminando os lençois bagunçados.— Você está tão tenso, meu amor... — ela murmurou, sua voz doce como mel, enquanto seus dedos percorriam seu peito.Andrew soltou um suspiro, os pensamentos dispersos. A imagem de Bridget beijando Maxwell ainda estava viva em sua mente, queimando como uma ferida aberta. Ele fechou os olhos, tentando afastar aquela sensação estranha no peito.Laura percebeu seu silêncio e, com um sorriso astuto, deslizou para cima dele, envolvendo-o com suas curvas perfeitas.— Deixa eu cuidar de você... — sussurrou, sua boca encontrando a dele em um beijo quente e exigente.Ele cedeu, deixando-se levar pelo desejo, usando Laura para apagar as emoções conflitantes que o atormentavam. E Laura, satisfeita, tinha exatamente o que queria: Andrew cada vez mais preso a ela.Depois do momento intenso entre os dois, Laura se
Após o almoço, Maxwell permaneceu na mansão Tulipa Azul por mais um tempo, conversando com Bridget e Melinda na sala de estar. Ele se sentia à vontade ali, especialmente com a doçura de Bridget e a receptividade de sua mãe. No entanto, o olhar observador de Vovó Nívea ainda o deixava um pouco desconfortável.Bridget percebeu e segurou a mão de Maxwell, dando-lhe um sorriso reconfortante. — Não liga para minha avó, ela só precisa de um tempo para se acostumar — sussurrou para ele.Maxwell sorriu de volta e apertou levemente a mão dela. — Eu entendo. Família tradicional... faz parte.Nívea pigarreou, atraindo a atenção deles. — Bridget, minha querida, você pode me ajudar com algo na cozinha? — perguntou, claramente querendo afastá-la de Maxwell por um momento.Bridget suspirou, mas assentiu. — Claro, vovó.Quando ela se afastou, Maxwell permaneceu sentado, tomando um gole de seu café. Melinda olhou para ele com um semblante mais amigável. — Não leve para o lado pessoal. Minha mãe sempre
Maxwell ainda estava na sala de estar quando Andrew foi embora. Elizabeth se sentou, analisando o irmão por um instante. Desde que Andrew havia perdido a memória, Elizabeth se mostrava preocupada e atenta a tudo que acontecia ao redor do filho. Maxwell sabia que ela não demoraria a questioná-lo.— Então, Maxwell... você e Bridget? — Elizabeth perguntou sem rodeios, sentando-se à frente dele. — Há algo acontecendo entre vocês?Maxwell suspirou e sorriu de canto.— E se houver?Elizabeth arqueou uma sobrancelha.— Você sabe que ela e Andrew têm uma história, não sabe? Ele pode não lembrar agora, mas...— Mas isso não significa que Bridget tenha que ficar presa ao passado. — Maxwell interrompeu. — Ela merece ser feliz, independentemente do que Andrew lembra ou não.Elizabeth o analisou por um instante antes de suspirar.— Eu gosto de você, Maxwell. E gosto de Bridget. Mas essa situação... pode acabar mal para todos.Antes que Maxwell pudesse responder, a porta se abriu novamente, era a
Laura saiu apressada do prédio da Miller Enterprises, o coração ainda disparado pela conversa que ouvira. A mente girava em torno da investigação de Andrew sobre ela. Como ele podia suspeitar dela depois de tudo? Depois do que tinham vivido?O sol forte refletia nos vidros dos carros estacionados na rua, criando um brilho intenso que incomodava seus olhos. Laura colocou a mão na testa, sentindo uma leve tontura. Precisava se recompor. Precisava encontrar um jeito de virar esse jogo a seu favor.Ela caminhou em direção ao estacionamento, mas antes que pudesse alcançar seu carro, sentiu suas pernas fraquejarem. O mundo girou ao seu redor, e então tudo ficou escuro.— Senhorita Laura! — um funcionário gritou ao vê-la cair no chão.Alguns transeuntes se aproximaram, preocupados. Um deles, um segurança do prédio, pegou o celular e discou rapidamente para o escritório de Andrew.— Aqui é da recepção. A senhorita Laura acabou de desmaiar na saída da empresa!No mesmo instante, Vivian entrou
Bridget saiu do consultório com Camila e Jacob ao seu lado. O clima entre os três estava mais leve, apesar do pequeno incidente com a prateleira. Bridget esfregou a testa, onde o calombo ainda era perceptível, e sorriu para sua amiga.— Viu? Eu estou bem! Só um pequeno galo. Você exagera demais, Camila.— Exagero nada! — Camila retrucou, cruzando os braços. — Vai que era algo grave? Nunca se sabe!Jacob riu, balançando a cabeça.— Melhor prevenir do que remediar, Bridget. Pelo menos agora temos certeza de que seu crânio é duro o suficiente para suportar quedas de prateleiras.Bridget rolou os olhos.— Ótimo, agora além de dona de livraria, virei a garota com cabeça de aço.Os três riram juntos, mas o riso de Bridget cessou quando seus olhos encontraram Andrew do outro lado do corredor. Ele estava de pé, ao lado do médico que lhe explicava algo, mas seu olhar estava distante, perdido em pensamentos. O semblante preocupado e a forma como mantinha os braços cruzados indicavam que ele est
A noite já começava a cair quando percebi que Maxwell não estava indo para casa. A estrada à nossa frente não era familiar, e um cheiro salgado no ar me fez perceber para onde ele me levava.— Maxwell… isso não é o caminho de casa — comentei, olhando para ele com suspeita.Ele apenas sorriu, mantendo os olhos na estrada.— Eu sei. Mas acho que você precisa de um desvio hoje.Suspirei, cruzando os braços.— Se esse desvio envolver mais prateleiras caindo em cima de mim, eu passo.Ele riu.— Prometo que não há prateleiras na praia. Só areia, mar e um pouco de paz.A praia.Senti meu coração acelerar levemente. Não era uma ideia ruim. Na verdade, talvez fosse exatamente do que eu precisava.Quando Maxwell finalmente estacionou o carro perto da areia, já era noite. A lua iluminava a água de forma suave, e a brisa salgada fazia meu cabelo dançar ao redor do meu rosto. Tirei os sapatos e senti a areia fria sob meus pés enquanto caminhávamos em silêncio.— E então… — ele começou, chutando um
O beijo entre Bridget e Maxwell começou com suavidade, mas logo se aprofundou, carregado de desejo e urgência. O calor que envolvia os dois parecia dissipar qualquer dúvida que ainda restava nela. Quando ele a puxou para mais perto, Bridget se rendeu por completo, deslizando os dedos pelos cabelos dele, sentindo o estremecer de seu corpo sob o toque.Maxwell a pegou nos braços sem hesitação, suas mãos firmes sustentando-a com uma facilidade impressionante. Bridget ofegou contra os lábios dele, um instante de lucidez ameaçando romper aquele momento, mas então Maxwell sussurrou contra sua pele:— Se quiser que eu pare, me diga agora...Ela não respondeu. Em vez disso, puxou-o para mais um beijo, suas mãos explorando o contorno de seu rosto, sentindo a barba por fazer roçar contra sua pele. Não havia mais dúvidas. Ela queria aquilo. Queria se perder nos braços dele, esquecer as cicatrizes do passado, pelo menos por uma noite.Maxwell sorriu contra os lábios dela antes de levá-la até o qu